Capítulo 41

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Olá Bunnies! Os problemas pra responder os comentários perduram até agr 😔 estou decepcionada, mas continuo tentando, alguns abrem e outros dão uma mensagem de erro me pedindo para tentar mais tarde 🤦

Ainda assim, cá estou eu com mais um capítulo pra vocês e, a terceira parte vai demorar um pouco mais que o previsto já que eu tava organizando e acabei espichando um pouco mais a segunda pra dar um engate legal. Planejo que a terceira parte seja mais frenética e de acontecimentos mais rápidos então caso algo fique mal esclarecido me avisem, por favor.

Boa leitura!

Caótica, era uma ótima palavra para definir a situação que se desenrolava diante dos olhos de Diego, Itzal e Dylan. Todos, sem exceção alguma estavam brigando entre si, por inúmeros motivos e ao mesmo tempo por nenhum, e como vítimas de um vírus, eles se encontravam com os olhos negros, sem diferenciação entre íris, pupila e a parte branca.

— Estacionei no inferno e não sabia — Itzal resmungou observando, do topo da escadaria, a confusão de gritos na sala.

Ela e Dylan havia cruzado a porta da cozinha há apenas alguns minutos, depois de um surto de coragem da deusa que havia decidido parar de temer a possibilidade de que todos os aliados de Rebecca, após cinco dias sem contato algum da fênix, estivessem mortos pelas mãos de Ona.

Parte dessa coragem de contato direto havia surgido graças um simples livro onde, uma página dobrada, algo que Itzal detestava que fizessem com seus livros, demonstrou, rabiscado no canto da página, longitude e latitude. A letra e a prepotência de fazer duas coisas que Itzal detestava de uma única vez, revelaram que a autora de tal feito havia sido Rebecca e, logo, aquilo rabiscado só podia ser a localização da fortaleza de gelo.

Itzal não entendia como a mente de Rebecca funcionava, e sinceramente, fazia alguns séculos que havia desistido de tentar entender. A fênix era um mistério, talvez por ter sido muitas, talvez apenas por ser. Parecia haver uma mente poderosa dentro daquela cabeça apaixonada e impulsiva, e uma ainda mais poderosa por baixo da principal.

— Como paramos isso? — Dylan olhou Diego que era o único do grupo não afetado pelo veneno do caos.
— Não faço a mínima ideia, antes de ser pego por essa coisa, Denbora estava procurando nos livros. — explicou.

— Temo que não tenhamos tempo de pesquisar — Itzal resmungou ao ver algumas brigas começarem a tornarem-se físicas. — precisamos pará-los antes que se matem.

— De novo, — Dylan respirou fundo. — como?

— Talvez tentando segurar essa energia que Denbora acha que Rebecca está liberando, a afastando deles... Eu não sei. — Itzal bufou inconformada.

— Bella tinha dito quando isso começou que Denbora acreditava que tudo o que Ona fez foi planejado, a morte de Argia também, que os poderes de Argia poderiam conter isso, mas Argia está morta e os poderes dela...

— Comigo. — Itzal cortou o homem que a olhou surpreso. — Os poderes de Argia foram pra mim, mas não se anime, não sei como usá-los.

— Sério Itzal? Não é como os seus? — Dylan a olhou incomodado.

O casal havia discutido alguns dias antes, Dylan incomodado com a mania que a deusa tinha de diminuir a si mesma e ao seu poder. Ele havia perdido as contas de quantas vezes pedira para a morena sair com ele atrás de Rebecca e ela havia se negado alegando ser fraca demais para brigar com Ona, então, em seguida, ele havia perdido a paciência e a confrontado sobre aquela mania.

Tinha sido a primeira briga dos dois, e ele realmente queria que fosse a última. Embora a deusa da escuridão, Itzal pouco batalhou na discussão, parecia não ter forças ou vontade de se defender e apenas aceitou as acusações que o outro lhe disse cabisbaixa.

— Não, não são como os meus, são opostos aos meus Dylan, acho que é isso que significa ela ser o meu oposto, não? — Itzal devolveu fechando a cara.

— Então tente fazer o oposto de como faz com os seus, ao menos você tentou antes de dizer que não sabe?

Diego suspirou incomodado com a briga do casal. Dylan estava parcialmente certo em sua jogada, Itzal nem havia tentado usar os poderes da irmã, mas o motivo não era sua falta de crença em sua própria força e sim, o medo que tinha de mexer em algo que nunca devia ter sido dela, o medo que tinha de aquilo despertar algo além do luto nela, de talvez, despertar Argia.

— Olha só, o bastante pra isso pegar em vocês é apenas uma faísca de briga, e definitivamente eu sozinho não vou ter como conter eles, não sou um sacerdote como Marie era, não sei quase nada sobre vocês, meus deuses sempre foram os da bíblia. Então acalmem-se e vamos pensar em como separar eles e aliviar isso.

— Ele ta certo, nós brigando vamos acabar como eles, não é algo bom — Itzal respirou fundo e olhou novamente a confusão na sala.

Agora eram todos contra todos, alguns tapas já havia rolado, e alguns socos também, havia acusações gritantes de tudo que era coisa, das mais simples como silêncio em algum momento, as mais pesadas com traição e ciúmes.
Itzal, Dylan e Diego sabiam que aquilo precisava parar antes que algo ruim acontecesse, mas não sabiam como parar aquilo.

— É com você Itzal, se Ona realmente matou Argia para evitar que ela ajudasse nesse momento, você ter os poderes dela é a nossa chance — Dylan disse calmo, tentando criar coragem na namorada.

— Não posso... — ela sussurrou.

— Por que não? — Diego questionou ao perceber que o não posso da deusa não se referia ao fato dela não conseguir usar os poderes, e sim, de não querer mexer com eles, de não poder mexer com eles.

— Eu não sei que consequências isso pode ter em mim. — ela suspirou. — Isso era de Argia, não meu, eu não sei como funciona. Não sei que reação vai ter.

— Você só vai descobrir se tentar. — Dylan incentivou.

— E se for algo irreversível? Tipo... Argia na minha cabeça? — ela negou com a cabeça. — Sabe quão difícil é lidar com a morte de alguém que você viveu a sua existência toda acreditando que nunca iria morrer?! Eu já estou com dificuldades demais para lidar com luto, definitivamente não preciso de mais um pedaço dela enraizado em mim! — a imortal cerrou os punhos, não era raiva que estava sentindo, era dor.

Itzal era orgulhosa demais para admitir que, desde a morte de Argia, ela vinha sofrendo em silêncio sobre aquilo. Sempre acreditou que nunca perderia a irmã, por isso, permitiu-se adiar uma conversa com ela, um eu te amo, adiou falar a verdade para a outra, mesmo que Rebecca tivesse insistido que deviam ser honestas algumas semanas antes do incidente. Ela achava que tinha a irmã de forma garantida para sempre, e então, lá foi Ona e lhe tirou isso.

Ela nunca havia conseguido dizer a irmã que não era uma decepção e que não estava travando uma guerra contra sua melhor amiga, nunca pode dizer a irmã que era inocente de tudo que a culpabilizavam, que nunca quis destruir o mundo, que na verdade, estava tentando salvá-lo.

— Vamos dar outro jeito — Diego se compadeceu instantaneamente da situação da deusa tocando-lhe o ombro gentilmente, e mesmo que ela fosse inúmeros anos mais velha que ele, seu instinto paterno, que diferente de muitos homens pelo mundo, era muito aguçado, se apossou de seu corpo inclinando-se para Itzal.

Um mortal sentindo-se responsável por uma deusa, o mundo tinha dessas viradas.

— O que está havendo aqui? — os três se assustaram assim que ouviram a voz de Rebecca e se viraram para encontrá-la atrás deles apoiada no corrimão.

A fênix tinha uma aparência cansada e frágil, mas havia um brilho dourado envolvendo toda a sua pele, um brilho quase divino.

— Rebecca! — Diego correu até ela a apoiando e sentindo a pele dela quente, como a de uma pessoa febril. — Como se levantou?

— Longa história... — a fênix respondeu respirando fundo e em seguida sorriu ao fitar a deusa. — Você achou o endereço.

— Sim, e assim que estiver bem, vou te dar uns tapas por amassar meu livro — Itzal resmungou falsamente irritada, porém, não tão falsamente assim.

Trilogia A Primeira Fênix - Livro I, II e IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora