Capítulo 73

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Olá bunnies!

Como devem ter notado, ontem não teve capítulo, eu decidi ser um ser humano descente e dar uma ajeitada no guarda-roupa e isso me levou grande parte da noite, então acabei não postando, mas hoje estou aqui e vou tentar não me enrolar de novo!

Boa leitura, e boa sorte pra entender as coisas, ta tudo bem confuso.

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A sala para onde as três figuras levaram Rebecca era um pouco menor que a sala onde os tronos ficavam. O piso era branco, tão limpo que refletia sua imagem com clareza. Haviam amplas janelas quadradas que, na parte superior, formavam um tipo de triangulo arredondado, e os vidros eram separados por tiras de ferro brancas, como se, embora transparente, fosse uma janela vitral.

Haviam araras ali com roupas de todas as formas, de estilos que Rebecca nunca pensou ver, tecidos vibrantes e de tonalidades que a morena, mesmo em todos seus séculos de existência, nunca havia imaginado existir. Para um amante de vestuário e moda, aquele lugar seria o paraíso particular, a gratificação divina por uma vida sem pecados monstruosos. Talvez aquele fosse o paraíso perfeito para Camila e seu gosto por moda, e aquele pensamento fez Rebecca sorrir, e em seguida provocou-lhe uma pontada no peito: saudade.

Ela havia se apegado a todos daquele grupo, havia se aberto a todos, entrado e os deixado entrar em seu coração, e agora, a perspectiva de não os ver mais, de ter tudo acabado, lhe doía a alma. Nunca mais vê-los, não saber o desfecho da guerra, não ter certeza se foi capaz de parar Ona ou se sua morte para a deusa do caos foi apenas descartável... Todas aquelas questões e possibilidades lhe corroíam a mente como ácido.

— Acalme-se — Força sugeriu olhando-a —, não sofra por antecipação, tudo tem sua hora, e logo suas respostas vão chegar, entretanto vamos fazer as coisas em sequência.

— Sua antecipação é existencial, essa mania de pensar em tudo, de misturar passado, presente e futuro... — Existência revirou os olhos. — É uma das coisas mais chatas da criação.

— E cômica também, afinal, criamos o tempo para evitar que isso acontecesse e, no fim, até o tempo não segue a própria ordem — Poder debochou.

— O tempo é relativo. — Rebecca se pronunciou atraindo a atenção deles. — Existe o tempo real em que as coisas acontecem, mas cada ser humano e deus, e cada situação, o interpreta de forma diferente, mesmo que ele transcorra de forma padrão. A questão é que o tempo existe de uma forma, mas o percebemos de acordo com nós mesmos, como se olhássemos por um filtro.

As três figuras sorriam ao mesmo tempo olhando-a de um jeito que a deixou momentaneamente desconfortável. Não gostava de toda aquela troca de olhares entre eles, daquele ar que a situação tinha, daquela sensação de estar perdendo algo importante.

— Vamos a roupa. — Existência quebrou o silêncio que se formou indicando com a mão uma das araras.

Rebecca andou sozinha até a arara, tocando os vestidos ali e observando os tecidos, cores e formatos com atenção. Não haviam só vestidos, haviam ternos também e conjuntos todos formais de cores que a morena, mesmo com todas as suas vidas, não sabia perceber com exatidão qual variação era, e por consequência, não sabia dizer os nomes.

Observou tudo, mas como sua personalidade tinha mais afinidade com vestidos, foi neles que se prendeu, atenta aos decotes, cumprimentos e cores, optando por um que lhe atraiu toda a atenção assim que pôs os olhos. O vestido era dourado, no mesmo tom que seus poderes, longo e de corte reto, com um espartilho com decote em formato de coração e cravejado de pedras o bordando. O tecido chiffon caia em tiras pelas pernas em uma leve transparência e, a morena não sabia identificar se fazia parte da cor do tecido, se estava pintado ou qualquer outra coisa, mas parecia haver uma constelação toda no tecido, desenhada em tom prata.

Trilogia A Primeira Fênix - Livro I, II e IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora