Trilogia A Primeira Fênix - Livro I, II e III

Capítulo 30

Katherine adormeceu e Rebecca ainda não havia voltado. Embora Marie tivesse dito que ela sentiria quando e se de fato Rebecca fosse atacada por algo ou alguém, a loira não conseguia evitar sentir-se preocupada. Ainda assim uma sonolência atípica lhe consumiu a fazendo ir cedo para cama.

Era como se o sono implorasse por seu corpo e a mente implorasse por sua velada liberdade durante o mesmo, e, embora preocupada, Katherine cedeu a ele apenas para deixar sua mente vagar pela inconsciência.

Acordou mais tarde, com a sensação de que nem havia dormido e suspirou observando o movimento no quarto.

— Acabou de chegar? — questionou baixo sobressaltando Rebecca.

— Cheguei há pouco tempo. — a morena andou até a cama. — Como está?

— Bem, onde estava?

— Fui ao túmulo ver se achava alguma pista, mas não achei nada.

— E agora? — a loira a olhou preocupada.

— Daremos um jeito amor, sempre damos não é verdade?

Katherine acenou e Rebecca sorriu depositando um selinho nos lábios da esposa.

— Vou tomar um banho, já volto ok?

— Tudo bem — a mais nova acenou se ajeitando novamente nos travesseiros e ignorando a sensação de que havia algo além do que Rebecca estava lhe falando.

~*~

Camila observou Marie se mover pela cozinha. Aquela manhã a mulher havia se disponibilizado para fazer o almoço e, enquanto Fernanda e Diana treinavam, William e Marina namoravam, Rebecca e Demétrius conversavam, Diego cortava lenha com Denbora e Katherine pintava, a morena havia sobrado.

— Camila, você não parece bem — surpreendeu-se ao ouvir a voz de Marie e tardiamente percebeu que a mulher estava parada a fitando.

— Estou bem.

— Não minta pra mim, ninguém conseguiu me enrolar até hoje e pelo visto você não será a primeira.

— É besteira — Camila suspirou brincando com o guardanapo de papel que havia pegado sobre a mesa.

O silêncio se estendeu na sala e quando a morena decidiu erguer a cabeça, Marie continuava no mesmo lugar de braços cruzados e os olhos fixos nos dela esperando uma resposta que Camila se envergonhava de ter.

— Ok... — cedeu finalmente. — Me sinto deslocada.

— Hum... — Marie andou até ela sentando-se de frente e observando o rosto da morena. — Por quê?

— Por quê? Como por quê?! Todos aqui têm suas funções exceto eu, eu sempre sobro.

— Não lhe vejo como uma sobra.

— Ah, por favor! Argia e Denbora são deuses, você é a última sacerdotisa, seu marido é encarregado de cuidar desta casa, William, Diana e Fernanda lutam, Rebecca e Katherine são as chaves principais dessa confusão e Demétrius é um gênio. Agora e eu? Eu não sou nada, não tenho função... Chego a pensar que não devia estar aqui.

— Acha que não devia estar aqui?

— Acho. — Camila suspirou e sobressaltou-se quando Marie puxou-lhe o braço chamando a atenção para a marca ali presente.

— O que é isso Camila?

— Não sei.

— Não o conceito, mas o que exatamente é isso?