Capítulo 12

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Olá! Como estão?

Voltei hoje com um capítulo curtinho, espero que gostem e deem uma prestada de atenção nas entrelinhas, algumas coisas estão se revelando por agora...

Boa leitura! 

A neve chegou a Ur durante a noite. Rápida e silenciosa ela cobriu o reino criando uma grossa camada branca sobre tudo e derrubando drasticamente as temperaturas já não muito altas.

Houve uma época em que Katherine amou a neve com todas as suas forças. Aquela época em que somos crianças e tudo parece divertido e novo, onde nossos pais são nossos super-heróis e nenhuma dor é realmente duradoura. Katherine amava a neve quando levantava cedo, colocava seu casaco por cima do pijama e encontrava seu pai do lado de fora de sua porta, pronto para levar ela e os irmãos para brincarem na neve e um tempo depois apenas ela já que os irmãos perderam gradativamente o encanto por tal fenômeno da natureza.

A princesa de Ur, agora futura rainha, também tinha perdido com o tempo o encanto por coisa tão simplória, mas aquela manhã ela havia se levantado e fitado a neve com olhos nostálgicos. Lembrou-se das brincadeiras, dos anjos de neve que costumava fazer e questionou-se quando – e se – teria uma criança para levar até o pátio e fazer brincar na neve, ensinar sobre como fazer anjos no chão e técnicas para a bola de neve ficar mais forte.

Inegavelmente o tempo deixava marcas, momentos que não passavam de lembranças, impossíveis de se repetirem, mas disponíveis para sempre serem vistos dentro de nossas mentes e sentidos em nossos corações. Você não pode engolir de volta uma palavra jogada ao vento, não pode retirar seus "eu te amo" nem seus "eu te odeio", não pode editar uma lembrança para fazer algo que deixou de fazer, não pode retornar para evitar uma frase mal colocada ou refazer uma última despedida, mas isso não torna o tempo uma linha reta.

O tempo é formado por ciclos, nem sempre terminamos um para iniciar outro, nem sempre estamos em apenas um desses círculos. O tempo é um ser com vida própria, mas acima de tudo é mais uma coisa relativa do mundo.

A concepção de tempo é relativamente estúpida, afinal, como julgar que um ano é muito e uma semana é muito pouco? Como dizer que quem se conhece há oito anos tem mais afinidade do que quem se conhece há três dias? Quando o tempo se tornou tão importante na vida das pessoas? Como a maioria não percebe que o tempo é simplesmente diferente para as pessoas, mesmo que elas se encontrem em situações iguais?

Um beijo de um minuto para uma pessoa apaixonada pode ser uma eternidade enquanto para a outra pessoa, no mesmo beijo, pode ser apenas um minuto e nada demais. O tempo é perceptível de acordo com nossas sensações. Se você estiver concentrado em outra coisa ou simplesmente calmo, um tempo parado em uma fila vai ser pequeno, mas quanto mais pressa você tiver, mais vai parecer que o tempo não passa, quando sim, ele está passando.

Existem três tempos, o seu, o meu e o real e há apenas um problema, apenas o próprio Tempo sabe qual é o real.

— Você sabe o que tem que fazer não é? — Camila questionou pela décima vez agora parada junto a Katherine do lado de fora do salão onde seria a coroação da loira.

— Sei Camz, fica calma — a futura rainha sorriu para a dama que respirou fundo ajeitando outra vez o vestido da loira.

Kath usava um vestido negro longo, era fosco, discreto, combinava com seu tom de pele. Seus cabelos estavam soltos e levemente cacheados, a maquiagem era simples e ela não usava joia alguma. Suas mãos suavam frio e ela inegavelmente estava muito nervosa, mas não poderia ser diferente, ela cresceu ouvindo que nunca chegaria ao trono e sentia-se feliz com aquela situação afinal, nunca foi uma aspiração sua ser uma rainha, mas graças ao destino ali estava ela: na porta para receber uma pesada coroa e um mar de responsabilidades e dificuldades.

Trilogia A Primeira Fênix - Livro I, II e IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora