Capítulo 55

234 27 35
                                    

Falo com vocês nas notas finais...

Meses depois...

Laços são algo curioso, a forma como se criam e se desfazem não têm padrão, eles são uma das coisas mais imprevisíveis existentes no universo, em parte, porque dependem exclusivamente de ações humanas, e os humanos são um dos seres, se não o mais, imprevisível de todo o universo.

Em poucos meses, laços haviam sido criados e desfeitos, amizades haviam ficado mais fortes e mais fracas e amores haviam entrado em crise ou ficado mais poderosos. Infelizmente, Itzal fazia parte dos amores que haviam ficado mais fracos, afinal, Dylan andava tão distante dela que eles mal se viam a não ser na hora de dormir e embora naqueles momentos ficassem juntos e apaixonados, aquela hora não era capaz de apagar o dia todo de desencontros.

Já Camila e Fernanda, por exemplo, pareciam dia após dia mais unidas, exceto pelos treinos que tinham de passar separadas por obviamente, uma ter receio de machucar a outra. Camila por sinal havia ganhado o dom de sacerdócio de Lehen e agora além de estar treinando o corpo, estava treinando suas habilidades em manipular a energia, e com isso alguns acidentes aconteciam como vasos voadores e parceiras de luta da namorada caindo no chão com tudo.

Rebecca e Bitxia haviam começado a treinar juntas, primeiro porque as duas adoravam competir uma com a outra e em segundo lugar, porque Lehen havia pedido para Bitxia ensinar Rebecca a canalizar, com segurança, a energia da curiosidade existente no universo. Lehen estava treinando Camila, ajudando Itzal a desbloquear suas habilidades e utilizar as que pertenciam a Argia também e treinando Astéri para ela usar sua essência como uma arma.

Katherine estava com Amara aprendendo a lutar como uma fênix enquanto Bella e Citrino lutavam juntos testando suas habilidades e os humanos haviam se dividido como conseguiam, às vezes recebendo algum auxílio dos deuses para estarem preparados para ataques mais pesados e desleais.

O grupo passava a maior parte do dia treinando, fosse força física, mental ou com armas. Depois, normalmente eles iam descansar o corpo e estudar algo, afinal, estavam todos focados em encontrar uma forma de neutralizar Ona já que, obviamente, ela tinha a vantagem territorial e estratégica.

— Rebecca... Posso falar com você um pouquinho? — Lehen atrapalhou o treino de Bitxia e Rebecca que estava ficando bem acirrado.

A deusa e a fênix cessaram seus ataques juntas e Rebecca pegou uma garrafa com água antes de acenar e sair junto a mulher. As duas andaram para distante da zona de treino em direção aos campos que existiam na lateral do casarão em silêncio. O rancor de Rebecca para com a mulher havia diminuído gradativamente, mas ainda era um ponto poderoso na relação delas.

Uma vez, alguém, em algum universo, disse que poucas coisas no mundo eram mais fixáveis do que a ausência de ajuda num momento de necessidade. Era impossível para Rebecca apagar toda a guerra que lutou sozinha apenas porque Lehen havia decidido não fazer parte da confusão e era difícil para a deusa da criação engolir todos os julgamentos de Rebecca sem querer retomar aquele assunto e se defender até fazer a morena lhe compreender.

— Então, o que queria falar em particular? — Rebecca questionou a encarando assim que se sentaram num banco que havia de frente para o pequeno lago, muitos metros longe de onde o restante do grupo estava.

— Como vão suas dores no peito? — a mulher questionou baixo e Rebecca a encarou surpresa. — Eu sou onipresente Rebecca, sei tudo que acontece, em todos os lugares, a todo o momento.

— Então você já sabe essa resposta — a fênix acusou e a deusa suspirou.

— Eu vejo as crises, mas não sei a intensidade, nem como te afetam. Eu não vejo a sua mente Rebecca, eu não sei o que passa por trás desses seus olhos além do básico que qualquer um que te conheça um pouco consegue ver.

Trilogia A Primeira Fênix - Livro I, II e IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora