Olá Bunnies!
Cheguei com a parte um do especial prometido pra todo mundo. Espero que gostem, originalmente essa parte ficaria de fora do enredo geral do livro, justamente por ser muito grande para ser contada, mas essa história decidiu que queria ser escrita e nada melhor que um especial para revelá-la, não?
Boa leitura, e lembrem, nem sempre o que parece é a verdade...
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Todas as dimensões são conectadas e o véu que as separa é tão, mas tão fino, que qualquer corrente de ar mais intensa o balança o suficiente parar tirar algo dos eixos. Por isso, existem fatos estranhos, pessoas iguais a você, do outro lado do mundo, alienígenas, sonhos com situações que você nunca viveu, memórias que as vezes você não lembra de ter vivido, ou perdas das memórias que tinha.
Em um universo todo conectado, nada, é por acaso...
Existe um espaço de silêncio entre o morrer e o depois do morrer, e esse espaço Rebecca conhecia bem, porque era a última lembrança que ela tinha de cada vida, indiferente do modo com o qual morreu, da dor ou da ausência dela, esse vácuo silencioso sempre existia. E era nesse vácuo que ela estava agora, ou pelo menos sentia estar.
Sua última lembrança vívida era de tudo estar quente demais para suportar, de seu sangue parecer fogo nas veias e de tudo estar fora de ordem, de sua mente não conseguir processar o que acontecia ao seu redor no tempo certo... De estar morrendo, mas não querer morrer, não poder morrer, não sem antes resolver tudo que estava acontecendo em seu mundo.
E com aquela urgência de não poder morrer, foi que seu corpo saiu do torpor silencioso direto para o caos de sons que o mundo vivo era, fazendo-a despertar, mas havia um problema que identificou assim que abriu os olhos e fitou o céu cinza e enfumaçado: ela estava viva, mas não estava em casa.
Ergue-se com uma dificuldade assombrosa, parecia que todo o seu corpo estava doendo, como se tudo tivesse sido batido de forma violenta e ela tivesse despertado logo após a batida. Ensaiou um passo, meio vacilante, afinal, cada osso de seu corpo doía como se tivesse se partido e voltado novamente.
— Caramba... — xingou baixo se apoiando na parede e fazendo uma careta ao sentir a textura sebosa e suja que a mesma tinha, atendo-se em seguida aos detalhes de onde se encontrava.
Era claramente um beco, ladeado por prédios altos, que se fosse para chutar por cima, Rebecca daria no mínimo vinte andares para cada, talvez mais, ambos cinzentos, cor de concreto, sem janelas naquele lado. Havia a sua volta algumas caçambas de lixo e sacos pretos jogados por fora das caçambas já lotadas, o que fazia ter acordado ali, extremamente nojento, não que Rebecca fosse uma maníaca por limpeza do algo do gênero, longe disso, mas acordar num chão seboso e rodeada de lixo não era uma coisa agradável.
Só de pensar nas doenças que devem ter aqui pensou fazendo uma careta. Olhou o próprio corpo em busca de um sinal do que havia lhe levado até ali, e talvez onde ali era e porque estava tão dolorida, mas a primeira coisa que notou, foi que aquele definitivamente não era seu corpo, ao menos não era seu corpo de fênix em Sugarrak, afinal, em seu antebraço, próximo ao pulso, havia uma enorme rosa vermelha, e ao redor, outras inúmeras tatuagens fechando o braço esquerdo.
Franziu o cenho analisando-as. Algumas eram completamente aleatórias, outras conectavam-se entre si como que pensadas para aquilo, e havia um nome, discreto em meio a todos os desenhos, quase imperceptível: Rosa. Rebecca não saberia dizer se era a flor ou uma pessoa, mas, se conhecendo, e supondo que a alma daquele corpo, porque sim, ela já havia aceitado que de alguma forma, estava em outro corpo, apostaria em uma pessoa.
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Trilogia A Primeira Fênix - Livro I, II e III
FantasyO mundo é um tabuleiro de xadrez onde somos reis de nossas próprias partidas e peças das partidas que ocorrem a nossa volta. Rebecca acreditava que seu mundo girava em torno de manter-se sã como rainha de um mundo, superar a morte da noiva e evitar...