Capítulo 66

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Olá Bunnies!

Capítulo mais cedo hoje porque é a minha folga e porque eu não sei como as coisas vão ficar essa semana.

Na mídia tem um pequeno mapinha pra vocês entenderem mais ou menos como é a instalação, lembrando que cada sala é em frente e abaixo da outra.

Boa leitura!

Bartinelli finalmente se pôs de pé, próximo às dez da manhã, após uma madrugada de cuidados incessantes e cautelosos para com Rebecca e se aproximou lentamente da janela da onde podia ver com clareza a tempestade que se formava desde as sete, mas que ainda não havia feito chover. O céu rugia ferozmente e os ventos sopravam com força suficiente para chacoalhar as vidraças das janelas e curvar até os galhos mais pesados das árvores, atirando seus frutos longe.

Contradizendo o cenário, Camila sorriu quando o pensamento de que, o tempo estava de acordo com o temperamento da deusa do caos, passou por sua mente, veloz e venenoso. A situação toda havia se iniciado quando Ona finalmente havia aceitado que não conseguiria despertar Rebecca tão facilmente quanto achou que aconteceria e acabou por se trancar na biblioteca alegando indisposição parar lidar com qualquer um e batendo as portas em seu caminho.

Era cômico, para a morena, saber que a maior parte daquela situação era provocada pela raiva descabida de Ona por não se sentir com poder suficiente para dominar a situação, mas também pela clara, ou pelo menos clara para intuição de Bartinelli, gama de sentimentos que Ona sentia por Rebecca que iam de confusão, raiva e irritação até preocupação, carinho e até mesmo familiaridade.

Essas sensações que a deusa do caos chamava de humanas com desprezo, pareciam, quanto mais Ona convivia com Rebecca, capazes de se instalarem aos poucos no peito da deusa, não que ela fosse assumir algo. Camila apostaria que Ona não assumiria sentir algo genuinamente humano nem que sua existência dependesse disso, e isso era um claro sinal de orgulho, um sentimento dito como humano, mas Camila que não iria contar isso para a mulher.

A sacerdotisa cruzou os braços e olhou de relance para Dylan, que estava desde as seis da manhã, estirado no chão adormecido, completamente alheio as trovoadas, descargas elétricas, ventanias e batidas de porta de Ona. Por um segundo, Bartinelli sentiu uma pontada de inveja do homem e seu sono sem preocupações após assumir que não tinha como ajudar Rebecca e pedir para ser acordado caso Camila precisasse que ele pegasse mais gelo, mesmo sabendo que ela não precisaria, pois, as criaturas de Ona estavam cuidando de tudo.

Camila queria ser assim, mas sua mente raramente se desligava para lhe permitir um sono sem interrupções, ainda mais na situação onde se encontrava, quando cada grama do seu ser queria respostas que pareciam não fazer sentido, mesmo ela tendo algumas boas teorias.

A primeira era de que todo o corpo em que a alma se afastasse o suficiente, poderia ser possuído por outra entidade que vagasse pelo cosmo, o que justificaria o medo de Ona em deixar Rebecca muito tempo adormecida, entretanto, essa teoria caiu por terra ao Camila lembrar-se de Lizzie Olivas, o corpo da alma de Caroline Gard, que ficou anos em coma e nunca foi possuído, o que significava que não eram todos os corpos com alma distante que estavam "disponíveis".

Sua segunda teoria era de que Rebecca estivesse recebendo essa energia, não como preparação para uma possessão, mas por algo relacionado a Bitxia, por conta da ligação entre elas, que num primeiro momento Camila havia descartado a existência, mas que claramente era um fato real, caso contrário uma não entraria com facilidade na mente da outra, porém essa teoria também caiu por terra ao ser rebatida com o fato de que a deusa da curiosidade não estava sofrendo alteração nenhuma e que isso não explicava a urgência de Ona em despertá-la.

Trilogia A Primeira Fênix - Livro I, II e IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora