Capítulo 63

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Olá Bunnies! Como vão?

Último capítulo de Outubro e, daqui há exatos 5 dias, APF completa DOIS ANOS e eu estou muito animada com isso. Foi um gigantesco caminho, cheio de bloqueios, mudanças de enredo, desvio de funções de personagens, chegadas de novos e partida de queridos...

Eu vou fazer um texto bonitinho no dia, eu juro, agora não vou me estender muito.

Espero que gostem do capítulo, e segurem seus corações!

Boa leitura!!

Rebecca já havia pensado várias vezes na morte, naquela e em muitas outras vidas, o que era completamente compreensível já que nunca se viu como um ser imortal, algo como Lehen, Bitxia e Ona, por exemplo, sempre acreditaram ser. Para a morena, o conceito de existir, viver e morrer era mais simples que para os deuses, ela apenas compreendia que nada permanecia eternamente igual, e estava tudo bem mudanças ocorrerem, mas definitivamente, morrer cuspindo sangue no banheiro não parecia uma morte aceitável, muito menos morrer antes da guerra acabar... Morrer deixando tudo para trás sem resolução definitivamente não estava em seus planos.

Ela tossiu vomitando mais um pouco de sangue num tom escuro e numa textura pastosa, como que coagulado, e ela nem sequer sabia da onde aquele sangue morto, porque não havia outra palavra para descrevê-lo, estava vindo, mas tinha noção de que aquilo, mais que o calor e as veias brilhantes, indicava que algo tinha ultrapassado o limite de ruim que ela conhecia.

— Merda — resmungou levando-se com dificuldade.

Era madrugada, e além dos mal-estares tradicionais que lhe acometiam aquele horário praticamente todos os dias, como uma maldição, ela sabia que estava pior após a discussão com Bitxia e a informação sobre Katherine não estar bem. Aquela simples jogada cruel da deusa da curiosidade foi o bastante para desenvolver uma espécie de crise de ansiedade em Rebecca e forçar seu corpo, já no limite, a puxar ainda mais energia, numa forma de autoproteção, que claramente, acabou tendo um efeito completamente contrário.

Andou apoiando-se nas paredes em direção a porta do próprio quarto decidida a chegar até o quarto da deusa do caos e pedir auxílio, afinal, talvez Ona soubesse como ajudá-la a diminuir aquela carga de poder que parecia que ia acabar com ela naquela noite.

Não que Ona fosse um poço de preocupação e cuidado, porque a deusa do caos não era, e se Rebecca fosse rancorosa, poderia reclamar de todas as madrugas em que teve certeza que Ona esteve desperta durante suas crises, mas nunca se pôs de pé para ajudá-la, porém a morena não era rancorosa, e tão pouco, boba. Ela sabia que a ausência de contato não "profissional" era a forma de Ona deixar claro que não eram amigas e que não havia preocupação além da com o risco de perder a "enciclopédia viva" como a própria deusa a chamava.

Um raio cortou o céu assim que Rebecca conseguiu abrir a porta pensando o quão clichê soaria quando fosse contado, séculos a frente, a história de sua morte, tendo de narrar a tempestade de verão que acometia o reino onde ela estava.

Definitivamente Rebecca não gostava de como sua existência parecia se resumir a constantes clichês como, almas gêmeas, paixão por melhores amigas, ser a escolhida de algo e tudo mais, logo, sua morte talvez soar como um clichê era um bom motivo para fazê-la lutar pelo contrário, fazê-la insistir em viver, em busca de uma quebra de expectativa, mas definitivamente, quanto mais passos dava, menos conseguia acreditar em sua capacidade de quebrar as expectativas.

Malditos outonos e tempestades, fui tudo em que conseguiu pensar mais claramente, enquanto saiu se agarrando ainda mais as paredes em direção ao quarto que a deusa do caos ocupava, e a cada passo, sua pele parecia mais febril e sua mente mais tumultuada.

Trilogia A Primeira Fênix - Livro I, II e IIIOnde histórias criam vida. Descubra agora