VI - O Senhor das Feras (4)

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Ela não faz barulho algum ao entrar no prédio, mas ele sente sua presença quando começa a subir as escadas. Algo curioso que percebeu desde o princípio foi que seu cheiro as vezes desaparece, o que era incomum, porém não o assustava de forma alguma, muito pelo ao contrário, essa sua peculiaridade a fazia única e especial para ele. Ao ouvir o barulho da fechadura sendo aberta, Johnny (o cão) se levanta depressa ansioso com o retorno de sua nova amiga.

Carmen abre a porta, seus trajes são casuais. Bermuda, camiseta, tênis, gorro e um sobretudo devido a chuva. Consigo trás sacolas de compras. Ela olha para seu novo companheiro (e amigo), dá um sorriso e diz:

– Demorei um pouco, não foi querido Johnny? Desculpe, é o hábito de escolher o caminho mais longo para voltar.

Ela passa por ele, desliza a mão em seu pescoço e costas (o que o deixa feliz) e segue para a cozinha acompanhado dele.

Ela retira o sobretudo, depois os tênis, pega uma das sacolas, que pôs em cima do balcão, e retira uma grande bandeja de plástico com carne crua moída, abre a tampa e coloca no micro-ondas. Johnny senta passando a língua em sua própria boca aguardando. Dois minutos depois o som dispara anunciando que está pronto, ela retira a bandeja e despeja metade da carne em uma grande vasilha de porcelana e o coloca no chão aonde seu amigo vai ávido comer sua especiaria. Em seguida ela se senta na mesa, que possui três cadeiras e fica encostada ao balcão, com a tigela de carne em mãos e olha para rua pela janela que fica próxima de onde está, depois olha para Johnny devorando a carne com satisfação genuína e isso a faz sorrir, um sorriso que lhe traz um bem estar. Então pega uma colher e começa a comer a carne crua juntamente com o cão.


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