Antes de tudo

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Queridos leitores,

Gostaria de compartilhar que esta história está passando por algumas pequenas mudanças. Permitam-me explicar melhor: a principal alteração diz respeito à minha forma de escrita e também ao tamanho dos capítulos.

Assim, prezado leitore, que está chegando agora, você começará a perceber essas mudanças a partir do capítulo intitulado "Convite com um pouco de caos". Esses capítulos ficarão um tanto mais intensos, se posso dizer assim. A história é dividida em duas partes: "Antes de Tudo", onde a trama avança rapidamente para fornecer contexto às interações dos personagens no "Agora".

Com esses avisos, espero sinceramente que esta história consiga cativar você e que cada capítulo dessa aventura envolvendo nossas adoradas Rafaella e Gizelly seja apreciado por você.

Sem mais delongas, boa leitura!

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Poderia começar dizendo que este não é apenas mais um conto clichê, mas não pretendo começar com falsidades. Afinal, é verdade que este romance tem suas raízes no clichê, mas permita-me destacar que, mesmo sendo inevitavelmente familiar, ele reserva surpresas inesperadas. Não me limitarei a narrar a história comum de um casal que se apaixonou à primeira vista e todas as expectativas usuais. Em vez disso, vou apresentar a trajetória de uma jovem, que vocês podem chamar de Gizelly, capaz de despertar sentimentos intensos nos corações de dois irmãos: Rafaella e Renato Kalimann.

Vocês já experimentaram a mudança drástica que a decisão de alguém pode trazer para a sua vida? Pois é exatamente dessa forma que esta jornada começa. A jovem Gizelly testemunhará sua vida ser virada de cabeça para baixo após uma escolha de seu pai, que não é exatamente conhecido por seu amor incondicional. E essa não será apenas uma mudança isolada em sua vida, mas sim o ponto de partida para uma série de transformações. De fato, Rafaella e Renato exercerão uma forte influência nesse processo.

Sem prolongar mais a introdução... Vamos começar.

Antes de tudo

· Perspectiva de Gizelly

Eu estava acostumada a viver sozinha, não me lembro muito bem de quando minha mãe partiu, era muito pequena, na verdade tinha acabado de nascer, mas me lembro de como é crescer aos cuidados de babás. Meu pai nunca teve tempo para mim, a não ser quando me cobrava excelentes notas na escola. Seu tempo era dedicado a empresa, o qual fazia questão de me dizer que era o futuro da nossa família. Mas que família? Eu quase não o vejo, recebo mais carinho das empregadas do que dele. As vezes penso que ele me culpa por ter tomado o lugar dela, da minha mãe, em sua vida.

Quando converso com minha terapeuta, ela tenta me fazer não me sentir assim. As outras pessoas me dizem o tempo todo o quanto tenho sorte de ter um pai como ele, e que sou uma criança mal agradecida. Mas eles não entendem que brinquedos, roupas caras e uma vida de luxo não supre a falta de amor e atenção. Eu só queria meu pai mais próximo a mim, que ele me desse mais atenção e não me colocasse aos cuidados de pessoas que não possui o mesmo sangue que o meu. Não que eu as odeie, mas eu quero que ele seja simplesmente o meu pai.

São seis da tarde, estou em meu quarto terminando a minha tarefa de casa quando escutou batidas na porta. No mesmo instante fico apreensiva, a Thaís sabia que eu estava fazendo ocupada com a minha tarefa, e ela não iria me interromper se não fosse algo muito importante.

Ela está comigo desde de meus oito anos, ela é incrível. Uma das melhores babás que já tive. Se bem que já estou grande demais para ter uma, por isso gosto de pensar que ela é minha melhor amiga. Ela não é como as outras, ela tem muita paciência comigo. Quando peço para assistir filmes comigo, ela não reclama de estar sem tempo. Gosto de tê-la por perto.

- Posso entrar? – Pergunta ela, aguardando na porta.

Eu sabia que tinha algo errado, ela não ficava de cerimônia comigo o tempo todo. Quando ela adotava esse comportamento já sabia que vinha coisa envolvendo o meu pai. Girei a cadeira para ficar de frente e acenei positivamente com a cabeça, respondendo à pergunta dela.

Ela veio em minha direção, escolheu senta-se na beirada da minha cama, assim ficando de frente para mim.

- Seu pai ligou, preciso que deixe suas tarefas para outra hora. Ele virá para jantar e terá convidados. – Disse ela, num tom manso, como se quisesse apaziguar algo que estava prestes a acontecer.

Meu pai nunca trouxe alguém para jantar aqui, aquilo já me deixou em alerta.

- Você sabe quem ele irá trazer? – Perguntei, mesmo sabendo a resposta. Estava na cara dela que sabia.

- Não. Ele apenas me informou que chegaria as sete, que queria encontrá-la pronta para o jantar. – Ela fez uma pausa, como se pensasse melhor nas próximas palavras que iria dizer. – Que convidou alguém para o jantar, então é melhor você se aprontar.

Eu sabia que ela estava me escondendo algo, mas não quis insistir. Ela tinha medo do meu pai, mesmo não admitindo para mim, eu sabia disso. Assim como todos os empregados. E no fundo eu sabia que também possuía o mesmo sentimento.

- Eu queria terminar a tarefa para poder ficar livre amanhã, mas tudo bem. – Murmurei.

Eu gostava de fazer minhas tarefas da escola na sexta, assim ganhava o final de semana livre para fazer o que quisesse.

- Você ainda terá tempo para fazer o que quiser, mas agora já para o banho. Daqui a pouco volto para conferir se já está pronta. – Disse ela com um sorriso forçado nos lábios.

Algo estava muito errado.

Fiz o que foi mandado, fui para o banho e me vestir conforme para receber visitas, mesmo as inesperadas.

Faltando cinco minutos para as sete, Thais retornou ao meu quarto para verificar como eu estava.

- Que mocinha linda! – Eu revirei os olhos para o comentário dela, odiava quando me chamavam de mocinha. – Vamos, está na hora de descer para esperar pelo seu pai.

- E convidado. – Completei a frase dela.

Eu estava curiosa para saber quem era tão importante ao ponto do meu pai traze-lo para jantar em nossa casa.

Não demorou muito para que eu escutasse o barulho da porta se abrindo. Eu sabia que era o meu pai. Estava descendo a escada principal quando parei no meio do caminho. Sim era ele, mas também uma mulher com duas crianças vindo logo atrás. As crianças pareciam ter a mesma idade que a minha, a mulher estava segurando a mão do meu pai. Thais me falou algo, mas não conseguir dá atenção. Meu pai de mãos dadas com outra mulher me pareceu um absurdo, me deixando em choque.

- Venha, Gizelly! – Ele me chamou.




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Caríssimxs leitorxs, para aquelxs que estão ingressando agora nesta jornada, a história começa revelando um vislumbre do passado das três figuras cruciais desta narrativa. Contudo, advirto que o tão estimado casal não florescerá de imediato, portanto, peço paciência. Empreenderei meus melhores esforços para elucidar as perspectivas de cada um diante dos eventos que revolucionaram suas vidas de maneira drástica.

Comprometo-me a estabelecer uma base sólida para esta história e a transmitir suas sutilezas de forma cristalina. É válido mencionar que nesta fase, eles ainda são jovens em plena descoberta dos sentimentos e tentam aprender a lidar com eles da maneira que lhes parece mais adequada. Assim, a narrativa nesta fase de adolescência será veloz, não porque seja menos relevante, mas para apresentar detalhes que facilitem a compreensão do ponto em que a história efetivamente ganha vida, ou seja, quando alcançam a maturidade.

Portanto... Espero que desfrutem desta leitura.

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