O caminho até o seu leito pareceu maior, a ansiedade em finalmente revelo acordado me dominava. Felicidade era pouco para o que eu estava sentindo neste momento, finalmente meu irmão estava de volta. Ele finalmente tinha acordado.
Pensei em todos os anos em que desejei isso, no quanto pedir para que ele estivesse de voltar para as nossas vidas. Então o medo tomou conta de mim, duelando contra a felicidade. Eu não podia contar para ele sobre a Gizelly e eu, ainda não. Como a doutora me orientou, eu devia tomar cuidado com o que fosse revelar para ele, e não acho que é uma boa hora para contar que casei com a sua namorada da infância.
Finalmente chegamos ao quarto leito, onde ele estava instalado.
- Ultima coisinha, Rafaella. – A dra Dani disse a parar em minha frente, ficando entre a porta. –Ela ainda não consegue manter-se ativa por um longo período de tempo. E como ela saiu a pouco da sessão de fisioterapia, acredito que ela deva estar neste momento muito cansada por conta do esforço. Então se ele não conseguir se manter acordado entenda que ele ainda está em recuperação. Não quero que você se decepcione.
- Não. Não vou decepcionar não. Tudo o que eu quero agora ver o meu irmão, é só isso.
- Lembre-se não o sobrecarregar com informações. Ok?
- Sim.
- Só mais uma coisinha. Nem sempre o Renato consegue acompanhar tudo com os olhos, eu preciso que você fique no campo de visão dele, tudo bem?
- Tudo bem. Vamos? – Eu não conseguir segurar a ansiedade, queria logo passar por aquela porta e ver meu irmão.
Não importava o que nossas vidas seriam dali em diante, eu precisava vê-lo. As consequências de decisões tomadas ao longo do tempo em que ele esteve ausente viriam, mas agora só precisava me certificar de que ele realmente estava de volta.
Respirei fundo, tomando coragem e finalmente abrir a porta do seu quarto. Porta essa que passei por cinco anos pedindo que na próxima vez que eu entrasse ali ele estivesse acordado, e esse dia finalmente chegou.
A dra Dani me deixou entrar sozinha no quarto, agradeci por isso.
Entrei devagar, com medo de que qualquer movimento errado pudesse fazer mal ao meu irmão. Sei que parece uma bobagem, mas o medo de falar ou fazer algo errado tinha tomado conta de mim.
Ele estava com os olhos fechados, talvez estivesse dormindo. Sentei devagar na beirada da cama, tomando todo o cuidado para não o acordar. Assim que sentei ele abriu os olhos, aqueles grandes olhos verdes e me encarou.
- Tato, sou eu. Você está me ouvindo. – Perguntei, quase em um sussurro.
Sim, ele tinha voltado.
Ele segurou em minha mão dando um aperto, tomei o gesto como uma confirmação. Suas lagrimas, assim como as minhas, escorrendo pelo rosto.
- Oh, meu irmão. Obrigada! Obrigado, você voltou. Você voltou.
Ele não me disse nada, mas ele sabia que eu estava ali.
O abracei com cuidado.
Me demorei por um tempo ali, o abraçando com cuidado.
Um tempo depois me afastei, segurei novamente a sua mão.
- Me mostra mais uma vez, me mostra que você está me ouvindo. – Pedir para ele, e assim ele apertou três vezes a minha mão. – Oh, Tato. É bom demais para ser verdade, eu não estou acreditando. É bom demais pra ser verdade. Meu Deus do céu, Tato. Eu não estou acreditando que você está ouvindo, que você está respondendo.
- fi...
- Calma. Calma, Tato. Calma.
Ele estava tentando falar, mas eu tentei acalma-lo. A doutora tinha avisado que ele tinha feito muito esforço a pouco tempo, que precisava descansar. Que eu não o sobrecarregasse, então tentei fazer com que ele se acalmasse e não fizesse uma força excessiva.
- Calma, é só apertar a minha mão. – Pedi para ele se comunicar assim, pois lhe pouparia tanto esforço.
- Mi. Nha. Fi...- Ele começou a balbuciar.
- Sua filha. É sobre a sua filha que você quer saber? - Completei a sua fala, e em resposta ele apertou a minha mão confirmando que realmente era que ele estava tentando falar. – Ela está linda, maravilhosa. Parecida com você, assim que o doutor autorizar a trago, está bem?
Ele abriu um largo sorriso que me fez sorrir junto com ele.
O Renato estava perguntando pela Sofia, ele realmente sabia que ela era a sua filha. Quando saímos na noite do desastre ainda restava uma dúvida em seu coração, mas agora. Agora não restava nada além de desejo em vê-la. Isto aqueceu o meu coração.
- Oh meu irmão, que saudade dos seus olhos. Vai dar tudo certo, vai dar tudo certo. Tem que dar. Tem que dar porque a gente merece. Você merece mais do que ninguém.
O filme começou passar em minha cabeça. Imagens da nossa infância junto vieram fortes e tão intensas, aos poucos se misturando com as lembranças da nossa adolescência. Imagens do acidente tomando espaço entre essas boas lembranças, por fim as inúmeras visitas que fiz neste mesmo quarto encontrando meu irmão preso em um sono profundo.
Seus olhos fechados, corpo inerte em cima desta cama. O desejo de poder novamente olhar no fundo dos seus olhos e encontrar vida neles finalmente estava tornando-se realidade.
Não conseguir conter o sorriso em meu rosto, fruto da felicidade que estava sentindo ao tê-lo de volta. E receber o seu sorriso em resposta fazia com que o meu próprio se inflama-se ainda mais.
Então ouço duas batidas leves na porta.
Era a doutora Dani, ela tinha retornado.
- Então, vamos nos despedir? – Disse ao abrir a porta. – Nos despedir para que ele não se canse muito. Um pouquinho de cada vez como a gente combinou.
- Tudo bem. – Disse olhando para a doutora. – Eu queria poder não sair de perto de você, estou tão feliz, mas vou deixar você descansar. – Voltei minha atenção para o meu irmão.
- Eu. E. – Tato tentou falar.
- Não. Não se esforce tanto, estarei de volta logo, logo. – Disse apertando sua mão.
- Você precisa descansar, logo sua irmã retorna-la para visitá-lo. Vocês têm muito tempo pela frente. – Disse a menina num tom doce.
- Isso. Temos muito tempo, meu irmão.
- Filha. Gi. – Tato conseguiu falar.
- Sim, elas também irão vir. Eu prometo. – Sorrir para ele.
Após dar mais um abraço com cuidado e depositar um beijo em seu rosto, finalmente conseguir me levantar daquela cama e sair para que ele pudesse ter o seu descanso.
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Pessoas lindas do meu coração, sei que demorei um pouco, mas tenho justificativa. Se não bastasse estar escrevendo duas fics simultaneamente, agora não tenho mais tanto tempo livre para me dedicar a elas, mas estou tentando ao máximo não atrasar a história. Eu amo o fato de vocês a acompanhar, mesmo ela tendo um alcance menor do que as outras, sinto tanto, mas tanto orgulho de escrevê-la e ver que vocês estão sendo fiéis a ela e não desistindo de acompanhá-la. Deixo aqui toda a minha gratidão, e nunca vou me cansar de dizer o quanto sou grata por cada um de vocês.
Beijos e até breve ;*
Juro que desta vez a demora ira ser pouca ;)
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A vida da gente
FanfictionPoderia começar dizendo que este não é apenas mais um conto clichê, mas não pretendo começar com falsidades. Afinal, é verdade que este romance tem suas raízes no clichê, mas permita-me destacar que, mesmo sendo inevitavelmente familiar, ele reserva...