Força da natureza

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Sofia vinha tendo contato constante com o Renato, por intermédio de Gizelly. Porém, desde que o Renato saiu do hospital, Sofia regressou. Voltou a se recusar a visita-lo, mesmo eu dizendo que desta vez eu estaria presente. Então não a forçamos, apenas deixamos que ela decide quando voltaria a querer vê-lo novamente.

- Mas pensei que hoje Renato e eu... – Alterno o olhar entre ela e Gizelly. – Poderíamos te buscar na escola, tudo bem?

Sofia fica em silêncio.

- Tudo bem eu fazer isso? – Pergunto a Gizelly sem emitir nenhum som.

Ela apenas assente com a cabeça.

- Você não quer que sua mama vá lhe buscar com o Renato, Soso? Me parece algo legal, não acha?

- Hmm. – Ela levanta a cabeça, encarando Gizelly. – Não sei... É legal a mama me buscar, mas não sei se vai ser legal com o Renato também.

- Que tal aceitar para ver se realmente será legal ou não? – Gizelly sorrir para ela.

- Hmmm. Tudo bem.

- Tudo bem? – Pergunto incrédula.

- Sim, tudo bem, mama. Ele pode me buscar com você.

Minha manhã não poderia estar melhor, estaria na companhia do meu irmão, o levando para visitar alguns lugares da cidade que frequentávamos antes de tudo acontecer, e depois iriamos juntos buscar nossa pequena Soso. Realmente não poderia estar melhor.

Depois de conversarmos um pouco mais sobre o assunto, me despedir da Gizelly e Sofia para ir buscar o Renato.

- Meus Deus, eu não acredito. Nós dois juntos de novo. – Digo com um largo sorriso. Renato estava sentado no banco do passageiro ao meu lado.

- E o melhor, livres, leves e soltos. – Ele sorrir. -  Eu estou livre, leve e solto.

Estávamos a caminho da nossa primeira parada, de dois que faríamos, a biblioteca central. Era um dos lugares que mais gostávamos pela localização e pela estrutura. Ela foi construída no meio de um parque arborizado. Então o som dos pássaros era o fundo sonoro constante e chamativo do local. Trazendo uma sensação de encantamento a quem estivesse ali. Então foi muito fácil se perder no tempo e passar umas boas duas horas ali, entre conversa sobre sua recuperação, sobre um ou dois livros que tentamos ler das prateleiras próximas a mesa que escolhemos para ficarmos e sobre coisas sem muito significado.

Então duas horas mais tarde, fomos fazer uma pequena caminhada pelo parque norte. O que a princípio fiquei um pouco receosa por se tratar do mesmo em que entramos com Gizelly e, pela primeira vez, Sofia. Mas eu precisava o mostrar onde foi o local que a pequena Soso deu seus primeiros passos. Lhe contar um pouco mais daquele dia no local me pareceu uma ótima ideia.

- Eu fiquei tão boba naquele dia, que não conseguir tirar o sorriso do meu rosto nem mesmo quando fui dormir. – Digo enquanto caminhávamos em direção ao carro.

- Imagino. – Suspirou ele. – Ela deve ter sido uma neném muito esperta.

- Sim, muito. A pobre da Thais que o diga. – Dou risada com a lembrança. – Quando a Gi a chamou para cuidar da Soso enquanto começamos a ter uma rotina cansativa, Sofia a fez ficar de cabelos brancos.  Tudo o que ela podia fazer para chamar atenção fazia, de birras a choros. Ela estava acostumada a nos ter o tempo todo, e essa mudança a afetou, o quem pagou por isso foi a Thais.

- Santa Thais.

- Sim, santa. Você sabe muito bem como Gizelly era um furacão nos seus onze anos, agora imagine isso em uma criança de dois, três anos, porem com muito mais energia. Eu a peguei pendurada na arvore com apenas três anos, fiquei com o coração na mão. Não é à toa que a chamo de minha pequena furacão.

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