Alguém ainda aí? 👀
Capítulo sem revisão.
Boa leitura 😉
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Perspectiva Gizelly
Eu observava Rafa dançando com nossas amigas. Bianca estava atrás dela, suas costas roçando as de Rafaella enquanto ambas seguiam o ritmo da música. Mariana parecia orbitar entre as duas, de um jeito engraçado e, ao mesmo tempo, como um pequeno ciclone. Ao lado delas, Marcela e Luiza dançavam agarradas, num compasso diferente, no próprio mundinho. Sorri, identificando-me com elas. Se eu estivesse lá, Rafa e eu estaríamos como Marcela e Luiza, dançando no nosso ritmo, no nosso mundo.
Manu e eu decidimos ficar sentadas à mesa que nosso grupo havia escolhido para finalizar a noite, comemorando o sucesso do evento promovido pela minha esposa. Minha esposa. Mesmo depois de tantos anos, eu ainda sorria ao me referir a ela assim. Rafaella se tornou meu tudo, de uma forma que eu jamais poderia imaginar. Recordo-me da nossa infância, da noite em que o homem que se dizia meu pai a trouxe, junto com Renato, para a minha vida. Aquele jantar realmente mudou tudo. Depois disso, minha vida passou a ter mais cores, e a chegada deles tornou tudo mil vezes melhor. Ter Genilda como madrasta, apesar de sua atitude amarga, acabou valendo a pena. E pensar que fiz da vida de Rafa um caos... Sorrio, lembrando de todas as vezes em que a obriguei a fazer coisas contra sua vontade, como subir em uma das tantas árvores do nosso quintal. Ela sempre embarcava nas minhas traquinagens.
Hoje vejo que estávamos destinadas uma à outra, que tudo o que aconteceu teve seu tempo certo. O que temos é tão real e forte, arrisco dizer, incomparável. Não desvalorizo o que senti por Renato; eu realmente o amei. Foi um amor adolescente, puro e cheio de sonhos, e eu tenho consciência disso. Hoje, vejo esse amor como uma etapa, um meio para o fim. Não me entenda mal. Quando somos jovens, nossos sentimentos parecem ser o fim do mundo. Mas agora percebo que o que eu sentia por Renato era raso, comparado ao oceano que sinto por Rafaella. Não me arrependo desse amor juvenil, pois dele nasceu o meu maior tesouro, nossa pequena Sofia. Do amor que tive por Renato, hoje resta a gratidão por ele me ter dado ela. Compreendo o medo de Rafaella de que eu ainda o amasse, entendo por que ela entrou em crise quando ele acordou do coma, temendo que eu fosse deixá-la para estar com ele.
Com Rafaella, tudo foi diferente. Ela sempre me amou, arrisco dizer, desde o momento em que me viu descer aquelas escadas, quando tínhamos dez anos. Seu amor juvenil foi por mim, e seu amor para a vida também. Então eu entendo, realmente entendo, quando ela temeu me perder. Ela teve que suportar calada enquanto eu estava com seu irmão, suprimindo seus sentimentos em prol da felicidade dele e da minha. Ainda me lembro da vulnerabilidade dela quando finalmente a enxerguei, quando vi, de fato, a mulher incrível que esteve ao meu lado o tempo todo. Foi ali, em seus braços, que percebi o amor da minha vida.
Quando me declarei para ela, Rafaella achou que eu me referia a outra pessoa. Mesmo após tantos anos juntas, eu dizendo que a amava, eu ainda percebia sua insegurança, sua dificuldade em acreditar que eu estava ao seu lado por escolha. Tornar essa vulnerabilidade em pó virou meu objetivo, e vê-la finalmente segura do meu amor aquece meu coração. Renato não significa nada além de ter me dado minha filha, minha Soso, por quem serei eternamente grata. Não amo Renato, não romanticamente. Meu coração pertence única e exclusivamente a Rafaella. Ela e Soso são minha vida, a família que construímos é meu bem mais precioso. E eu não trocaria o que temos por absolutamente nada.
— Eu não queria tirar esse sorriso ridículo da sua cara, mas deixa eu pesar um pouco o clima aqui. — Manu chamou minha atenção.
Volto-me para minha amiga, confusa.

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A vida da gente
FanficPoderia começar dizendo que este não é apenas mais um conto clichê, mas não pretendo começar com falsidades. Afinal, é verdade que este romance tem suas raízes no clichê, mas permita-me destacar que, mesmo sendo inevitavelmente familiar, ele reserva...