Quando cheguei, encontrei as duas assistindo a um filme de animação infantil. Assim que me viram, as duas se puseram de pé, sendo que Sofia assim que se estabilizou correu em minha direção.
Fui recebi por beijos da menor, assim como também recebi alguns da maior quando ela nos alcançou. Nenhuma demonstrava chateação pelo meu esquecimento e atraso, mas sim felicidade pela minha chegada. O que me fez derreter ainda mais de amores por elas.
Uma hora mais tarde estávamos as três sentadas na pequena mesa da cozinha, sempre a escolhemos para as nossas refeições por ser mais intimista, nos dando uma sensação mais do que bem vinda de calor familiar, compartilhando uma de nossas refeições favoritas enquanto conversávamos sobre como o dia de cada uma tinha sido.
- Ele colocou o lápis dentro do nariz, mesmo a tia Nanda dizendo que era errado. – Sofia revirou os olhos ao contar sobre o coleguinha de classe. – Como ele pode ser tão bobo, mama? É tão bobo colocar lápis dentro do nariz e muito nojento.
- Não sei, meu anjo. – Responde Rafa levando a pergunta da pequena a sério. – As vezes algumas pessoas não pensam muito sobre as suas atitudes, mesmo que isso possa as machucar.
- A tia Nanda não deixou que ele continuasse com os lápis.
- Ela fez o certo. – Digo. – Se ele insistiu com sua atitude errada, ela fez bem em não o deixar usar os lápis.
- Ele é tão bobinho.
O assunto se prolongou até um pouco mais depois do jantar.
Enquanto Rafa e eu retirávamos a mega e organizávamos a louça Sofia continuou a relatar sobre os acontecimentos em sua escola e de como alguns amiguinhos insistiam em não crescer, segundo ela, o que volta meia nos fazia rir com o seu modo de falar sobre eles.
Minutos mais tarde, já estávamos a colocando na cama após supervisiona-la em sua higiene antes de dormir.
Estávamos as três deitadas em sua pequena cama, Rafa e eu nas extremidades enquanto ela se encontrava no centro.
- Amanhã vamos visitar o Rafael, tudo bem? – Pergunto, tentando ao máximo disfarçar o medo de que ela tenha voltado atras em sua decisão em nos acompanhar.
Ao invés de responder a minha pergunta, Sofia desvia o seu olhar do meu e passa a encarar Rafa antes de dizer.
- Mama, a senhora também vai, não é?
- Claro que irei, minha pequena. – Ela abrir um largo sorriso para a nossa filha.
- Então tudo bem, mamãe. – Ela volta a olhar para mim ao responder a minha pergunta. – Vou visitar o Rafael com vocês.
Dou um beijo em sua testa, meu coração se enchendo de felicidade.
- Então combinado. – Sorrio para minha pequena. – Podemos almoçar na bisa e depois de lá podemos ir para o hospital, o que acham?
Intercalo o olhar entre as duas.
- Visitar a bisa amanhã? Eba! – Sofia se agita, e antes que ela levante da cama, eu a puxo de volta para o seu lugar.
- Ei, mocinha. Segura a emoção. – Digo rindo.
- Por mim, esta mais do que combinado. – Diz Rafa também rindo.
Com a ponta do dedo indicador coloco uma mecha do cabelo da pequena atras de sua orelha.
- Então feito. – Digo. – Então vamos tratar de descansar, amanha será um longo dia.
Depois de dez minutos e de duas histórias contadas por Rafa, sendo a ultima inventada por ela, finalmente conseguimos colocar nossa pequena para dormir.
Estávamos agora deitadas em nossa cama.
- Estava pensando. – Diz ela de repente.
- No quê?
- Acho que preciso contar para o Tato sobre a gente. – Ela esta sentada na cama, suas costas apoiadas na cabeceira. – Não que eu não esteja feliz que a Soso tenha aceitado a nos acompanhar, pelo contrário, eu estou muito feliz. Mas desde que saímos da sessão uma coisa não sabe da minha cabeça.
Ela se vira para me encarar.
- A Soso não vai se referir a mim como tia, mas sim como sua mama, e eu sei que isso irá chamar a atenção do meu irmão. Então eu pensei em abrir o jogo de uma vez por todas com ele.
- Você realmente quer fazer isso neste momento? – Pergunto de forma cautelosa.
Eu mais do que ninguém sei do quanto ela teme esse momento, e tomar essa decisão é um passo grandioso, não só para ela, mas também para o seu relacionamento com o irmão. E u disse, mesmo que não concordasse em manter isso escondido dele, eu sempre a apoiaria seja qual fosse a sua decisão.
- Sim. – Ela pega a minha mão, começando a fazer carinho no dorso com o seu dedão. – Na verdade, já passou da hora de fazer isso. Ele merece saber por mim de tudo o que aconteceu enquanto dormia. Eu conversei com a Dani esta tarde por telefone, uma conversa breve, mas que me ajudou em minha decisão. Contei para ela o que pretendo fazer, assim como também contém da decisão da Sofia em visita-lo. Ela só me pediu para conversar com ela pessoalmente antes disso, então você e Soso entram enquanto eu converso com ela.
- Você não vai entrar conosco?
- Não inicialmente, como disse, você irá entrar na frente enquanto eu converso com a Dra. Dani, não será algo demorado. Provavelmente era irá me orientar de como abordar o assunto, ela tentou adiantar algumas coisas por telefone, mas me disse que seria melhor pessoalmente. Enfim, amanhã você entra com a Soso enquanto eu converso com ela.
- Tudo bem. – Aperto sua mão com a intenção de lhe passar apoio. – Vai dar tudo certo.
- Assim espero. – Ela rir sem realmente sentir humor. – Tenho medo do que irá acontecer depois de lhe revelar tudo sobre você e eu, eu realmente não sei o que esperar do meu irmão, mas torço para que aconteça o melhor.
Me levanto e me posiciono em seu colo, com uma perna de cada lado de seu corpo. Seguro seu rosto com as duas mãos enquanto começo a lhe afagar com os dedos de maneira suave.
- Vai dar tudo certo. – Prendo o meu olhar no seus. – E se não der, juntas encontraremos uma maneira de fazer dar. Você não teve culpa pelo o que aconteceu com o Tato, muito menos é culpada por nos apaixonar. Nem ele, nem ninguém pode te culpar por se apaixonar por essa morena gostosa aqui.
Tento tornar o clima um pouco mais leve fazendo graça, o que dar certo. Rafa, que antes tinha um semblante preocupado, agora esbanja um largo sorriso safado para mim.
- Realmente, quem iria resistir a uma gostosa como você? – Diz ela, suas mãos passeando pela lateral do meu corpo.
- Além de gostosa. – Retiro as mãos do seu rosto, as levando até seus cabos, os agarrando. Me aproximo de seu pescoço deixando um beijo suave em sua pele exposta antes de subir um pouco mais até o lóbulo da sua orelha e o mordiscar. – Muito boa na cama.
Inicio um movimento de vai e vem forçando minha intimidade contra a dela. O que a faz apertar a minha cintura, enquanto me pressiona para baixo aumentando a ficção.
- Você está jogando muito baixo, amor. – Ela diz, num tom rouco.
- Posso jogar ainda mais baixo. – Agarro seus cabelos com um pouco mais de intensidade para enfatizar o que eu acabei de dizer.
O que arrancar um gemido da maior.
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A vida da gente
FanfictionPoderia começar dizendo que este não é apenas mais um conto clichê, mas não pretendo começar com falsidades. Afinal, é verdade que este romance tem suas raízes no clichê, mas permita-me destacar que, mesmo sendo inevitavelmente familiar, ele reserva...