Atitudes questionáveis

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- Não precisa, se você não quiser, meu amor. – Disse Gizelly.

- Eu não quero. Se ele for, a mama não vai, não é? E eu não quero que isso aconteça.

- Não necessariamente, minha pequena. Ele pode ir comigo ou com a sua mama. Para ele ir não precisa que deixemos de ir também, não se assim você não desejar. – Explico.

- Hum... – Ela faz uma pequena pausa antes de continua. – Eu não sei. Agora eu não quero, tudo bem? Eu não quero que as coisas mudem.

Sinto uma pequena pontada de tristeza em sua voz.

- Tudo bem, meu amor. Como dissemos para você, nada irá acontecer sem que você queria. Não vamos te obrigar a nada. Você irá vir visitá-lo quando desejar, assim como só irá fazer algo com o Renato quando estiver com vontade. Nem a Rafa, nem eu, iremos te obrigar a fazer qualquer coisa que seja. Entendeu?

- E sobre as mudanças. – Completo. – Elas acontecem em nossas vidas sem que a gente tenha controle sobre elas, mas isso não significa que isso nos impeça de impedir que aconteça mudanças indesejadas. Pode ficar tranquila, sua mãe e eu lutaremos para que nada mude em sua vida, pelo menos não mudanças indesejadas que irão te fazer ficar triste. Você é a coisa mais valiosa e importante em nossas vidas. E sempre iremos garantir que você esteja bem e feliz, minha pequena.

- Sim. Nunca tenha dúvidas sobre isso. – É a vez de Gizelly depositar um beijo em sua bochecha gorducha. – Não se preocupe com as mudanças, deixe isso com a gente. Só se preocupe em continuar sendo essa filha maravilhosa que é.

Gizelly nos envolve em um abraço coletivo, que faz com que Sofia proteste em desaprovação pelo ato.

- Não, mamãe. Assim você vai nos esmagar.

- Só se for de amor. Vou esmagar os amores da minha vida com tanto amor que tenho aqui dentro.

Eu só consigo rir.

- Solta mamãe. Está nos apertando. – Soso continua a reclamar.

- Eu gosto de ser apertada. – Digo, e logo me arrependo ao ver os olhos de Gizelly ganharem uma intensidade, já bastante conhecida por mim, com minha frase.

Aquele não era a hora nem lugar para começar a sentir o que aquele olhar me causava.

- Sim, a mamãe gosta. – Mesmo falando de forma casual, seu tom rouco me atingiu.

- Mas eu não gosto. Por favor mamãe, solta a gente.

- Tudo bem, já soltei. – Diz Gizelly ao se afastar e voltar a se acomodar ao meu lado.

- Sabe o que eu gosto? – Soso pergunta com uma carinha sapeca.

- O quê? – Gizelly e eu perguntamos em uníssono.

- Assistir filme com minhas mamães enquanto tomo sorvetinho. – Ela abre um largo sorriso.

- Mesmo? – Gizelly arqueia uma sobrancelha.

- Sim, sim. Muitão.

- Eu também gosto muitão disso. – Digo de forma cumplice.

-  Duas sem vergonha.

- Que você ama. – Mostro a língua para Gizelly.

- Meu Deus, Rafaella. Isso é lá coisa para se fazer na frente da sua filha? Belo exemplo.

A repreensão de Gizelly só fez com que a Soso e eu explodisse em galhadas.

- Sinceramente, eu não sei o que faço com as duas. – Gizelly cruza os braços na frente do corpo.

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