· Perspectiva de Rafaella
Aproveitei que a Gizelly foi colocar a Soso na cama para responder alguns e-mails sobre a nova coleção, ela iria ser lançada na próxima sexta-feira. E conforme os indicativos, tinha tudo para ser um sucesso logo na pré-venda, que seria liberada na quinta-feira. Quando já estava respondendo o ultimo Gizelly retornou para o nosso quarto.
Logo percebi que tinha algo errado, seu olhar estava um pouco perdido. Coloquei o tablet na mesa de cabeceira e a chamei. Ela sentou-se ao meu lado, passei os braços por sua cintura.
- O que aconteceu? – Perguntei num tom suave.
Ela deu um longo suspiro antes de falar.
- Ela realmente quer ter uma irmãzinha. Mas... mas.
Fiz com que ela se sentasse de frente para mim, assim poderia ver o seu rosto.
- Mas?
- Mas eu não sei se quero ter outro filho, não sei nem se você quer ter. Eu nunca perguntei a você, você deve querer, não é? Eu sou egoísta, é claro que você quer ter filho. Como eu nunca pensei nisso? – Ela disparou em falar.
Segurei em seus ombros, dando duas sacodidas leves.
- Calma. – Pedir dando um sorriso para ela. – Eu já tenho uma filha, esqueceu? Não precisa desespero. Sim, eu penso em ter mais um, mas não agora. Você não pensou porque ainda não tinha chegado o momento, está tudo bem.
- É temos. – Ela sorriu ainda triste para mim. – Desculpa por nunca ter conversado contigo a respeito.
- Não precisa pedir desculpas. – Passei o dedo indicador na lateral do seu rosto. – Estamos começando a frear as nossas vidas agora, antes tinham milhares de coisas para dar conta sem ao menos saber por onde começar. Temos muito tempo pela frente ainda, não precisamos falar sobre aumentar a família agora.
Ela se atirou para a frente, me abraçando. Depois de um tempo em silêncio, ela se afastou.
- Ela queria desistir do filhote. – Disse
- Desistir, sério?
- Sim. Disse que o filhote daria muito trabalho e por esse motivo eu não iria querer dar um irmãozinho para ela, então era desistiria para poder ter.
- Temos uma filha linda e muito esperta, não é.
- Nem fale. Puxou a mim, é claro. – Ela sorriu pela primeira vez desde que voltou para o nosso quarto.
- Sério, não me dia. – Estreitei os olhos para ela.
Ela segurou a minha mão com as suas duas.
- Eu realmente nunca pensei em ter mais uma, e você mais do que qualquer um sabe como foi para mim ter a Sofia. Além do mais, tem o seu irmão... - Ela abaixou a cabeça.
Eu sabia o que ela queria dizer.
Volta e meia pensava como iria ser quando ele acordasse e tivesse que lidar com a nova realidade. Onde eu estava casada com a menina que ele amou na infância e criando a sua filha em seu lugar. Ter outro filho era algo complicado para uma história já bastante complicada.
Eu a puxei novamente para um abraço.
- Eu sei, é complicado.
- Não é que eu não queira, na verdade eu iria amar, mas não sei se estou pronta. – Ela sussurrou com a cabeça apoiada em meu peito.
- Também iria amar, mas não vamos pensar nisso agora. – Disse tentando acalma-la.
- Eu disse que iria pensar para ela.
- Mesmo?
Ela se afastou novamente do meu abraço, me encarando.
- Sim.
- Você disse isso para ela ficar não insistir? – Não queria que tivesse soado como uma pergunta, mas era tarde demais.
- Não. Eu realmente vou pensar, ou melhor, precisamos pensar e conversar a respeito. – Ela fez uma pequena pausa. – Mas quero pensar com calma, sem pressa para tomar qualquer decisão, sabe?
- Sim, sei. – Disse.
- Não é que eu não quero, eu só preciso pensar a respeito.
- Entendo. Temos todo o tempo para pensar, vamos nos concentrar agora só em fazer o sorriso lindo, que eu amo muito, voltar para esse rostinho. Não se preocupe, temos bastante tempo. As coisas irão acontecer no momento certo, sem pressa, sem complicações. Principalmente sem dúvidas.
- Sim. – Ela fez um biquinho antes de continuar. – Que desta vez venha a minha cara, não quero outra cópia sua. – Brincou.
Eu a puxei deitei por cima dela, prendendo-a. O que a fez dar um gritinho.
- O que você quer dizer com isso, Gizelly? – A encarei, meu rosto a poucos centímetros do dela.
- Não é justo eu carregar nove meses e sair novamente a sua cara. – Ela revirou os olhos.
- E quem disse que tem que ser você a carregar desta vez.
- Você iria querer carregar? – perguntou espantada, arregalando os olhos.
- E por que não? – Sorrir para ela. – Claro que eu quero carregar um bebê, metade eu, metade você... – Levantei sua blusa e comecei a fazer uma trilha com beijos nela. – Uma parte de nós duas. Sei que daríamos a vida por ele... assim como somos capazes de fazer pela Soso.
- Sim, daríamos a vida por ela. – Suas palavras soando como um gemido em resposta ao meu toque.
- Já pensou, uma copia sua correndo pela casa. Um serzinho de cabelos castanho e olhos amendoados, de pele morena correndo atrás de uma loirinha de pele clara, com os cachinhos loiros soltos. – Dei uma mordida na lateral do seu corpo, o que a fez arquear em minha direção.
Agarrando a bainha da sua calça de moletom, comecei a despi-la lentamente, a deixando de calcinha. Depois voltei a atenção para a sua blusa, a tirando da mesma forma, com lentidão.
- Já imaginou? – A puxei para cima, para que pudesse retirar o sutiã. – Seria mais do que perfeito, não? – Capturei com a boca um dos seios, o que a fez gemer.
Me afastei para que pudesse retirar as minhas próprias roupas, mas antes me certifiquei de trancar a porta do quarto. Não queria ser surpreendida se por um acaso a Sofia acordasse e decidisse vir para o nosso quarto.
Quando tirei a última peça, Gizelly me encarava com os olhos em brasa, o que me deixava com mais sede dela. Apenas o seu olhar conseguia colocar o meu corpo em chamas.
Minha vida ao seu lado era maravilhosa, não podia reclamar de nada, mas pensar em ter mais um filho era algo que eu iria amar se acontecesse. Mas não iria pressiona-la. Tudo em seu tempo. Caminhei de volta para a cama, aproveitando para me deliciar com a visão dela nua a minha espera.
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A vida da gente
FanfictionPoderia começar dizendo que este não é apenas mais um conto clichê, mas não pretendo começar com falsidades. Afinal, é verdade que este romance tem suas raízes no clichê, mas permita-me destacar que, mesmo sendo inevitavelmente familiar, ele reserva...