Grande noite

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Perspectiva de Rafaella

Mergulhei de cabeça na preparação para o evento de apresentação da minha nova coleção. Entre a animação pulsante e os nervos à flor da pele, parecia a primeira vez que organizava algo tão grandioso. O nervosismo peculiar vinha da presença inédita do meu irmão, ao meu lado. Era um momento especial, a primeira vez que ele participaria, completando assim a presença fundamental da nossa família. Apesar do clima tenso que se estabeleceu durante o aniversário de Sofia, depois do nosso programa em família, onde conseguimos ter uma conversa aberta e franca mantenho uma chama de esperança de que tudo irá ficar bem. Giselly ainda se mantém cética, o que não tiro sua razão, mas eu quero acreditar que as coisas irão permanecer bem entre todos nós.

À medida que os dias avançaram, percebi que Sofia estava se aproximando cada vez mais do Tato. Embora ela ainda não o veja como pai, como ele deseja posso concluir, Renato demonstra uma felicidade evidente com essa pequena grande evolução. Agora, ele se tornou o "tio Tato", deixando de lado a formalidade de "Renato".

Uma vez por semana, Renato se junta a nós para o jantar, transformando esse momento em uma celebração das aventuras e desventuras da nossa pequena. Essa mudança sutil, de simples Tio Renato a "tio Tato", trouxe uma dinâmica mais leve e descontraída às nossas interações familiares. É reconfortante perceber o quão equivocada eram os meus ataques de pânico. Aquele medo irracional em achar que o que eu construir ao lado de Giselly era frágil, que a volta do Renato em nossas vidas poderia destruir tudo. Sim, eu fui muito insegura, eu sou ainda e não me orgulho em admitir. Mas também consigo ver minha evolução, assim também tenho noção da força de Giselly em me suportar e estar sempre ao meu lado, me assegurando de que nosso amor não é passageiro, de que ela estaria sempre disposta a estar ao meu lado seja como fosse. Assim como meu lugar no coraçãozinho é na vida da nossa pequena princesinha Sofia nunca iria deixar de me pertencer.

— Por que esse sorriso digno do Gato de Cheshire? Está me assustando.

Instantaneamente, fecho o sorriso, revelando descontentamento.

— Não estou sorrindo assim. - Cruzo os braços, expressando meu desconforto. - Apenas estava feliz em apreciar a mulher que tenho, mas parece que estou te assustando.

Giselly sorri agora, aproximando-se de mim, com um brilho travesso nos olhos, continua a me provocar.

— Mesmo parecendo o Cheshire, você continua linda. Me apreciando? Gostei disso.

Eu reviro os olhos, mas não consigo conter um sorriso.

— Apesar de terem olhos parecidos, prefiro os tons dos teus. - Ela me aperta pela cintura. — Teus olhos têm esse brilho especial que me cativa sempre. E esse sorriso só intensifica tudo, especialmente quando está tão amplo assim. O que me faz pensar qual o motivo por trás. - ela arquear as sobrancelhas provocativamente.

— Ok, ok, pare de brincadeira. Você sabe muito bem o motivo desse sorriso.

Giselly me dá um beijo suave.

— Ah, realmente não eu sei, meu diva, mas adoraria ouvir os motivos saindo desses lábios maravilhosos.

Ela desliza o dedo indicador suavemente sobre meus lábios. Brinco, simulando uma mordida, e ela os retira ágil, soltando uma risadinha.

— Maravilhosos? - sinto que é a minha vez de provoca-lá

— Sim, maravilhosos, mesmo quando estão no modo Cheshire. - ela diz mordendo o próprio lábio inferior segurando o riso.

— Você vai insistir nisso o dia inteiro, não é?

— Não sei, possa ser que sim.

— Bom, se é para me comparar com o Gato de Cheshire, ao menos prometo não sumir gradualmente. - Sorrio, provocando-a de leve.

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