· Perspectiva de Rafaella
Nem bem amanheceu, a tirada a hippiezinha fez questão de nós acordar. Nos chamando para presenciar o nascer do sol, o que me fez odiá-la ainda mais. Todas as meninas, inclusive Gizelly, tinha caído em seu papinho de boa moça e good vibes, mas algo nela me deixava irritada e com dez pés atrás.
Aquela viagem tinha tudo para ser perfeita, se não fosse a aparição dessa loira aguada. Sempre tocando, e chamando a tenção de Gizelly. Aquilo estava me dando nos vernos.
Essa era para ser nossas férias, mas estava se tornando um pesadelo. Logo ela iria para uma faculdade e começar a trabalhar com o pai, eu estava com medo do que isso iria causar em nossa relação. Por mais que eu a ama-se, sim, eu a amo, decidir que iria bancar a melhor amigas dos sonhos de qualquer garota. Mas isso estava me custando muito, eu queria contar para ela que depois do beijo tudo mudou, que eu queria mais. Que eu a amava e não a via só como minha meia irmã barra melhor amiga. Queria contar que eu estava perdidamente apaixonada por ela.
Tinha decidido que usaria essa viagem para revê-la os meus sentimentos, mas estava sendo mais difícil do que eu pensei. Não conseguir ficar um minuto a sós com ela.
- Vamos meninas! – Apressou Marcela com a voz animada.
-O que é isso, um sonho? Ou seria um pesadelo? Porque, puta que pariu, isso é hora? Eu juro que vou cometer um crime, vou acabar em uma instituição de menor infrator por ter matado uma certa loira na porrada. – Disse Bianca, com a voz ainda rouca por ter acabado de acorda.
- Poderia facilmente ser sua cumprisse. – Disse irritada.
- Gente, pelo amor não são nem sete. Voltem a dormir. – Pediu Manu com a coberta cobrindo a cabeça.
- Não, vamos ver o nascer do sol meninas. Deixem de preguiça.
- Eu juro que vou matar essa loirinha. – Disse Bianca.
- Meus Deus, devo ter morrido e ido direto para o inferno. – Resmungou Gizelly.
- Gente, logo vamos ter que visitar a tribo que tem a que perto, então nada melhor do que repor nossas energias recebendo os primeiros raios do dia.
Aquela positividade que eu tanto pregava estava sendo fortemente questionada. Juro que estava tentando ver sempre o lado bom das pessoas, mas essa garota estava testando a minha paciência.
Sammy foi a única que não acordou com a alegria nada contagiante da Marcela.
- Sério, amiga? Volta para cama e dá um tempo. Fomos dormir muito tarde, deixa a gente descansar um pouco. – Pediu Ivy.
- Tudo bem, vou sozinha.
- Já deveria ter feito isso desde o começo. – Disse num tom rude, não me incomodando se ela notasse.
As oito horas os sinos tocaram, nos avisando que era o horário de acordar. Quarenta minutos depois estávamos no refeitório, depois do café seria o passeio até a tribo. Eu queria arrumar um jeito para ficar com a Gi antes de irmos, pois na volta iriamos arrumas nossas coisas para voltar para casa. Então eu não tinha muito tempo para conseguir fazer o que passei a semana inteira planejando.
- Bem que poderíamos não ir para o passei a tribo, e ficar aqui e fazer uma pequena festinha na praia. – Disse Bianca nos encarando.
Ainda estávamos na mesa do café, junto com o restante dos alunos, pessoal de apoio e os monitores.
- Eu super apoio. – Mari levantou a mão.
Logo puxada por Bianca, que estava sentada ao seu lado.
- Sim, mas não quero que todos saibam do plano. Então mantem essa mão aqui.
- Não acho que seria uma boa ideia. – Disse Manu. – Eles vão dá conta da nossa falta e vamos ficar encrencadas.
- Eu também estou dentro. – Disse Gizelly levando um pedaço de melão a boca.
Se ela iria ficar, eu também faria o mesmo.
- Também estou dentro.
Mari, Bianca, Sammy e a Gi me encararam como se tivesse crescido um terceiro olho no meio da minha testa.
- A missionaria vai quebrar as regras, adorei. – Bianca me provocou.
Dei apenas de ombro. Não iria cair na provocação dela, pelo menos não agora.
- Sim, falta vocês, estão dentro ou não? – Perguntou Bianca para o restante das meninas.
- Só se incluir o Py nessa. – Disse Sammy.
- Minha filha, tá realmente determinada a dá um chá no garoto, não é? Adorei. Então os dois estão dentro. – Disse Bianca. – Só falta as bonitas.
- Estrou dentro, mesmo achando muito arriscado. – Disse Manu.
- Por mim, tudo bem. – Respondeu Marcela.
Ivy foi a ultima a confirmar sua participação.
- Então depois de recebemos nossas pulseiras do dia, vamos arrumar o jeito de cada um sair sem ser notado, ou se for arrumar uma desculpa que não gere desconfiança. – Combinou Bianca.
Todas confirmaram com um aceno de cabeça, e assim fizemos. Em uma e uma fomos despistando os monitores e nos escondendo atrás das cabanas. Esperamos por quase meia hora até saímos e nos reunir na praia como o combinado. Iriamos para a cachoeira, assim que tivéssemos certeza que a trilha estava livre e de que não seriamos pegos.
Quando decidimos que tinha chegado a hora de seguir para a trilha, Bianca decidiu que precisava ir até a barraca, pois precisava pegar algo. Chamou a Gi e eu para fazer a escolta enquanto ela estivesse pegando seja lá o que for dentro da cabana, o que eu achei uma ótima oportunidade para falar para a Gi o que sentia por ela.
Assim ficamos as duas esperando por ela do lado de fora da barra enquanto os outros aguardavam no começo da trilha.
- Preciso uma coisa pra você, mas primeiro quero que me prometa que nada irá mudar entre a gente assim como prometi quando estávamos no banheiro algum tempo atras. – Disse criando coragem.
Ela me encarou confusa, mas depois concordou com um aceno de cabeça disse.
- Pode confiar que nada irá mudar.
Juntei todas as forças para criar coragem para o que eu estava prestes a dizer.
- Gi, eu...
- Tato? – Ela disse surpresa.
Seguir o seu olhar.
Sim, meu irmão estava ali. Eu não queria acreditar no que estava acontecendo, mais uma vez fui anulada por sua presença.
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A vida da gente
FanfictionPoderia começar dizendo que este não é apenas mais um conto clichê, mas não pretendo começar com falsidades. Afinal, é verdade que este romance tem suas raízes no clichê, mas permita-me destacar que, mesmo sendo inevitavelmente familiar, ele reserva...