Então ela me pega com facilidade em seus braços e me deita dentro da banheira, a encaro enquanto ela se livra das próprias roupas e em seguida entra devagar na banheira que tem espaço para nós duas e um pouco mais.
- Vem para perto de mim. – Eu digo a fazendo se aproximar gentilmente.
Rafa encosta a costa contra meu peito. Então começo a fazer uma massagem em sua cabeça com as pontas dos dedos.
– É bom assim? – Pergunto mesmo sabendo que isto a agrada.
- Muito bom. – Ouço dizer num sussurro.
Pego uma das esponjas de banho e começo a esfregar sua pele devagar. Pedindo que se afastasse por um minuto apenas para que eu pudesse cuidar de suas costas, depois pernas. Massageei a bunda de Rafa, erguendo-a um pouco para lavá-la. Por fim, lavei a sua intimidade com a mão, os dedos e a esponja. O que lhe arrancou gemidos.
- Muito bom. – Ela gemi.
- Fico mais do que feliz em saber. – Deposito um beijo em seu ombro.
Tudo o que eu queria era lavar todas as coisas de ruins que acontecem em seu dia, em sua vida. Mesmo que um simples banho não fosse realmente capaz de tal coisa, era essa a minha intenção ao prepara-lo para ela.
Aproveitando o silêncio gostoso que se instala entre nós, abandono a esponja e continuou fazendo carinho por algum tempo em sua cabecinha tensa, que de pequena não tem nada, o que me faz lembrar da Soso. Assim como Rafa, ela também gosta que eu faça carinho em sua cabeça. Além do carinho, minha pequena também herdou a anatomia da minha esposa.
- Vinho? – Rafa ronrona. Ainda estou massageando o seu coro cabeludo.
Então paro com a massagem para pegar as taças, o que causa resmungos de reprovação vindos dela.
- Foi você quem pediu o vinho, quieta. – Digo ao entregar a taça a ela.
- Carinho. Cabeça. Continua. – Diz num tom manhoso.
O que me faz rir, mas com a mão livre faço o que ela me pede.
- Posso te perguntar uma coisa? – Rafa inquiriu com a voz relaxada.
- Claro. Qualquer coisa.
- Você acha que ele realmente amou finalmente conhece-la?
Eu sorrio um pouco.
Rafa acaba de colocar o dedo na ferida sem saber.
- Não acho, tenho certeza que ele amou, e muito.
- É inevitável não amar aquela coisinha fofa. – Diz com um riso, ao que também respondo com um riso:
- Realmente, inevitável.
- Posso te perguntar outra coisa?
- Claro que pode.
Então ela se virar para me encarar, pegando a minha taça, coloca as duas novamente na bancada.
- Você está se sentindo bem, digo, depois de vê-lo? – Ela leva uma mão a lateral do meu rosto. – Não ache que eu estou me sentindo insegura ou qualquer uma das bobagens que eu já demonstrei sentir. Eu realmente quero saber se você está bem depois de vê-lo reagir a Sofia. Sei o quanto isso é importante para você.
Uma pontada de medo apertou meu coração, pensei que mais uma vez ela iria reagir de forma negativa a tudo. Não que eu a culpa-se se essa fosse sua reação agora, mas fico mais do que feliz em ver que não era.
- Sim, estou mais do que bem. – Abro um sorriso ao dizer. – Por mais que a Soso ainda mantenha uma muralha em sua volta, eu fiquei feliz em saber que ela reagiu bem a visita. E fiquei ainda mais feliz por ver que ele a amou. Sim, eu estou bem com tudo isto.
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A vida da gente
FanfictionPoderia começar dizendo que este não é apenas mais um conto clichê, mas não pretendo começar com falsidades. Afinal, é verdade que este romance tem suas raízes no clichê, mas permita-me destacar que, mesmo sendo inevitavelmente familiar, ele reserva...