· Perspectiva de Rafaella
Tudo tinha saído do controle, minha mãe como sempre tinha passado por cima do meu irmão e de mim como um trator. Sem ao menos se preocupar com o que acarretaria o modo em que ela resolveu despejar tudo sobre ele daquela forma.
Ao sair do quarto, o deixando em um estado de completa confusão, sentir como se um pedaço do meu coração estivesse sendo arrancado do meu peito com uma faca de serra cega e vagabunda, que estava causando mais dor do que fazendo o seu serviço, o de cortar.
- Se acontecer qualquer coisa com o meu filho, juro que você irá pagar. – Ouço minha mãe gritar comigo. – Você é uma estupida.
A dor ficar ainda mais forte. Não a respondo, não tenho forças para responder.
- Você e essa vagabunda deveriam se manter longe do meu filho. – Ela esbraveja. – Se acontecer algo com ele, Juro Deus Rafaella.
Ela continua me gritando.
- Senhora, por favor, mantem a calma. Estamos no corredor de um hospital, se a senhora não consegue se controlar, a aconselho a se retirar. – Ouço alguém falar com minha mãe.
- Como vou ficar calma com meu filho naquele estado?
- Eu sei que é difícil manter a calma, mas a senhora precisa se recompor. Talvez seja melhor irmos para um local mais reservado, o que acha?
- Que seja. – Ela diz.
Minha mãe começa a se afastar na companhia de seja lá de quem estivesse tentando a manter calma.
- Mama. – Ouço a voz da minha pequena me chamando.
Eu estava à beira de cair de joelho no chão daquele corredor, quando a ouço novamente.
- Mama, estava te esperando.
A sinto, antes mesmo de realmente a enxergar.
Ela me abraça pelas pernas.
- Rafa? – Ouço o tom suave de Gizelly.
Mas eu não consigo responde-las. Uma bola enorme esta alojada no centro da minha garganta, me impedindo de emitir qualquer som.
- Vai ficar tudo bem. – Ela me envolve em seus braços, enquanto a nossa filha continua abraçada a mim pelas minhas pernas. – Estamos aqui com você. Vai ficar tudo bem.
- Vai ficar tudo bem, mama. – Sofia repete suas palavras.
Então finalmente consigo libertar do nó preso em minha garganta. Ele se desfaz em forma de lagrimas, lagrimas essas que descem como uma forte cascata pelo meu rosto.
Ficamos ali, as três, envolvida pelo abraça pelo que pareceu longos minutos até que eu finalmente conseguir me recompor.
– A vovó má já foi embora, ela não vai mais te machucar. – Diz Sofia quebrando o silencio entre nós. – A mamãe e eu vamos te proteger.
- Que tal levarmos a mama para casa, meu amor? – Gizelly se dirige a Sofia.
- Eu não quero ir para casa, não enquanto não souber que ele está bem. – Consigo finalmente dizer algo.
Eu não quero me afastar do meu irmão, não sem ter certeza de que ele está bem.
- Tudo bem. – Gizelly mantem sua voz suave. Num tom que me faz voltar ate ter controle sobre meus sentimentos.
- Ele teve um surto, eu só quero ter certeza de que ele está bem. – Explico.
- Tudo bem, eu entendo. Vamos ficar e esperar com você.
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A vida da gente
FanfictionPoderia começar dizendo que este não é apenas mais um conto clichê, mas não pretendo começar com falsidades. Afinal, é verdade que este romance tem suas raízes no clichê, mas permita-me destacar que, mesmo sendo inevitavelmente familiar, ele reserva...