Jantar em família

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Só pra avisar, se o "primeiro" capítulo da minha volta aqui já considerei enorme, esse aqui dar uma lavada nele. Então preparem-se para ler um grandíssimo cap, não falo só em tamanho 🤭

Enfim... boa leitura =)

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Perspectiva: Giselly

Me olho no espelho, prendendo um fio de cabelo atrás da orelha enquanto minha expressão reflete uma mistura de nervosismo e apreensão. A insegurança em relação a esse jantar, um encontro que reuniria Renato, Gizelly e eu depois de tanto tempo, pairava sobre minha mente como uma nuvem escura. Eu sabia que isso era um passo importante para todos, mas meus receios me faziam questionar se estava fazendo a coisa certa.

Quando a Rafa chegou com a Soso atrasadas para o almoço, e me justificou que o atraso foi devido a empolgação da Sofia em mostrar a sua classe para o Renato e que além disso o tinha convidado para jantar, fiquei bastante surpresa. Não era novidade a rejeição da Sofia para com ele, e ver que a terapia e principalmente as conversas que Rafaella e eu tivemos com ela estava surtindo efeito acendeu uma fagulha de esperança que tudo ao final iria dar certo.

Eu amo demais a família que formei com a Rafa e não trocaria por nada nesta vida. Também sei que a Rafa também se sente feliz e nos ama com a mesma intensidade, mas sei que também que ela sente a falta de ter seu irmão por perto. E querendo ou não, também sinto falta de ter meu amigo. Antes de tudo Rafa, Tato e eu éramos melhores amigos um do outro, antes de sentimentos confusos nos levar a tomar atitudes precipitadas e irresponsáveis.

Eu não me arrependo de ter tido a Sofia com meus dezessete anos, não mesmo. Ela foi e sempre será a melhor coisa que aconteceu em toda a minha vida. Ter a Sofia com dezessete anos me trouxe um novo significado à vida, e minha dedicação e amor por ela são inegáveis. Mas isso não tira o peso de quão irresponsável formos, o Renato e eu.

É verdade que a adolescência muitas vezes nos envolve em sentimentos confusos e decisões precipitadas. Olhando para trás, eu consigo enxergar a complexidade da situação com Renato e a dinâmica da nossa família naquela época. Reconhecer a irresponsabilidade da juventude e as circunstâncias que moldaram aquele momento, ao mesmo tempo, sou capaz de distinguir claramente a diferença entre o que eu sentia por Renato naquela época e o amor genuíno que compartilho com Rafaella.

Sentimentos confusos, adolescentes irresponsáveis, fazendo parte de uma família disfuncional. Tudo poderia ter dado muito errado, tenho consciência disto. Hoje tenho consciência de que o que eu sentia por Renato não estava nem perto de ser amor. E não pense que estou querendo comparar o que eu tenho com Rafaella ao que tive com ele, quando digo que com ela sim eu realmente pude entender o que esse sentimento realmente significava. Essa compreensão não é uma comparação, mas sim um testemunho da profundidade e da qualidade do vínculo que construí com Rafa. O amor verdadeiro é algo que evolui com o tempo, amadurece e se torna mais claro à medida que vivemos experiências e crescemos juntos.

Por mais que o Renato tenha tomado uma decisão errada quando fui contar sobre a existência da Sofia, eu não poderia o limitar a esse único deslize. Eu também tomei decisões erradas, uma delas foi ter desistido, mesmo que por pouco tempo, da minha filha dando a sua guarda para meu pai e madrasta. Eu me arrependi, vi o tamanho do erro que eu estava cometendo e voltei atrás reivindicando a maternidade. Hoje tenho o privilégio de poder presenciar a cada dia as pequenas evoluções que minha pequena conquista. Então não há motivos para dificultar a aproximação de Renato. Ele se arrependeu, ele deseja também fazer parte da vida da nossa pequena, e eu estou mais do que disposta a ajudar.

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