Ela não gosta que a chame de Rafaella

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Assim como o combinado, as meninas vieram para a minha casa, o que não agradou muito a Tia Gegê, o que eu adorei ainda mais. Passamos a maior parte da madrugada brincando de jogo da verdade e conversando sobre os planos para o acampamento. Sammy era a mais animada, pois estava louca para ter a sua primeira vez com o namorado Pyong. A Manu tinha terminado com o namorado, tinha descoberto mais uma das suas traições, então jurou usar o acampamento como retiro espiritual. Já a Mari e a Bia estavam mais preocupadas em como levar bebidas. Bianca tinha conseguido corromper a pobre da Mari, desde do jogo dos sete minutos no céu elas andam ainda mais grudadas. Desconfiou que esteja rolando algo entre elas além da amizade, mas elas sempre desconversam.

Já eu e a Rafa, estávamos mais preocupadas em aproveitar a viagem para explorar a paisagem. Iriamos comemorar sua total recuperação, afinal o longo período de tratamento uma hora tinha que dar resultados.

Seria uma viagem curta, sairíamos pela manhã e voltaríamos no dia seguinte no fim de tarde. O Tato iria participar de um torneio nesse mesmo final de semana, sua mãe iria acompanha-lo na viagem como ultimamente costuma fazer.

Todas resolveram dormir no meu quarto, o que resultou sacos de dormir espalhados por todo o quanto. Mesmo insistindo para que fossem para o quarto de visitas, as meninas preferiram ficar por ali com a alegação que era para se acostumar desde já com a viagem.

Já era tarde da noite quando nos preparamos para dormir, Rafa estava indo para o seu quarto.

- Ei, dorme aqui comigo. – Eu a chamei, abrindo o edredom para que ela entrasse. – Meninas unidas, lembra?

Parecendo meio relutante ela veio e se enfiou debaixo das cobertas.

- Está acordada? – Disse baixo, as meninas já estavam cochilando.

- Estou. – Ela respondeu num sussurro.

- Ta tudo bem contigo?

- Humrum.

- Tem certeza? – Mesmo no escuro me virei para ela, mesmo sabendo que não daria para ver seu rosto direito. – Você anda muito calada, e não é de agora que noto isso. Você mal participa das conversas. Tá acontecendo alguma coisa?

- Não é nada.

- Se estiver acontecendo algo você vai me contar, não é.

- Irei sim. - Ela suspirou.

Eu abracei, apoiando a minha cabeça em seu peito e assim dormirmos.

Na manhã seguinte, fomos acordadas por um bando de garotas empolgadas pela viagem e pela briga de quem iria tomar banho primeiro. Depois de dividi-las pelos aposentos da casa para que todas tomassem banho sem precisar esperar pela outra. O ônibus sairia as oito e meia, então precisávamos estar na escola as oito.

Fui a primeira a ficar pronta e a também descer, meu pai estava em casa, o encontrei na cozinha quando fui buscar uma garrafa de água para colocar na mochila. Ele estava vestido com roupas de ginastica, tinha inventado de fazer aula funcional com uma professora particular há algum tempo, o que não caiu nos bom grado da Tia Gegê.

- Bom dia, meu amor. – Ele deu um beijo no alto da minha cabeça. – Segunda levarei você até o escritório, não se esqueça.

Como eu iria esquecer e ele fica me lembrando a todo o momento, fiquei em silêncio. Não queria acabar criando motivos para ele vetar a minha ida ao acampamento.

Não demorou para as meninas se juntarem a mim. Assim que tomamos café, fomos levadas por Tato para a escola, o campeonato dele seria na vizinha as onze, então ele resolveu nos dá carona.

A viagem da escola até o acampamento levou cerca de quarenta minutos. Era uma estação ecológica dentro de uma área de preservação ambiental. Contendo uma praia deslumbrante, além de fazer parte da reserva de proteção ambiental, era totalmente preservada, sua areia era clara e águas calma. Possuía uma parte destinada a fogueiras, o que Manu adorou, pois segundo ela seria digno de um luau. Tinha também inúmeras trilhas que faziam parte da reserva, além das inúmeras cachoeiras que desaguam na água do mar.

Os dormitórios eram seis cabanas, que foram dividas quatro para os alunos e as outras duas para os monitores, que ficavam no meio. Eu e as meninas acabamos ficando na mesma, porem mais duas meninas se juntaram a nós, pois dentro da cabana tinha quatro beliches, nos apresentamos e acabei gostando delas, ainda mais da marcela, a outra se chamava Ivy.

O primeiro dia fizemos trilha uma pequena trilha, o que foi maravilhoso, pois a Rafa conseguiu acompanhar sem problemas. O que nos deixou muito feliz. Ouvimos uma palestra sobre o local e seus cuidados, depois do almoço pudemos aproveitar a praia.

E para a felicidade da Manu, a noite ficamos em volta da fogueira e ela realizou seu desejo em fazer um luau, o que por sinal foi bastante legal.

O clima era de descontração entre todos ali. Sammy não largava do Pyong, Mariana e Bianca pelo menos caminho, as duas estavam ainda mais grudentas. A Rafa continuava estranha, mas resolvi não insistir. Como ela tinha me dito na noite anterior, me contaria se algo estivesse acontecendo. Ivy e Marcela estavam do meu lado, discutindo se deveriam ou não nadar peladas quando todos fossem dormir.

- Vocês são loucas ou algo do tipo? – Perguntei.

- É um ato de liberdade e conexão com a deusa feminina. Nada melhor do que nadar nua sobre o luar. – Os olhos de Marcela brilhavam ao falar.

- Você ta maluca de querer me levar nessa. Nem fodendo vou entrar nessa água fria, ainda mais nua. – Disse Ivy apontando para trás.

- Larga de ser medrosa, Ivy. A água nem deve ta tão fria assim. Vamos Gi? – Ela me chamou, a dotando meu apelido como se a gente já se conhecesse a muito tempo.

- Desculpa, mas eu to com a Ivy nessa. – Disse dando um sorriso de apoio a Ivy.

- Vamos Rafaella?

- Rafa, meu nome é Rafa. E não, obrigada. – Ela respondeu de forma ríspida, o que eu não entendi. Ela geralmente é a mais receptiva e meiga do grupo.

- Ela não gosta que a chame de Rafaella. -Sussurrei para a Marcela.

Marcela revirou os olhos.

Fiquei com medo de que criasse um clima ruim entre ela e a Rafa, ainda mais por estamos na mesma cabana. Eu tinha gostado da Marcela e do modo que ela idolatrava a natureza, e o corpo feminino. Aquilo tinha me deixado curiosa e ao menos tempo fascinada.

Ficou um silêncio desconfortante entre nós, então decidimos prestar atenção a ao que estava rolando na roda.

Ficamos ouvindo o pequeno show que Manu estava nos proporcionando, aproveitei para observar os rostos de todos em volta da fogueira. Pareciam todos felizes. Eu iria sentir falta disso. Agradeci por Talles ter tido um problema e não ter conseguido vim, o que me livrou de suas invertidas.

A praia a noite transmitia uma sensação de paz, o barulho do mar, o céu e as estrelas em uma combinação linda embalados pelas melodias dos acordes do violão.

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Olá pessoas!!! Como prometido, não desistir dessa história, apenas deu uma sutil modificada para não atrapalhar quem já leu antes. Sei que muitas estão ansiosas pelo momento Girafinha, e a autora aqui também, mas antes eu precisava contar o "Inicio", como o primeiro capitulo dessa história já informava, para que quando chegar a hora, e ela está mais breve do que nunca, acontecer vocês entendem tudo isso. Afinal é um triangulo, então comecei primeiro por Gizelly e Renato, pois eles faram algo muito importante junto.... Vocês vão entender o que eu estou dizendo logo, logo... 

Espero que estejam gostando dessa história o quanto eu estou amando escrever. Não economizes nos comentários, através deles consigo ter uma noção do que vocês esperam da história, do que vocês gostam e também do que não gostam nela. 

Beijinhos😘

Talvez volte amanhã mesmo com mais 😎 uma possibilidade.....

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