Um tempo depois ela estava de volta, vestida com uma das peças da sua coleção, um slip dress aurora pink. Os cabelos soltos formando ondas pelos ombros, sem qualquer vestígio de maquiagem como eu amava vê-la, pois as pequenas pintas ficavam amostra em seu rosto.
- Gostaria de uma taça de vinho?
- Adoraria.
Fui pegar a garrafa da nossa coleção quando o telefone vibrou em cima da bancada. Eu o peguei e vi que era o número da Genilda e um arrepio percorreu a minha coluna. Tirando um vinho branco vintage da parede, dei uma espiada em direção a cozinha antes de atender a ligação.
Rafa não estava olhando nesta direção e não estava espreitando no canto para ouvir, então me senti bastante segura para atender a ligação. Seja lá o que sua mãe tinha em mente, não queria deixar que ela acabasse com a nossa noite.
- Oi?
- Gizelly.
Reconheci sua vozinha pegajosa imediatamente.
- Genilda. – Eu disse.
- Só queria informar que o depósito não foi no valor que eu esperava. Queria avisá-la para que possa verificar o quanto antes.
- O restante do valor estará em sua conta daqui a vinte e quatro horas. – Respondi.
Rafaella estava pagando pelas despesas da mãe e do irmão, o que antes era feito por mim. Mas depois que sua empresa alavancou, ela não quis deixar com que eu continuasse bancado o tratamento do Tato e sustentando a sua mãe, não sozinha. Então combinamos de ambas ajudar no que precisasse, até que ela realmente alavancasse a sua empresa. Eu me orgulhava dela, única ajuda que dei foi motiva-la a entrar na faculdade, o restante ela estava fazendo por conta própria com base no trabalho duro.
- Vocês não poderiam fazer isto. – Esbravejou.
- O valor que você solicitou foi acima do que tínhamos combinado, e de última hora, então acabei esquecendo de repassar para a minha secretária. Ela acabou depositando somente o que já estava autorizada a fazer, amanhã eu irei fazer isso, mas agora eu estou ocupada. Acredito que possa esperar mais algumas horas.
- Só garanta que você seja fiel a sua palavra.
- Dentro desses anos, quando não fomos? Em algum momento a Rafa e eu faltamos com ela?
- Você realmente a ama, não é. – Ela perguntou.
O que me deixou desconfiada, pois ela nunca tinha feito qualquer pergunta do gênero antes. Seu único contato era para solicitar dinheiro e nada além disso.
- Não que eu precise me defender para você, mas sim. – Eu respondi.
- Ah, bem. Imagino que mesmo alguém como ela conseguiria arranjar alguém.
- Como? – Perguntei.
- Espero que o dinheiro esteja amanhã em minha conta.
Cerrei meu punho enquanto a ligação ficava muda.
- Gi? – Rafa perguntou. – Está tudo bem?
Respirei fundo e coloquei meu melhor sorriso antes de sair.
- Sinto muito.
- Algo errado? Você parece um pouco pálida.
- Sua mãe ligou, mas era só para perguntar sobre o deposito. Já resolvi. – Disse. – Não se preocupe, hoje a noite é nossa e devemos comemorar nosso primeiro ano casadas.
- Bem, se você já resolveu com ela, isso é bom então. - Disse ela. - Podemos brindar a nós.
Servi uma taça de vinho para cada uma de nós antes de brindarmos.
- Tim-tim. – Disse ela.
A noite foi relaxante e exatamente o que precisávamos.
Jantamos à mesa e conversamos, rindo sobre as fofocas do trabalho e atualizando uma a outra sobre as coisas acontecendo no nosso ciclo de amizade. Ouvi enquanto ela falava sobre sua nova coleção, seus olhos brilhando com cada palavra.
- A Bianca está fazendo um ótimo trabalho midiático, fiquei muito feliz ao promovê-la. Ela não merecia continuar como estagiária, não fazendo um excelente trabalho.
Reencontramos a Bianca a um ano e meio atrás, ela havia se tornado uma grande influenciadora nas redes sociais, o que a levou até a Byrk. Desde então ela voltou a fazer parte das nossas vidas, trazendo consigo a Mariana, então namorada, Manoela, Marcela e a Ivy. Elas tinham mantido contato, e quando a Rafa a reencontrou, ela fez questão de marcar um encontro com as demais, e assim o grupo se juntou novamente. Os demais, fomos informadas que tinham se afastado. Cada um seguido um caminho diferente, mas que os levou para longe daquela cidade.
Nossa conversa moveu-se da sala de jantar para o sofá enquanto acabávamos com a garrafa de vinho. Ficamos sentadas ali, meu corpo aconchegado ao dela enquanto o fogo rugia na lareira.
Ela me tirou do seu colo, e se colocando de pé estendeu a mão para mim.
- Dança comigo, meu amor?
- Com todo o prazer.
Sentindo o calor de seu corpo, nós estávamos felizes descontraídas entre sorrisos, como sempre acontecia quando estávamos juntas. Olhando uma a outra nos beijamos demoradamente. O desejo e amor interagindo entre si.
Rafa me puxou, apertando seu corpo ao meu, nosso desejo aumentando. Aos poucos fomos nos despindo, ela com carinho me colocou novamente no sofá.
- Não sabe o quanto sentir sua falta, o quanto desejei sentir o seu cheiro. Seu gosto. – Seu tom de voz me revelou que estava excitada, muito excitada.
Rafa se posicionou em pé, a beira do sofá com um sorriso mais sacana do mundo, me puxou pelas pernas para que eu ficasse na beirada.
- Gosto disso. - Seus olhos brilharam como das esferas de vidro.
Apoiei meu copo sobre as mãos, todas as terminações nervosas estavam em ebulição. Ela conseguia causar isso em mim com muita facilidade. Nos tornávamos tão primitivas e eu sempre me esquecia do mundo lá fora.
- Adoro suas pernas. – Disse com os lábios grudados em minha pele.
Gemi.
- Você está pronta para mim? – Quando seus lábios tocaram minha barriga minha pele estava em chamas. – Você me deixar sentir o quanto estar pronta para mim? Você quer? – Gritei quando ela enfiou o dedo em mim.
- Quero. – Minha respiração estava instável.
- Flexione os joelhos. – A obedeci e ela me puxou para mais perto. Eu só consegui ver seu cabelo entre minhas pernas. Primeiro beijou a parte interna das minhas coxas.
- Meu deus. – Minha voz saiu abafada pelo desejo quando ela colocou a boca em mim... hmmm isso é tão gostoso. Meus braços estavam fracassando em manter meu corpo apoiado. inconscientemente comei mover minha pélvis de encontro a sua boca. Ela parecia estar em um tipo de frenesi.
Ela afastou a boca, me deixando um sentimento de vazio, que logo foi preenchido novamente. Me penetrando com dois dedos lentamente.
- Rafa, por favor. Mais rápido.
- Claro, meu amor.
Me joguei no largo sofá quando ela começou a aumentar o ritmo das suas investidas.
- Isso. – Mordi o lábio. Rafa seguia investindo forte em mim. Ela sabia onde ficava aquele ponto peculiar. E logo chegamos ao êxtase.
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Chegamos finalmente no presente, onde a história das piticas finalmente acontece com todas as suas nuances. Esses últimos seis anos serviram como divisores de agua. O amadurecimento, o auto conhecimento e realizações as moldaram, fazendo se tornar grandes mulheres. Assim, deixando para trás a inocencia e ingenuidade da infancia/adolescencia.
E que assim, espero eu, nada seja capaz de abalar o que elas construiram até aqui.
Beijos e até breve 😘
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A vida da gente
FanfictionPoderia começar dizendo que este não é apenas mais um conto clichê, mas não pretendo começar com falsidades. Afinal, é verdade que este romance tem suas raízes no clichê, mas permita-me destacar que, mesmo sendo inevitavelmente familiar, ele reserva...