( Toda a narração do primeiro livro será feita pela visão da Lia, com exceção do personagem "tal". As leitoras só vão saber o que se passa na vida e na mente do Alcaida, no próximo livro, que será narrado inteiramente por ele. Lembro a todas que meus livros são postados no facebook agora, devido a problemas com o insta, e que aqui no wattpad postarei somente uma parte da historia para vcs conhecerem)
Vamos lá ?
Musica do capitulo: Not so bad - Rae Sremmurd ( escute acima)
***
Talia,
{Dispensa apresentações a partir deste capítulo.}- O que achou? - meu pai, Divino, nome hilario, segura minha mão, e juntos, olhamos para a nova placa do mercadinho dos meus avós, que é agora nosso também. - Ele iria chamar isso de desperdício de dinheiro... - o tom usado é triste. - Seu avô não gostava de mudanças.
Fecho mais meus dedos na mão do meu pai, sentindo o choro avançando pelo meu peito e olhos. Encaro a placa de fundo branco, reluzente, escritas grossas na cor azul e contendo as informações indispensáveis, como número de telefone e quais meios de pagamentos aceitamos.
Numa fachada modesta assim, num ponto simples como este, a placa parece até melhor do que realmente é, e se destaca. As cores nela ficaram mais vivas em meio as cores apagadas de tudo a sua volta.
Acabo piscando muito para tentar deter as lagrimas, mas isso só as fazem descer mais depressa. Suspiro fundo e viro o rosto para o meu pai, que também vira o seu para mim, demonstrando a mesma saudade.
- Era necessário, pai. A antiga estava muito feia e desbotada, mal se via o nome do mercado. Já que o senhor deixou seu trabalho e eu o meu, para estamos aqui, acho que vale a gente fazer do jeito certo.
- Será que sua avó vai gostar? Ela está se ocupando do almoço desde cedo só para não ver como ficou. Pessoas mais velhas são apegadas as coisas, Talia. Não vê eu? Apegado ao meu emprego na prefeitura, a minha casa, a nossa família... - balança a cabeça, voltando a admirar a placa recém-instalada.
Tiro a mão da sua, a levando ao seu ombro. Beijo o local, deito a cabeça nele e olho sonhadora para a fachada da minha nova casa.
- Você foi tão corajosa, filha... também amava vender instrumentos musicais naquela loja. Foi seu primeiro emprego e o único, em anos. Sempre elogiada pelo seu chefe. Nunca vou esquecer daquele quadro ridículo de funcionária do mês.
Nós rimos fraquinho, secando o rosto.
Sinto uma gotinha salgada escorrer para dentro da minha boca.Sabemos que eu era a única funcionária da pequena - e também única - lojinha de instrumentos musicais da nossa cidade. Macaé fica á 190 km do nordeste da capital do Rio, 266 mil habitantes, região Norte Fluminense.
- Rodrigo queria me motivar, pai. Não zoa ele. - meu chefe inventava meios inusitados para que tal motivação não precisasse ser financeira.
Papai tomba a lateral de sua cabeça sobre a minha, batendo a mão com a aliança dourada, no dorso da mão ossuda que pouso nele. Sou uma garota muito magra, apesar de me alimentar feito um dragão.
- Tem certeza que vai conseguir, filhota? Longe da sua mãe, do seu irmão... de mim. Você tem uma facilidade impressionante de fazer amizades, esse não vai ser o problema. Fico preocupado é que quando eu voltar para a casa, você...
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Pique Al-Qaeda
RomanceEle é uma bomba, um perigo. Ela sabe que não deve se arriscar tão perto, que pode se ferir com uma iminente explosão. Lia tem 19 anos, e uma perda a levou para o morro do Sol. Ajudar a família vem em primeiro lugar, até mesmo antes de seus desejos...