Ele tomou banho — cheira a sabonete e desodorante recém-passado. Está quentinho, seco.
Me abraça de volta, e depois me vira, me levando para dentro da casa com o braço em volta dos meus ombros. Fecho a parte da frente da toalha. Estou tremendo.
- Vou ligar o ar quente no meu quarto pra tu... - ele diz, esfregando a mão na minha pele para ajudar.
Ao entrarmos na casa, ele fecha a porta de correr, o que bloqueia boa parte do som.
Com isso, escuto Bazuca ao telefone na sala. A voz de homem jogando charme indica que está de papinho com mulher. E não me parece ser a dele.
Ele vira a cabeça pro Alcaida, ao ver a gente passar:
- Trazer umas amigas ai, tu não se importa não, né?
O dono da casa só avisa:
- Quero ninguém lá em cima.
Volta a atenção para mim, dizendo baixo enquanto andamos rumo á escada:
- Tem uma lava e seca na área de serviço. Vou te emprestar uma roupa minha e tu me da a sua pra botar pra lavar. Rapidão tá seca.
Fora o fato de estar molhando a casa dele toda, vi que essa era a melhor saída para não ter de dar explicações a minha avó amanhã. Topei, mesmo não querendo visitar seu quarto. Era muito íntimo, e essa intimidade toda poderia abafar a voz da minha razão, assim como a porta fez com a música la de fora.
Embora eu estando hesitante, seguimos para o quarto dele. Ou melhor, suíte presidencial de luxo master.
Era branco, muito requinte em cada detalhe, tecidos finos e cama de gigante.
Em frente a cama, ao lado da tv de muitas polegadas pendurada, havia uma enorme parede na vertical, de vidro, que descia, ao que parecia, até o primeiro andar. Eu não observei direito antes, pois a persiana estava fechada, mas agora ele a abriu e eu via detalhadamente aquela lacuna transparente entre uma parede branca e outra. Através dela, avistei o Ninja viajando, deitado no flamengo lá na piscina, cantarolando a música do 1kilo que tocava e curtindo sua solidão. Também via, por ser alto, um pedaço da rua escura lá fora, alguns dos soldados deles e o carro que devia ser do Bazuca, estacionado. Além do mais, daqui também o visual das luzes do morro era brabo!
Estava embasbacada, travada, molhando o carpete todo com minha roupa encharcada.
A voz dele me puxou:
- Pode tomar um banho, se quiser. Banheiro é ali naquela porta. - apontou a porta no extremo leste do quarto.
- Ah, sim. Melhor, né? Um banho vai ser bom. - sorri para ele, imaginando toda a maquiagem que eu fiz destruída, assim como minha bronca interna de " sei lidar com homens".
Eu sabia lidar com moleques. Não com um homem desse porte.
Ele vinha com uma ameaça esmagadora em minha direção, e eu parei o movimento que fazia.
Sua pergunta, no entanto, me surpreendeu:
- Que foi que tá me olhando assim? - com toda delicadeza que um homem poderia ter, ele acaricia com o dorso do dedo o meu rosto frio e, ao mesmo tempo, quente.
- Desculpa por ser tão... imatura. Desengonçada. - Olhei pra baixo, abrindo um braço. - Me molhei toda, molhei seu carpe...
- Lia. - prendeu meu rosto nas duas mãos. - Não precisa se desculpar por ser você. - beijou com um selinho doce minha boca. - Tira a roupa.
Virei uma estátua de sal, aterrorizada.
- Se eu levar agora pra pôr na máquina, deve secar em uns quarenta minutos na função lavagem rápida. - explicou, e eu volte a vida.
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Pique Al-Qaeda
Любовные романыEle é uma bomba, um perigo. Ela sabe que não deve se arriscar tão perto, que pode se ferir com uma iminente explosão. Lia tem 19 anos, e uma perda a levou para o morro do Sol. Ajudar a família vem em primeiro lugar, até mesmo antes de seus desejos...