Jc me abraçou e apertou a boca em meu ouvido, dizendo:
- Eu senti sua falta esses dias... quero recompensar esse tempo perdido contigo. - sua mão descia lentamente das minhas costas para o bumbum. Ele me pressionou contra si. Era cheiroso e quente.
Eu também estava abraçada ao pescoço dele, mas sem prestar atenção ao que era dito. Minha mente estava focada no Aron, que simplesmente me deu as costas e puxou a Yara do meio das mulheres para coloca-la entre suas pernas separadas, se encostando no parapeito.
Ela segurava a nuca dele com unhas grandes e barangas enquanto se beijavam como selvagens.
Que tipo de vingança era aquela? Ele quer se vingar de mim porque eu quis ferir ele por estar ferida?
Santo Deus! Estou fazendo tudo errado.
Mas já era tarde para voltar atrás, então prossegui, sem pensar mais.
Voltamos de mãos dadas para onde Fabi estava, agora com mais umas cinco garotas. Ela me apresentou, e fui com a cara de todas. Elas também pareceram ir com a minha. Achei o máximo fazer novas amizades.
Jc estava atrás de mim, beijando meu pescoço. O dj remixava uma música 150bpm, que fazia automaticamente nossos corpos balançarem.
Estava bem mais vazio agora onde estávamos, e era um lugar com vista privilegiada pro camarote. Assim como eles lá também nos viam perfeitamente.
Fabi me incentivou a dançar, e como todas as outras garotas estavam se acabando, virei metade do copo e entrei na onda. Rebolava de modo provocante minha bunda na perna do Jc, me sustentando nos meus joelhos.
Puxei o cabelo todo de lado, com delicadeza, por cima do ombro, deixando o outro ombro exposto. Meu vestido era justo, mas não era vulgar. Era elegante, caro, presente da minha mãe. Não era aquela coisa brega que a Yara estava usando.
Tentava pôr na minha cabeça que nada daquilo importava. Fui emocionada, errei, dei uma chance a quem não merecia, mas iria superar de um jeito ou de outro.
Na minha mente, repetia que eu era linda, que estava maravilhosa, cheirosinha e que, pelo menos, não estava grávida de um traficante de merda.
Caraca... eu sentia tanta amargura que nem parecia mais a mesma Lia.
Tinha pensamentos inseguros e queria chamar atenção dele, irrita-lo. Mas a verdade é que ele não estava nem olhando pra cá.
Espiei o camarote, vendo ele ainda agarrado a Yara. Ela de frente pra ele, e ele encostado, de costas pra mim, conversando com um homem. Ninja dançava como um louco, virando o bico da garrafa na boca.
Tomei um susto quando vi que Bazuca estava no cantinho da sacada, no lugar mais escuro, onde as luzes coloridas do paredão e do palco não batiam constantemente. Ele me encarava diretamente, me obrigando a desviar o olhar.
Me empinei mais, segurando o comprimento do cabelo de lado, mexendo o quadril suavemente e olhando pro Jc por sobre o ombro. Sorri, e suguei o canudinho com uma carinha de quem tentava se reerguer e ser superior, mas, por dentro, eu pedia a morte.
Jc segurava meu quadril. Eu fazia movimentos circulares que via sempre outras mulheres fazendo e lembrava sexo, eu acho. Era sensual, e eu queria exatamente isso. Sabia que tudo seria visto e repassado por alguém ao Aron, como sempre era. Ele nunca olhava mesmo, nunca se metia ou sujava as mãos. Sempre mandava os outros fazerem, para parecer indiferente.
Mas será que ele era mesmo tão indiferente ao que a gente sentiu quando estávamos juntos? Ele estava feliz de verdade com a Yara?
Não consigo acreditar que foi tudo uma mentira, ilusão minha. Ele soou sincero quando me disse aquelas coisas, me olhava com um carinho real. Eu sei que foi real. Então por que ele estava fazendo isso? Por que estava me desprezando assim?
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Pique Al-Qaeda
RomanceEle é uma bomba, um perigo. Ela sabe que não deve se arriscar tão perto, que pode se ferir com uma iminente explosão. Lia tem 19 anos, e uma perda a levou para o morro do Sol. Ajudar a família vem em primeiro lugar, até mesmo antes de seus desejos...