Bati a mão na água para virar o Flamingo e pedir ajuda para sair. Iria para casa e não voltaria a escapar como uma inconsequente.
No que viramos lentamente, Isa e eu, vi que os três assumiram outras expressões corporais e faciais. Reunidos na varanda, testemunhavam Bazuca ao celular sem se meterem, apenas prestando apoio. Como era alto o volume da musiquinha do filme nas caixas amplificadoras ao redor, só consegui ouvir o Bazuca bravejando: " Não enche meu saco, Fernanda!" .
Nisso, seus olhos saltaram para cá e seus passos aconteciam decididamente, ao ponto de eu achar que ele fosse me agredir. Os amigos lançaram-se atrás dele. Nenhum exibindo bons presságios em seus rostos.
- Fernanda, a Isadora tá dormindo, cara. A garota tava vendo filme, não foi isso que te falei que a gente ia fazer? Qual é o teu problema, porra? Puta que pariu, mermão! - Bazuca tentava maneirar no tom para não acordar a filha, mas era visível que estava a uma patinha de formiga de perder a cabeça. - E eu não sei não o que é bom ou ruim pra minha própria filha, Fernanda? - passou uns cinco segundos de silêncio entre todos nós, cada um olhando para um ponto aleatório diferente. - Ok. É o que tu quer? - ele olhou pro Ninja, colado com ele, a postos para o que o amigo precisasse. Aron, igualmente. Os dois cercavam o Bazuca, deixando bem claro que estavam ali e que agiriam ao menor sinal, fosse qual fosse a situação.
Isso deu a mim uma maior dimensão do tamanho da união do trio. Eram amigos de verdade, pra o que desse e viesse. Nem a carinha levada do Ninja estava mais igual. Ele entrou no modo ataque. Gastava e tudo, mas na hora do vamos ver ele era pau pra toda obra e virava soldado.
Bazuca balbuciou sem som pra ele:
- Pega a Isa ali pra mim, irmão. Essa filha da puta tá testando minha fé. - li as palavras em sua boca enquanto ele ouvia o que era dito na ligação.
Aron veio ajudar, como que querendo ser proativo. Parecia que se ficasse parado não estaria mostrando ao amigo sua lealdade e disposição, e isso era tocante.
Aron se agachou na borda, de joelhos, e puxou a boia. Ninja segurou no puxador lateral, mantendo-a parada. Alcaida conseguiu suspender a Isa sem acorda-la, o que para ele devia ser mole, considerando a força que seus músculos devem fornecer.
Olhei mais demorado pro Ninja, envergonhada pela junção dos meus próprios pensamentos e das palavras do Bazuca:
- Não tem mulher aqui, Fernanda! Mano, numa boa? Já deu. Não, não...Já deu. Vou levar ela ai e pegar minhas coisas. - ele disse, intolerante e um pouco mais alto.
Pensei no que representava ele estar tendo aquela conversa na minha presença. Alguma confiança eles deviam ter em mim, e me senti parte do grupo, membro da família, mesmo não sendo nada. Eu guardaria esse segredo íntimo da briga dele com a esposa, que poderia talvez nem ser tão segredo assim na comunidade. Lembro bem da Fabi me deixando a par de tudo há semanas atrás. Ela disse que Bazuca traia muito a esposa e estava com ela somente por amor a filha. Para proporcionar uma família a Isa. E esse cansaço emocional que ele demonstra só confirma os boatos. Mesmo assim, farei questão de não contar a ninguém que participei de uma discussão entre o 02 - não conseguia ver ele e Ninja numa disputa para saber quem era 03, então para mim, pessoalmente, ambos são os braços direito e esquerdo. - do morro e sua esposa.
Ninja me guinou pela mão e murmurou, com o olhar dentro do meu:
- Não é nada contigo, ok? Ela é assim. Se tu conhecer, vai ver que é gente boa, mas é zica também.
Quem iria acreditar nisso?
Eu não era essa pessoa.Não em questão de ela ser do bem, isso devia ser verdade porque me lembro de ela ser simpática com a Ayla. Mas em questão de eu ser parte do motivo de suas implicâncias em relação a esta casa.

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Pique Al-Qaeda
RomantikEle é uma bomba, um perigo. Ela sabe que não deve se arriscar tão perto, que pode se ferir com uma iminente explosão. Lia tem 19 anos, e uma perda a levou para o morro do Sol. Ajudar a família vem em primeiro lugar, até mesmo antes de seus desejos...