Estou paralisada, horrorizada.
Por que eu simplesmente não disse a verdade? Que não sinto nada mais que amizade pelo Jc. Por que eu tenho que ser assim e causar essas reações nas pessoas com meu ego e presunção? Agora Alcaida me odeia e Jc pode pagar em meu lugar.
Olhando na cara do Aron, tenho certeza que Jc vai pagar.
- Aron... - a partir daqui, não falo mais com a razão. Todas minhas ações são baseadas nas emoções que estou sentindo. - Aron, eu fui longe demais, me perdoa... - levo as mãos em seu rosto, mas ele vira pro outro lado e acende o back. A luz ascendente do isqueiro banha seu perfil e sua cara amarrada, cheia de descaso.
Eu o ataquei, e agora ele trancou todas as portas de sua alma para mim. Ele proibiu minha passagem.
Que merda eu fiz?
- Me perdoa... me perdoa, me perdoa! - levo meu corpo em direção ao seu banco, puxando seu braço forte, o que não interfere no movimento que ele faz pra jogar o isqueiro num compartimento.
Ele virou um bloco de gelo.
Levando a outra mão à boca com o baseado, ele fuma, voltando a ser aquele de antes: indiferente, desinteressado.
Ele liga o carro, fingindo não me ouvir.
- Eu não quis dizer nada disso... eu não sinto nada por ele, mas falei que sinto pra te afetar porque estou morrendo de ciúmes da Yara! Eu imaginei a gente junto, eu enfrentando tudo pra estar com você, mas isso destruiu meu conto de fadas. Sou muito imatura, por favor, não acredite nas atitudes que eu tenho quando estou com raiva. - estava fazendo justamente o que Ninja me mandou fazer desde o início, mas agora parecia não funcionar mais, porque ele arrancou com o carro como se não ouvisse uma palavra.
Eu nem quis perguntar onde estava me levando, imaginando que fosse pra casa. Se não fosse... bem, então eu veria depois, não tinha tempo agora.
- Aron, não quero que isso acabe. - passei a mão pelo seu pescoço, de costas para o painel do carro e sentada sobre o meu próprio joelho aqui no meu lugar. Tentava ganhar a atenção dele, que só fumava e me desprezava, dirigindo tranquilo.
- Me responde, por favor? Me escuta, eu só te ataquei porque sou fraca. O Ninja está certo, ele disse que eu não aguento a realidade e é verdade. Eu nunca me apaixonei antes por um homem, não dessa forma. É assim que eu sei agir, atacando, ferindo, irritando. Sei lá, pelo menos eu acho que é, porque foi a primeira vez que fui tão humilhada na vida e reagi dessa forma tosca. Nem saber que meu ex namoradinho era gay me deixou tão pisada como ouvir que você será pai. Que não vai poder terminar com ela.
Ele acelerou mais, e agora fez uma curva que quase me lançou longe. Me segurei no banco e me inclinei, erguendo meu corpo para que minha boca alcançasse seu ouvido.
- Estou apaixonada por você... por favor para esse carro e vamos conversar? - eu não sabia mais o que fazer. Ele não reagia a nada.
Quando eu vi, estava passando de todos os limites e, mesmo que ele estivesse dirigindo, tirei seu braço do volante. Ele não impediu, mas também não mostrava nenhuma reação. Nenhuma!
Era perturbador!
Dirigiu com a outra mão enquanto eu sentava em seu colo, mantendo seu outro braço abaixado e tomando o cuidado de não tampar sua visão. Enrosquei os meus braços em volta de sua nuca e enfiei o rosto na curva de seu pescoço, sentindo que meu vestido havia subido um pouco e eu em breve estaria com a bunda de fora. Mas o que eu queria era mais urgente. Eu precisava voltar a abrir passagem para dentro da mente e do coração dele e recuperar o que destruí - a confiança que ele estava começando a depositar em mim.
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Pique Al-Qaeda
Любовные романыEle é uma bomba, um perigo. Ela sabe que não deve se arriscar tão perto, que pode se ferir com uma iminente explosão. Lia tem 19 anos, e uma perda a levou para o morro do Sol. Ajudar a família vem em primeiro lugar, até mesmo antes de seus desejos...