106 Minha mulher - Final parte lll

409 30 2
                                    

Foi fácil com a ajuda da minha avó conseguir a autorização do papai para passar o final de semana na casa da "Mel", que desde que nos conhecemos tem sido aliada nessas minhas empreitadas.

Abasteci minha mochila e aceitei a grana do meu pai para a moto. Logicamente, ele não entendia porquê eu não convidava a Mel para ficar o restante do sábado e o domingo inteiro aqui na nossa casa, onde uma piscina enorme só para nós nos esperava e onde eu poderia ser fiscalizada de pertinho. Mas o argumento da vovó foi decisivo: " Ela precisa passear, e as duas vão a praia amanhã, o que é muito melhor que ficar aqui em casa como ficaram várias vezes. A menina é jovem, Divino, deixa ela se divertir".

Ela até me ajudou a escolher um biquíni para levar, pois contei que Aron avisou que eu iria precisar de um. Eu não sabia se ficaríamos na casa dele, somente, ou se ele tinha outros planos, mas estava feliz com qualquer que fosse sua decisão. Apenas saber que conto com minha avó e que agora nossa relação é lícita, supre boa parte das minhas necessidades. Estar com ele é o principal!

Certamente, não usei o dinheiro da moto. O guardei para devolver ao meu pai num outro momento, de um modo que não criasse suspeitas. Após fechar o mercado mais cedo, busquei minhas coisas no quarto, me despedi e deixei eles tomando café na cozinha. Desci até a esquina, conferindo atrás de mim se poderiam estar de olho, mas, pelo visto, minha vó manteve meu pai entretido. Mais tarde, eles iriam à missa e então sair para socializar com a Valéria e o marido, em alguma lanchonete. Daddy estava as vistas da despedida; em breve estaria retornando para a casa e queria aproveitar sua estadia ao limite.

Vou sentir falta dele... Mas a boa notícia é que toda a família pretende vir visitar vovó e eu em breve!

Mal posso esperar para abraçar meu irmão e minha mãezinha!

Foi Ninja boy quem me buscou de carro, todo faceiro, o que não era anormal, mas acabou me parecendo exagerado para um dia comum. Foi ai que descobri o motivo de a Mel estar também tão maleável hoje e ter aceitado numa boa e sem questionamentos me acobertar. Ela não especulou, por estar muito bem informada, já que foi convidada para ir à casa do Aron também, pelo Ninja.

Pois sim, os dois traidores se pegaram ontem!

- Vocês o quê? - senti como se estivesse contribuindo com aquela traição a Fabi. Estava escandalizada!

- Sabe como é que é, né, Lia... deixa o pai jogar. - ele respondeu com carinha de bolacha e um sorrisinho de puto.

Eu não tinha direito de interferir na vida alheia, mas não fiquei soltando fogos. Fabi pensaria o que de mim se soubesse? Que eu compactuei com isso, no mínimo, sendo que eu nem sabia até esse exato momento. Ninja explica que Mel preferiu que ele contasse ao invés de ela mesma contar, pois achava que eu iria ficar brava com ela.

Porém, se eu ficar brava estarei sendo hipócrita. Não fui eu que escondi da Fabi meu romance com o Aron?

De todo modo, não estava feliz por ela beijar o ficante da minha ex melhor amiga nas minhas costas, ainda que ambos sejam solteiros e desimpedidos.

Enfim, não dei muito papo pro Ninja. Ele era um infeliz que não podia ver um rabo de saia. Não podia ter poupado mais uma das minhas amigas de sua canalhice?

Em breve Mel estará chorando nos meus braços, tenho certeza!

Ele não gosta de ninguém e só usa as mulheres. O amo como amigo, mas como homem ele deixa muito a desejar.

E ela, hein? Dois traiçoeiros!

Ninja brincou comigo, tentando me fazer rir, mas cruzei determinada os braços e fechei a cara, irredutível. Que ele fosse para o inferno, maldito paquerador desgraçado!

Pique Al-Qaeda Onde histórias criam vida. Descubra agora