Ele trouxe minhas roupas que estavam até meio quentinhas ainda da máquina e eu entrei no banheiro para me trocar.
Para o meu pobre azar, vi uma pequena barata andando ali pelo chão e soltei o maior berro da minha vida.
Estava de top e calcinha quando a porta se arreganhou.
Passei por ele correndo, saltitando, apontando a maldita barata.
- Porra, que susto! - ele exclamou, entrou lá dentro e voltou avisando ter se livrado dela.
Então nos tocamos de que eu estava só de calcinha fio e ficamos iguais dois patetas nos olhando. Logicamente ele conferiu bem meu corpo, a calcinha e tudo o mais.
Tentei procurar algo rápido para falar, algo lógico e inteligente. Mas estava me sentindo uma idiota, constrangida e perigosamente acesa.
Ele se virou de costas, passando a mão na cara.
- Caralho, Talia... entra lá, bota tua roupa. - sua voz entregava o quanto ver meu corpo o enlouqueceu.
- Aron, foi mal, tipo... a barata... tipo... - gaguejei, querendo explicar que não foi proposital.
Ele se virou, vermelho, os olhos negros como a noite sem luar, a mandíbula pressionada. Ele parecia um vampiro com sede. Mas sua sede não era sangue.
Eu, de repente, me senti uma presa fácil.
- Não precisa explicar. - ele olhava cegamente para meu corpo. - Só... - engoliu seco. - Se veste lá.
- Ok. - chacoalhei a cabeça e voltei para a segurança do banheiro. Nada de barata, mas mesmo se tivesse, eu não teria visto, porque nos meus olhos só havia a imagem de seu olhar predador.
Mas que diabos, Talia!!!
Me dei um tapa na cara - não tão forte pq não sou trouxa -, olhando no espelho.
Enfim, me vesti e finalmente sai do quarto.
Ele estava junto a parede de vidro, observando a festinha lá em baixo.
Me olhou, então notei a lata de red bull em sua mão.
Ele sentou numa poltrona ali do lado e me puxou pro seu colo.
Eu fui, me sentei timidamente e ele me beijou com intensidade avassaladora, segurando meu cabelo atrás da orelha.
- Você merece tratamento de princesa... tão linda, doce. - beijou meu rosto.
Eu o abracei e escondi meu rosto em seu pescoço, sentindo o cheirinho dele. Me encolhi em seu colo.
- Eu adorei nossa noite. - falei, abafado.
- Eu também... pra caralho. - ergueu meu rosto. - Teremos mais, muitas mais. Se você ainda me quiser, claro.
- Eu quero. - sorri e segurei seu rosto, dando um selinho apertado em seus lábios. - Como não querer?
- Então tu é mais maluca do que eu pensava. - ele sorriu de modo sacana.
- Eu sou. Não duvide.
Ficamos até os últimos minutos na poltrona conversando e fazendo piadinhas, nos beijando e gastando o restinho do nosso tempo.
Ele me emprestou um moletom cinza da Nike e me levou de moto para casa, com seus seguranças atrás. Bazuca estava embriagado, baforando lança com uma mulher em seu colo, e Ninja na piscina, então não me despedi deles.
Pelo caminho, Aron alisava minha perna, pilotando em alta velocidade sua Ninja preta só com uma mão. Eu viajaria para outro país na garupa dele se fosse possível.
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Pique Al-Qaeda
RomanceEle é uma bomba, um perigo. Ela sabe que não deve se arriscar tão perto, que pode se ferir com uma iminente explosão. Lia tem 19 anos, e uma perda a levou para o morro do Sol. Ajudar a família vem em primeiro lugar, até mesmo antes de seus desejos...