49 Cuidado com o que deseja

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Eu estava estarrecida com toda a riqueza no closet daquele homem. Não tinha nada feminino ali, ainda bem. E ele era ciumento com suas coisas, porque não me deixava tocar em nada. Aff!

- Cara, você é muito chato e... parei de falar. Eu estava andando em frente as prateleiras e me deparei com uma coisa magnifica. Magnifica!

Entre uma parte e outra de cabideiros, havia um espaço fundo, com um vidro vedando. Lá dentro, era branco, mesma cor das prateleiras, material envernizado que brilhava com o reflexo da luz. Mas não brilhava mais do que a arma gigantesca que estava em pé num suporte.

Pus as mãos na boca, arregalando olhos.

- Gostou? - ele abriu a portinha de vidro que tinha uma pequena maçaneta. Tirou a arma lá de dentro, e ela reluzia porque era toda coberta de ouro puro.

Não acreditei.

- É ouro mesmo? - toquei com a ponta do dedo. Estava fria, como imagino que seja uma serpente.

Ela era muito ostensiva. Muito!

- Claro, pô... Famosa Ak de ouro relíquia do Hussen. - ele disse cheio de si. E pudera! A pessoa tinha de ter muita grana pra cobrir uma arma daquelas de ouro.

Brilhava tanto!

- Só uso em dia de baile, quando vem cantor famoso, artista; só em ocasiões especiais. - mostrava vaidoso os detalhes, a girando para lá e para cá. - Ta vendo aqui.... meu vulgo entalhado.

Estava escrito " Tropa do Alcaida"

- Meu Deus do céu! - Olhei na cara dele, animada. - Posso segurar?

- Tá maluca? Isso aqui não é brinquedo. Não é pra você. Tu nem gosta de armas. Sempre mantenho as minhas escondidas quando tô perto de tu. - me disse desconfiado.

Cruzei os braços, olhando ele encaixa-la em pé no suporte.

- Essa ai é diferente. Totalmente diferente.

Ele me espiou de soslaio e soltou o ar.

- Puta que pariu... - cedeu, ao ver que eu fazia birra.

Abri um sorriso e pulei. O short dele escorregou e puxei rápido, mesmo estando de cueca por baixo.

Só de ele pendurar aquilo em mim, quase tombei com o peso.

Após me deixar ter meu momento " bandidona", ele guardou novamente a arma e perguntou se eu estava com fome. Senti a barriga doer e disse que sim.

- Seca teu cabelo que vou buscar alguma coisa pra gente. - prendeu meu maxilar na mão pesada e me beijou demorado, lento, delicioso. No fim, mordeu suave e aplicou selinhos. Fixou o olhar no meu e partiu, fechando a porta do quarto.

Senti ciúmes por ele descer sozinho, me dando conta de que minha situação era decadente.

Lá em baixo cheio de mulher, a verdadeira mulher dele por ai e eu me deixando levar por esse mundinho particular que criamos aqui no quarto dele.

Penteei e sequei meu cabelo em frente ao grande espelho do closet. O tapete era uma benção de pisar, a temperatura do quarto aconchegante.

Como eu poderia resistir a esse conto de fadas?

Só essa noite... só até amanhecer.

Ele voltou, me encontrando de cabelos secos. Trazia duas tapiocas de frango e suco de laranja numa bandeja.

- Você quem fez? - perguntei, sentando na cama de boca aberta.

Ele sentou também e depositou a badeja entre nós.

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