45 - Irresistível

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- Desculpa, mas não tô conseguindo parar de te olhar... - ele está muito pertinho, quase encostando em mim. Só consigo ver seus olhos, que me acorrentam; minha cabeça está erguida e o peito queimando.

- Isso não vai prestar. - sinto a temperatura de seu corpo próximo ao meu.

- Vai sim. - ele olhava um pouco em cada olho meu e pra boca. - Eu já sou livre, só questão de tempo. Não sou um cara indeciso, Lia.

- Eu também não sou indecisa, ou não estaria aqui.

- Eu sei... - ele encosta a latinha de energético fria no meu braço quente e seus dedos também resvalam. - Sua personalidade me atrai... tava te observando com a Isa, depois com o Felipe. Sabia que eles são a única família que eu tenho e que a opinião deles importa mais do que pode parecer?

- Por isso eles estão aqui e eu também? Por isso a Isa estava aqui? Era para meio que... "me apresentar"? - fiz aspas com os dedos - Saber qual seria a opinião deles?

- Eu já sabia a opinião deles. Você tá aqui porque eu te quero aqui. Gosto de estar contigo, não percebeu isso ainda?

Nossas bocas estavam a meros centímetros de distância.

- E qual é a opinião sincera deles em relação a esse erro?

- A mesma que a minha. - respondeu somente.

- Vou ter que perguntar... Desculpa... - ri, atônita.

- Quer saber minha opinião sobre você? - as costas de seus dedos correram levemente pela minha bochecha, quase me levando a óbito. Sua voz era tão envolvente, quente. - Eu te acho uma gata... alegre, carinhosa, meiga, delicada. Quer mais?

Ah como eu queria fazer vários carinhos nele...

- E qual a sua opinião sobre mim, depois me conhecer um pouco mais? - pergunta em seguida.

Merda, ele encostrou o nariz no meu e sua boca no cantinho da minha. Sua mão suave está descendo para o meu pescoço, e ele o segura delicadamente, tombando minha cabeça para trás.

Meu sexo dói e lateja, e não consigo manter a respiração regular.

Seus olhos parecem estar transando com minha alma. Sinto que posso gozar assim.

- Será que agora sou digno de você?

Deixo um suspirinho escapar.

Por que Ninja não volta logo?
Hoje não sei se vou resistir...

- Eu... eu é... - dou uns passos atrás, molhando os lábios com a língua. O rosto dele está vermelho, aparentemente, quente de excitação. Seu olhar parece obcecado, como se eu fosse a última gota de água do mundo que poderia matar sua sede.

Sinto quando piso no nada, no ar, em falso e despenco para trás, afundando na piscina.

Eu ia até reclamar da minha lerdeza, mas a água calhou, veio na hora certa.

Tem um porém: quando emergi, nem toda água do mundo daria conta de diminuir a fogueira que se acendeu novamente ao ver que ele estava na água também, sem camisa, limpando o rosto. Deixou seu energético na beirada da piscina, e isso me lembrou do meu celular no bolso da calça.

O tirei rápido e sacudi no ar.

Ele olhou para mim, os cílios pingando e aquele sorriso de quem não vale a comida que come.

O sorriso dele era suficiente para jogar mais gasolina no fogo que já estava se alastrando.

Descobri, nesse momento muito estranho, após pagar o maior micão, que estava apaixonada por ele.

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