Capítulo 17 - Acampamento Centauro

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Ella acordou se sentindo um pouco tonta, Firenze o centauro estava segurando uma colher com algum tipo de poção borbulhante, e estava a fazendo beber, enquanto uma voz fria e sem emoção mais próxima dela criticava o centauro:
- Você quer administrar a poção ou quer matar ela sufocada? A cabeça dela tem que ficar em um nível mais alto que o restante do corpo, para o líquido não voltar para as narinas.

- Ouviu isso? - disse Firenze ignorando o dono da voz.

- O que?

- O coração dela está mais forte, ela acordou. - disse Firenze satisfeito.

- Ella? Ella está acordada?

- Estou...- ela murmurou

- Está sentindo alguma dor?

- Minha cabeça está explodindo, não consigo abrir os olhos.

Ella ouviu um som de vidros e frascos, depois uma poção fria foi empurrada em sua boca, ela engoliu e a dor de cabeça foi se esvaindo, ela abriu os olhos calmamente tentando se acostumar a luz. Ela estava em uma cama macia, com muitos cobertores grossos, o quarto onde ela estava parecia com um bangalô, havia uma mesa ao lado dela cheia de frascos, e um caldeirão fumegando alguma coisa no banco ao lado da porta, ela viu Firenze tirando um lenço molhado que estava na testa dela, e dando o lenço a uma pessoa atrás da cabeça dela, a mão da pessoa tinha calos entre os dedos indicador e no polegar, mão de quem escreve muito, a pele era pálida, e logo ela percebeu quem era, então se sentou rapidamente:
- Snape. O que faz aqui? - disse ela fingindo desprezo.

- Você disse que estava doente e que havia vindo buscar minha ajuda, depois sumiu da sala de Dumbledore, ele me contou que você estava aqui, e eu vim para ajudar, nesses dias que você esteve dormindo fiz algumas poções para anular os efeitos colaterais do antídoto que você toma, mas seu corpo estava muito cansado, você provavelmente estava a dias sem dormir e sem comer direito, pois o sangue que você vomitou vinha de úlceras estomacais que romperam.

- Sim eu sabia, mas eu não poderia selar o sangramento com magia, mas eu já havia sido tratada por centauros antes, então achei que a melhor saída seria correr e pedir que eles me ajudassem. Enfim, eu disse a Dumbledore que eu ficaria bem após dormir por alguns dias, e deixei todas as instruções sobre as poções que bebo todos os dias para ele te entregar, mas disse a ele para não revelar onde eu estava.

- Porque eu não deveria saber onde você estava? Sabia que se eu não estivesse aqui você poderia ter morrido? Como confiou tanto que os centauros te ajudariam? Eles não ajudam qualquer pessoa. Sorte sua que Dumbledore estava aqui. - resmungou Snape.

- Ella é bem vinda aqui sempre que precisar - disse Agouro entrando no bangalô - Centauros tem um contrato mágico com a espécie dela, é nossa honra servi-la.

Snape arqueou uma sobrancelha confuso.
- Se vocês tem um contrato mágico com humanos, porque dizem ser neutros quanto a nossos assuntos?

- Não temos contrato mágico com a sua espécie bruxo. - disse Firenze jogando seu cabelo louro para trás.

- O que querem dizer com isso? - perguntou Snape a Ella.

- Quando minha mãe estava grávida de mim, fizeram experimentos com ela, meu DNA, não é humano, pelo menos 50% dele não é.

- E o que você é, além de humana? - questionou Snape.

- Não sei exatamente. Meu pai, o homem que passou essa genética para mim, morreu antes de me explicar tudo.

- Quer dizer, que Carrow não é seu pai? E quem lhe deu a varinha de magia de luz foi o seu pai biológico?

- Sim, minha mãe me apresentou a ele, antes de nos mudarmos para a Grã-Bretanha.

- Entendo... - disse Snape pensativo - O que ela é? - perguntou para Agouro.

- Sua mente humana e egoísta é incapaz de compreender. - disse Agouro com escárnio.

- Eu posso tentar. - disse Snape.

- Ela é um espírito da natureza, bom, meio espírito já que seu sangue mágico está mesclado com o humano, mas de certa forma, ainda somos ligados a linhagem dela.

- Como assim um espírito da natureza?

- Eu disse que você não iria entender, bruxo. - disse Agouro ajudando Ella a se levantar. - Dumbledore pediu para te enviarmos de volta a Hogwarts quando você estivesse bem.

- Tudo bem, agradeço pelo o que fizeram por mim e... - Ella caiu no chão e começou a se retorcer em um tipo de convulsão.

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO? - perguntou Snape segurando Ella para que a garota não se ferisse ao se debater.

- Não há nada que possamos fazer. - disse Firenze examinando a garota.

- Como não? Ela vai morrer então? - questionou Snape.

- Como eu disse, sua mente egoísta não compreende nada. - disse Agouro entediado.

- Ela está tendo uma visão, mas para a espécie dela, ter visões é como fazer uma viagem astral, precisamos esperar que ela encontre o caminho de volta. - disse Firenze num tom um pouco mais suave.

- E se ela não encontrar o caminho de volta? - questionou Snape preocupado.

- Então ela ficará em coma para sempre, ou morre, é relativo. Não podemos fazer nada, além de aguardar.

Snape colocou Ella deitada na cama, e começou a monitorar os batimentos cardíacos, a temperatura e a pressão sanguínea da garota. Foi assim por 3 horas, até que Ella começou a suar frio, e se levantou vomitando violentamente no chão.

- Ella! Você está bem? - perguntou Snape conjurando água para a garota beber.

- Não.

- O que está sentindo?

- Medo... Não, medo não... Pavor. - disse ela pensativa.

- Medo de que? - questionou Snape desesperado por respostas.

- Ela viu o que previmos nas estrelas décadas atrás. Ela viu o horror, viu o mal além do mal, a dor além da dor. Estou errado? - Questionou Agouro.

- Está correto, eu vi... - Ela vomitou de novo, e foi ajudada por Severo a se recompor.

- Me conte o que viu, talvez eu possa ajudar... - disse Snape.

- Dumbledore, preciso ver Dumbledore.

- Ele saiu, mas deve retornar a noite, logo você poderá falar com ele.

- Não. Tem que ser o quanto antes, não temos muito tempo. - disse Ella num tom sombrio.

- Tudo bem, vamos ao escritório dele, vou chama-lo e poderemos conversar. - disse Severo guardando suas coisas numa maleta.

- Preciso falar com ele a sós, peça que ele me encontre no topo da torre de astronomia o quanto antes, vou esperar ele lá.

A Princesa Mestiça e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora