Capítulo 60 - Conclusão

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A páscoa se passou e Ella nem sequer comemorou com seus alunos, o chocolate não tinha sabor, nada parecia bom, enquanto ela não resolvesse sua situação com Kingsley, ela não ficaria bem.
Dumbledore a encontrou parada na torre de astronomia olhando para o horizonte.
- No que está pensando? - perguntou ele.

- Você não é legilimente?

- Sabe que não uso essa habilidade a torto e a direito. - explicou Dumbledore. - e não funcionaria com você a menos que me permitisse.

Ella suspirou.
- Estou pensando na visão que tive, e no futuro que me aguarda, estou pensando no que me disse há um tempo atrás, e tem razão, eu não deixaria esse fardo para nenhuma outra pessoa.

- E?... - perguntou Dumbledore calmamente.

- E eu preciso ir ao ministério agora mesmo. - disse ela saindo e deixando o diretor sozinho com seus próprios pensamentos.

O ministério estava agitado, diversas ordens de prisão, todos os aurores ocupados, cooperação com outros países bruxos e trouxas, o ministro dava entrevistas para vários jornais, nacionais e internacionais para se gabar da operação que prendeu mais de 80 bruxos das trevas, e centenas de trouxas envolvidos na organização criminosa Nightshade.

Ella entrou na sala de Moody sem bater, e Kingsley estava lá ajudando Olho-Tonto com uma documentação.
- Deixe eu levar esses documentos para o chefe do departamento assinar, assim você pode ficar e conversar com a Prince. - disse Moody reunindo os papéis e saindo rapidamente da sala.

- Parece que você já contou a ele o que aconteceu. - disse ela fechando a porta atrás de si.

- Contei, eu precisava de conselhos e não sabia a quem recorrer. - disse Kingsley um pouco sem jeito - Sente-se se quiser.

- Não obrigada, serei breve. - disse ela secamente, e ele engoliu em seco.

- Tu-tudo bem, pode falar, estou pronto. - disse ele respirando fundo.

- Quero ouvir o que tem a dizer primeiro - disse ela calmamente.

- Sério? Você passou quase dois meses sem me responder, eu pensei que não...

- Pode ir direto ao ponto? Sabe que detesto enrolação. - disse ela impaciente.

- Desculpe. Enfim, aquele dia, a senhorita Roux entrou na sala querendo informações sobre um prisioneiro, e quando tentei me afastar ela me encurralou entre a parede e ela, e quando ouviu sua voz ela me agarrou, eu fiquei surpreso, por isso demorei dois segundos para reagir, mas juro para você, nunca senti atração por ela, nem quis te magoar, na verdade parece que ela arquitetou esse plano desde o princípio, porque desde então ela não me procurou mais. - explicou ele falando ligeiro.

- E você queria que ela te procurasse. - afirmou ela cruzando os braços com uma expressão fria.

- Não coloque palavras na minha boca, por favor, sei que está com raiva, eu também me sentiria assim, mas eu te amo, amo muito, já te disse isso um milhão de vezes, quero que esteja na minha vida, quero me casar com você, ter filhos, quero ter a nossa casa, nossa família, eu nos vejo daqui uns 20 anos levando nossos filhos para Hogwarts e...

- Esse é o problema Kingsley! - exclamou ela interrompendo ele. - Você planejou toda uma vida para nós sem me consultar, planejou em poucos meses de relacionamento, planejou sem me consultar, sem levar em conta o que eu quero, você só pensou em você e no que você quer! - disse ela andando de um lado a outro.

- Claro que não eu pensei em nós dois! Não deixe sua raiva de mim te influenciar no momento. - disse ele se aproximando dela que se afastou.

- Eu já imaginava que Émilie tivesse feito isso de propósito, e não estou mais com tanta raiva. Eu só acredito que se você me amasse de verdade, não teria dado espaço para que ela fizesse o que fez, mas enfim, esse assunto se encerrou. - explicou ela calmamente.

- Se isso não é o problema então qual é? - perguntou ele aflito.

- O problema é que queremos coisas diferentes, você quer uma vida estável, quer uma família, quer filhos, quer tranquilidade, quer viver de acordo com seus planos, sendo que eu sempre deixei bem claro que não é isso o que eu quero.

- E o que você quer? - perguntou ele já sabendo a resposta.

- Eu quero mais que isso. - revelou ela tristemente. - Quero viver aventuras sem fim, quero viajar o mundo sem ter rumo ou planos, quero correr pelas colinas sentindo o vento no meu rosto como os cavalos selvagens, quero voar na minha vassoura sentindo a chuva me molhar, sentindo o sol me aquecer, quero ver o por do sol na Toscana, quero ver a neve na Rússia, quero um mundo amplo, sem limites, sem planos, sem regras! Quero uma vida divertida, cheia de liberdade, de ação, quero descobrir novos lugares, novos feitiços... - ela o encarava com um sorriso bondoso.

- Você quer tudo. - completou ele.

- Quero. - concordou ela.

Ambos ficaram em silêncio por longos minutos.
- Eu aceito então. - disse ele se aproximando e pegando a mão dela. - Eu abro mão de tudo por você, eu desisto do meu emprego, desisto dos meus sonhos de uma vida no interior, deixo tudo por você!

- Você não será feliz se fizer isso - disse ela se afastando.

- Serei feliz se estiver com você, te quero na minha vida, te seguirei aonde for, serei tudo o que você quiser, farei tudo o que puder para te fazer feliz. - prometeu ele esperançoso.

- Eu não serei feliz te vendo abrir mão de tudo - declarou ela - eu não desistiria de mim por você, e não quero que desista de si mesmo por mim.

- Não entendo, estaremos juntos, o que mais pode querer? - perguntou ele confuso.

- Quero sua felicidade acima de qualquer coisa, mas nunca acima de quem eu realmente sou. Quero que encontre alguém que realize seus sonhos, alguém que te queira como você é, que te aceite, e que te filhos e que te dê a vida no interior que você tanto deseja. - disse ela com lágrimas nos olhos.

- Está terminando comigo? - perguntou ele com a voz embargada.

- Estou. Não posso te dar o que deseja, e você não pode me dar a vida que quero, então será melhor seguirmos caminhos diferentes. Se insistirmos nisso estaremos apenas nos enganando e nos magoando, o que não seria justo.

- E é justo eu estar com o coração partido? - perguntou ele segurando para não chorar.

- É o certo para nós dois. - confirmou ela.

Então a porta se abriu com violência e Olho-Tonto entrou olhando meio desconfortável para os dois.
- Encontramos Carrow.

A Princesa Mestiça e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora