Capítulo 8 - Poção Polisuco

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Olho-tonto, Steve e Kingsley seguiram o auror que seguia até a sala de detenção e interrogatório apressadamente. Passaram por diversas salas com medidas de segurança diversas, chegaram a uma sala sem janelas, com apenas uma mesa no centro, e duas cadeiras uma delas ocupadas por um homem magro, com uma barba descuidada preta, e cabelos longos desgrenhados salpicado por fios brancos, em sua testa havia um galo do tamanho de um ovo, e ele sangrava. O homem olhou para os bruxos que entravam e tentou falar, mas seus olhos giraram nas órbitas, e ele começou a dizer coisas desconexas.
- Tem de ser louco... desafiar Dumbledore... Tortinhas de abóbora... Ele quer, ele vai para Hogwarts, não... Ele não vai... Varinhas de alcaçuz, tão doce...

- Tentamos interroga-lo, mas ele não dizia nada, uma palavra sequer. Então a pele dele começou a borbulhar, e ele tomou essa aparência, encontramos poção polissuco nos bolsos dele. - disse o auror olhando preocupado para o bruxo preso a cadeira, que agora cantarolava insanamente.

- Qual dos bruxos capturados ele era antes de retornar a sua forma original? - perguntou Alastor.

- Allister Carrow.

O auror americano se aproximou do homem, e o observou de perto.
- Ele parece estar sendo controlado pela maldição imperius, porque ele está ferido?

- Quando o questionamos sobre a poção polissuco, e porque ele tomou a identidade de outro bruxo, o homem enlouqueceu, e começou a se bater contra a mesa, tivemos que amarra-lo para que não se ferisse mais. - respondeu o auror.

- Estranho...- disse Kingsley - porque um bruxo iria mandar outra pessoa sob o efeito da poção polissuco para sequestrar outra?

- Porque ele sabia que seria capturado. - disse Moody seriamente. - Mesmo em meio a insanidade ele murmurou coisas conexas, como "Tem que ser louco, desafiar Dumbledore", meu palpite é que ele está tentando resistir a maldição, e tentando nos dizer o que sabe.

O bruxo acorrentado deu um grito, e tentou se soltar.
- Me soltem, me soltem, ele vai matar, vai matar... Não gosto de picolés ácidos, queimam a minha língua.

- Quem ele vai matar? - perguntou Moody calmamente para o homem insano que agora babava.

- Darcy, unicórnios são prateados sabia? E chicles de baba bola são os favoritos dela...

- Um sobrenome, tente balbuciar um sobrenome. - disse Moody testando alguns feitiços para ver se conseguia ajudar o homem.

- Linkleather, Carrow... vai matar, huummm feijõezinhos.. todos os sabores... - dito isso o homem começou a babar novamente.

- Pesquise o sobrenome Linkleather. - disse Moody ao auror que saiu correndo da sala.

- Você estava certo Williams, este homem deve estar sendo controlado pela maldição imperius, já vi algumas pessoas tentarem resistir e acabarem dessa forma. - disse Moody olhando seriamente para o homem que ora cantarolava insanamente e ora balbuciava palavras desconexas.

- É típico de Allister Carrow fazer isso, ele não se colocaria em perigo de ser capturado, tentamos pegá-lo há anos, e sempre que estamos próximos ele nos despista fazendo com que a gente capture inocentes e entremos em um beco sem saída. É frustrante. - disse Williams calmamente mas com um vigor nos olhos.

- Entendo, é uma situação complicada.. - comentou Kingsley pensativo. - e os outros bruxos capturados? Será que não podem nos dar maiores informações?

- Os comparsas de Carrow nunca revelam nada, nem sob veritasserum, nem sob feitiços, não há nada que os faça falar. - disse Williams sério.

- Este é um impasse grave em uma investigação. Precisamos descobrir quem são esses bruxos, e o que querem exatamente, pois dada a quantidade deles e a audácia de atacar um bruxo poderoso como Dumbledore, tenho certeza que existem mais deles, e uma orda de bruxos das trevas não se uniriam assim apenas para ir atrás da senhorita Prince, tem algo mais nessa história. - disse Moody analisando o pobre bruxo insano.

- Devemos mandá-lo para o St Mungus Olho-tonto? - perguntou Kingsley.

- É óbvio, ou você pretende deixar o coitado agonizando sem cuidados nessa sala fria e escura?

Kingsley saiu para fazer a papelada de transferência do prisioneiro agora inocente, para tratamento no hospital. Moody fez sinal para Willians segui-lo, e retornaram para a sala de Moody. Ambos se sentaram e Olho-tonto indagou.
- Qual é a importância da garota Prince?

- Eu já lhe disse senhor Moody, ela é uma bruxa com poderes de empatia, e essa organização a quer por causa desses poderes.

- Sim, você já disse, agora eu quero saber o que está escondendo de mim, e qual é a verdade sobre a garota, porque empatas e videntes são raros, mas não são únicos, e uma organização inteira não estaria atrás de uma pessoa só por cobiçar essas habilidades, porque seria muito mais fácil ir atrás de qualquer outro bruxo habilidoso no mesmo sentido, ao invés de correr atrás de uma garota que sempre dá problemas.

Willians engasgou tentando encontrar as palavras certas, mas Moody não lhe deu tempo de respirar, se levantou rodeando a mesa em direção ao auror americano, e enquanto falava ia se aproximando com um olhar cada vez mais intenso.
- Vamos senhor Williams, me diga a verdade, e pare de esconder informações de mim, qual é a verdadeira importância da garota para esse caso? Porque a querem tanto? Qual é a ligação dela com essa organização, ela já foi membro deles? Ela era uma espiã da MACUSA? Vamos desembuche, só estamos nós dois aqui. Quanto antes eu souber da verdade mais eu poderei ajudar no seu caso, afinal somos de nações diferentes mas ambos estamos do mesmo lado oras!

O americano se endireitou, respirou fundo, e encarou Moody com a mesma intensidade sem demonstrar medo.
- Senhor Moody, devo lhe perguntar, qual é a sua opinião sobre bruxos mestiços?

Olho-tonto deu de ombros.
- Pra mim bruxo é bruxo, não faz diferença se é mestiço, se é nascido trouxa, se é puro sangue, tanto faz, somos todos carne, osso e sangue, não é?

- Eu não teria dito melhor. Tudo bem, você me convenceu, vou te contar a verdade, mas tudo o que eu disser não poderá sair daqui, muitas vidas estarão em risco, e se essa conversa vazar, muitos inocentes podem morrer. - ele se levantou e encarou Moody com determinação.

- Entendo, não contarei nada, ficará só entre nós. - disse Olho-tonto sério.

- Você promete? - Olho-tonto assentiu com a cabeça, Willians se aproximou de Moody e o questionou. - Então você faria um voto perpétuo?

A Princesa Mestiça e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora