Capítulo 3 - Revelações

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Dumbledore analisou a cicatriz da garota, com um semblante sombrio.
- Severo fez isso com você? - perguntou o diretor enojado.

- Você sentiu isso? - perguntou ela do nada se levantando em estado de alerta.

- Humm? - respondeu ele pensativo.

-  Alguém aparatou aqui.

Dumbledore olhou para a porta com determinação e empunhou sua varinha, no mesmo momento o travesseiro e o banco de Aberforth sumiram fazendo o bruxo cair e acordar, Ella parecia aflita, então puxou Dumbledore pelo braço para ele chegar mais próximo a ela e falou rapidamente de forma firme.
- Eu vim procurá-lo por outros motivos além de minha história com Severo, a verdade é que tenho informações a respeito de Tom Riddle, é essencial que saiba que ele voltará.

Aberforth e Alvo iam falar algo mas ela os interrompeu batendo no balcão.
- Shh! Não há tempo, escutem! A pessoa que está vindo me quer por conta dessas informações.

Ela olhou para a porta com os olhos assustados e engoliu em seco, então retornou a sua expressão impassível antes de falar.
- Vai haver uma pequena batalha aqui, e talvez eu não sobreviva - ela encarou os dois com seriedade - preciso que leve isso - ela conjurou um frasco gordinho e começou a retirar fios prateados de sua têmpora com a varinha, ela colocou vários fios com agilidade, a mão dela tremia, Alvo segurou as mãos dela para ficarem firmes, ela estava gelada.

- Guarde isso, e vá. - ela colocou o frasco na mão de Alvo - Você também, suma daqui, salve sua vida. - disse ela empurrando Aberforth em direção aos fundos do bar.

- Não vou sair do meu bar pirralha!

- Então você vai morrer também seu estúpido! - disse ela cuspindo as palavras.

- Ninguém vai morrer - disse Dumbledore calmamente, e com uns movimentos de varinha, fez sair fumaça e uma luz azul fantasmagórica da ponta, depois murmurou alguns feitiços em direção as portas e janelas.

- Não vai adiantar. - ela suava frio e andava de um lado a outro preocupada.

- Em que problemas você se meteu menina? - perguntou Aberforth rabugento.

- Vão embora! - disse ela com a voz gélida.

- Não. - disse Alvo com simplicidade.

Ela agarrou as vestes do diretor o fazendo a encarar.
- Você tem tudo o que precisa saber, está no frasco, só vá embora, e me deixe... Me deixe encontrar meu destino. - a voz dela quebrou.

- Não vou sair do meu bar, e não vou te deixar, se morrermos que seja, já estou velho e dolorido o bastante. - disse Aberforth.

- Então me matem! - disse ela com um tom de desespero na voz.

A porta do bar se escancarou, e o vento entrou agitado esfriando o local e um homem corpulento, com uns 60 anos, alto com cabelos loiros curtos, e um jeito pomposo, entrou pela porta batendo palmas teatralmente.
- Ora ora ora.... senhorita Prince, que surpresa vê-la! Então os rumores que ouvi eram verdadeiros! Você vai se esconder debaixo da saia de Dumbledore igual seu primo mestiço?

Dumbledore se moveu com elegância, parecendo muito a vontade, como se aquilo fosse uma reunião de amigos, mas a expressão severa no seu rosto, seus olhos azuis faíscando, passavam claramente a mensagem "você não é páreo para mim, seja prudente e se renda antes", ele parou a frente de Ella com as mãos entrelaçadas a frente.
- Senhor Allister Carrow, gostaria de dizer que é um prazer revê-lo, mas eu estaria mentindo.

- Ella querida, olha quem eu trouxe para te visitar! - disse ele rindo maldosamente enquanto bruxos e mais bruxos das trevas entravam pela porta do bar. - Você acha que o velho amante de trouxas e sangues ruins vai te proteger?

- Cala a sua boca! - disse ela entredentes.

- Ele pode amar os inferiores, mas será que ele poderia amar um monstrinho como você? Ah eu duvido muito. - disse ele rindo.

Dumbledore se interpôs com um sorriso bondoso, mas seus olhos estavam frios.
- Senhor Carrow, demais senhores, sugiro que vão embora, o bar já fechou, então não tem nada que possam fazer aqui.

- Eu vim buscar o que é meu, e não sairei daqui enquanto não conseguir. - ele tentava olhar para a garota atrás de Dumbledore. - Ui que olhar frio mocinha, sem choro? Nem gritos? Nem suplicas? Então você está quebrada querida? Venha para mim, irei concerta-la só para ter o prazer de te ouvir gritar - disse ele apontando a varinha ao mesmo tempo que Dumbledore apontou a dele. Carrow hesitou, um brilho de medo passou por seus olhos.

Dumbledore o olhou com pena.
- Senhor Carrow eu sinto muito que tenha escolhido esse caminho, o senhor não me deixa outra escolha.

O bruxo reagiu ao mesmo tempo que Dumbledore, ele lançou um feitiço em direção a Ella, mas Dumbledore bloqueou com facilidade, Aberforth pegou Ella pelo braço e a levou para trás do balcão, milhares de feitiços voaram em direção a eles, e ela se encostou entre a parede e o balcão, a respiração acelerada, o coração parecia com o de uma ave batendo rápido e descontrolado.
Carrow continuava a lançar um feitiço atrás do outro, e Dumbledore bloqueava com muita elegância, enquanto prendia os bruxos das trevas com redes invisíveis, os prendia dentro das paredes, enrolou 4 de uma só vez em um tapete que ele mesmo conjurou.

Uma luz verde passou assobiando por cima da cabeça de Aberforth que pulou o balcão praguejando e atirando feitiços para todos os lados, bruxos e mais bruxos entravam pela porta do bar, alguns ao dar de cara com Dumbledore tentaram correr, mas o diretor lançou um feitiço estuporante atingindo 5 de uma só vez, era incrível a tranquilidade e paz com que Dumbledore duelava, ele emanava uma aura de puro poder.

Um feitiço explodiu parte do balcão fazendo voar farpas para todo lado, ela praguejou e pulou para o lado lançando um feitiço de contenção em 2 bruxos que tentaram atacar Aberforth pelas costas, depois acertou outro com o feitiço do corpo preso, e mais outro com a azaração do tranco o fazendo girar no ar e partir o assoalho do segundo andar do bar.
Ella desviou de um feitiço que por pouco não a atingiu, e só teve tempo de ver Dumbledore apontando a varinha para ela, então houve uma explosão e ela voou pelo ar batendo as costas na parede próxima a Aberforth, ela se levantou desnorteada, a sua testa sangrava mas ela estava bem, o diretor havia acabado de salvar a vida dela.

Uma velha muito feia que fedia mais que um trasgo adulto entrou no bar, e agora ela e 7 bruxos restantes começaram a duelar com Alvo Dumbledore, enquanto Aberforth ajudava o irmão. Ella foi em direção a eles, mas a velha lançou um feitiço vermelho em direção a ela e explodiu parte do assoalho fazendo a garota afundar no chão, uma estaca de madeira fincou em sua panturrilha, ela sentiu tanta dor que sua vista se escureceu.
Voltando a si, ela viu Allister Carrow chegando, ela apontou a varinha, mas ele a segurou pelo pulso no mesmo momento. Ambos se encararam, ela com a expressão fria e vazia, ele com um sorriso nojento no rosto, embora ela parecesse estar determinada, seu corpo a traiu, tremendo e soltando a varinha, a deixando num torpor catatônico.

- Solta ela Carrow maldito! - disse Aberforth de frente a eles.

Carrow puxou Ella para ficar em pé, e a garota sentiu a estaca sair de sua carne e o sangue borbulhando. A bruxa velha deu um grito quando Dumbledore a acertou com um feitiço que a jogou com violência numa parede a fazendo se juntar aos tijolos. E ele se colocou na porta para que Carrow ficasse sem saída.
- Desista Allister, solte a garota.

- NÃO! Ela é minha, vou leva-la! - disse ele apontando a varinha a Dumbledore e soltando ela no chão.

Aberforth se aproximou e meteu um soco na cara do bruxo que desabou no chão inconsciente, e então os aurores chegaram.

A Princesa Mestiça e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora