Capítulo 65 - Vitória

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Carrow era um adversário fraco comparado a maestria de Dumbledore, mas ele de alguma forma conseguia se comunicar com seus capangas e os indicava o que fazer e a quem ferir para que houvessem desvios da atenção dos aurores e assim ele conseguisse avançar cada vez mais próximo da saída. Ele encontrou uma brecha e em questão de segundos feriu Ella e Moody com a intenção de desviar a atenção de Dumbledore e assim deixar o caminho livre para a fuga.
Mas Alvo Dumbledore já era um homem velho, sábio, e o mais experiente entre todos ali, ele não deixaria Carrow escapar, com a quantidade de aurores presentes ali não haveria risco de vida para seus companheiros, e ele então tomou a decisão de levar a luta para um lugar onde Carrow não poderia ferir mais ninguém.

Dumbledore puxou seu desiluminador do bolso, e Carrow deu uma gargalhada.
- Vai apagar as luzes professorzinho? - zombou Carrow que já tinha sido aluno de Dumbledore.

- Allister, você já deveria ter aprendido com seus erros dado a idade que tem. - comentou Dumbledore acionando o desiluminador e uma onda magnética passou por todo o perímetro.

Carrow deu outra gargalhada achando que o feitiço que Dumbledore tentou fazer não deu certo.
- Parece que seu brinquedinho está quebrado. - comentou ele andando devagar até a saída.

- Temo que não Allister, é por esse motivo que você vai perder hoje. Mas sejamos cordiais sim? Se renda amigavelmente, e prometo que ninguém mais irá se ferir. - negociou Dumbledore com serenidade, enquanto andava na mesma direção que Carrow, o bruxo olhou assustado ao notar que as vozes das outras pessoas estavam abafadas, e que a visão dele das paredes e objetos pareciam turvos.

- Onde estamos? - perguntou Carrow tentando disfarçar sua expressão de pavor.

- Essa é a dimensão espelhada Allister, não poderá ferir ninguém aqui, e eu gostaria muito de dizer que ninguém pode te ferir aqui, entretanto eu estou presente. E dado seu histórico rebelde e violento não posso prometer nada. - disse Dumbledore calmamente, o que deixava Carrow cada vez mais irritado.

- E porque não me ataca logo? Já conseguiu me encurralar, você venceu! Ou se acha nobre demais para me atacar? - indagou Carrow com receio.

- Não ataco porque sou um homem pacífico, não gosto de guerras, tampouco de duelar. - comentou Dumbledore arrumando suas meias casualmente, Carrow o encarou confuso e ele sorriu gentilmente. - Meus pés estão gelados, faz anos que não ganho um bom par de meias de lã, e cá entre nós, sou um homem velho e seria muito útil ganhar meias quentes ao invés de livros.

- Por que está falando sobre banalidades? Está ficando caduco ou se tornou mais excêntrico com o passar dos anos? - questionou Carrow impaciente, a tensão crescendo a cada segundo, a serenidade de Dumbledore só mostrava o quanto ele era perigoso, pois se estava tão a vontade frente a um duelo, isso mostrava que ele tinha certeza que iria vencer, e Carrow não estava nada contente com aquela situação.

- Acho que um pouco dos dois - respondeu Dumbledore de forma cordial - mas eu estou aproveitando esse momento de descontração para conversar e entender melhor suas intenções.

- Estamos em uma luta não? São óbvias as minhas intenções velho louco.

- Por que quer Ella? O que ela pode ter de tão interessante mesmo após tanto tempo? Você a torturou por anos, não é suficiente? - questionou Dumbledore finalmente revelando suas intenções.

- Aahh quer saber sobre a minha filha. - afirmou Carrow satisfeito. - eu a quero porque ela é minha!

Dumbledore olhou nos olhos de Carrow por alguns segundos, e então suas sobrancelhas se ergueram em clara surpresa.
- Você sabe que ela não é sua filha. - afirmou ele usando legilimência - Você a quer por despeito, por vingança.

Carrow deu uma gargalhada.
- É claro que sei, tantos anos usando o sangue dela para estudo, acha que eu seria tolo para não notar algo tão simples? Ah os estudo da genética que os trouxas tem é maravilhoso! - disse ele com uma expressão insana. Dumbledore ficou sério, o ar descontraído dando espaço para tensão.

- Pensei que tivesse a possibilidade de outros motivos, pensei que talvez não entendesse o mau que tem feito, mas você sabe, e entende, sempre esteve ciente da dor que causou e das mortes que causou e gosta disso. - afirmou Dumbledore enojado.

- Nesse mundo existem os poderosos e os que são fracos demais para tomar o poder para si, eu não sou fraco Dumbledore. - disse Carrow se preparando para atacar.

- Você é fraco, e é um assassino. - acusou Dumbledore com firmeza.

Carrow tentou lançar um Avada Kedavra, mas antes que pudesse terminar o movimento Dumbledore fez um movimento horizontal com a varinha lançando uma espécie de escudo invisível que empurrou Carrow com toda força o fazendo se erguer no ar e soltar sua varinha. Depois Dumbledore abaixou sua varinha com força fazendo com Carrow despencasse com força no chão ficando desacordado. O diretor então conjurou cordas invisíveis e antiaparatação, e pegou a varinha de seu adversário guardando-a segura em suas vestes, então acionou o desiluminador, e ambos retornaram a realidade.

Os aurores haviam vencido os adversários remanescentes, e estavam reunindo os prisioneiros no meio da sala, enquanto o restante os levava para fora um a um.

Moody estava bem e acordado, tinha apenas algumas escoriações nos braços e no rosto, ele estava ajudando Ella que estava desacordada no chão de barriga para baixo, numa poça de sangue, em suas costas um grande pedaço de ferro retorcido estava fincado.
- Vamos menina valente, você vai ficar bem. - repetia ele, enquanto limpava o sangue e puxava os pedaços menores de ferro e estancava o sangue usando magia, enquanto Kingsley cortava as roupas dela para limpar e dar acesso livre para Olho-Tonto retirar os estilhaços.

Dumbledore entregou Carrow para Scrimgeour que estava liderando a prisão dos adversários, enquanto Dumbledore passava todos o olharam surpresos e admirados.
- Onde estavam? Nós os procuramos mas não encontramos em lugar nenhum.

- Tive que levar a luta para um local mais seguro, Allister teria explodido o prédio se eu não interviesse. - afirmou Dumbledore largando o prisioneiro no chão e indo até Ella para ajudar.

- Ela não para de sangrar Dumbledore! - disse Moody alarmado assim que o viu se aproximando, todos os ferimentos que Moody tentava estancar o sangue, começavam a sangrar de novo em alguns segundos, os feitiços de cura funcionavam temporariamente, e logo as feridas reabriam.

Dumbledore se abaixou e abriu os olhos dela para observar usando a luz da varinha, depois começou a murmurar feitiços.
- Ela precisa de uma poção para repor o sangue, vou levá-la para Severo. - disse ele pegando Ella no colo como uma criança mostrando uma força incomum que os outros desconheciam. - Alastor, cuide para que Carrow seja transportado imediatamente para Askaban. - ordenou ele e Moody assentiu correndo como podia para acompanhar Scrimgeour.

- Eu ajudo Dumbledore. - ofereceu Kingsley tentando pegar Ella, mas o diretor negou com um sinal da mão.

- Vá ajudar os aurores, ela ficará bem. - afirmou Dumbledore, e Kingsley foi atrás de Moody com um olhar hesitante para trás.

Dumbledore foi até um canto e assoviou baixinho, e logo Fawkes apareceu numa bola de fogo.
- Leve-nos para Hogwarts. - disse ele e a ave desaparatou levando os dois.

A Princesa Mestiça e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora