Capítulo 133 - Ponto de Ruptura

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Ella se sentiu desconfortável com o abraço, e se afastou discretamente. Dumbledore e Maylos a ajudaram a se levantar e a olharam gentilmente.

Ella olhou meio tímida, e se lembrando da batalha perguntou alarmada:
- Onde está a manticora?

- Dumbledore conseguiu prende-la - disse Maylos apontando para algo parecido com um lençol gigante envolvendo algo no ar, há uma certa distância.

Dumbledore pegou a varinha dela que estava no chão e lhe devolveu com um olhar ainda preocupado.
- Você está bem?

- Claro que estou - respondeu ela na defensiva, desesperada para mudar de assunto. - O que faremos com a fera?

Maylos olhou para Dumbledore esperando por respostas, e o diretor deu um suspiro.
- Não sei ainda, Manticoras são criaturas conscientes, e dada a lealdade desta a Carrow, creio que teremos que pensar em alternativas para mantê-la distante de pessoas.

- Eu poderia tentar ganhar a lealdade do animal, mas isso leva tempo, e não é um processo garantido por serem extremamente violentas... - Maylos conversava tranquilamente com Dumbledore quando Ella o empurrou para o lado e se aproximou do animal preso um lençol mágico.

Ela apontou a varinha para a manticora e murmurou:
- Avada Kedavra! - mas sua varinha explodiu se recusando a realizar um feitiço de magia negra.

Dumbledore aparatou imediatamente até Ella e a segurou pelos cotovelos com a expressão surpresa.
- Ella! O que está fazendo? - perguntou ele preocupado.

- Estou fazendo o que você não tem coragem de fazer. Sabe que o animal é perigoso, e que pode matar centenas de pessoas, mas mesmo assim quer salvar uma criatura maldita dessas! - disse ela num rompante de raiva tentando se desvencilhar de Dumbledore, mas o bruxo mesmo em avançada idade era forte e a prendia com mãos de aço.

- Ella! Se matarmos qualquer pessoa ou criatura só porque é perigosa, estaremos nos igualando em maldade, não é assim que agimos! - disse Dumbledore tentando por juízo na mente perturbada dela.

Ela olhou para Dumbledore com amargura.
- Você não age assim porque é fraco! Sírius estava certo, olha tudo o que sacrificamos, tudo o que perdemos, isso valeu a pena para você?

- Ella, aquele não era Sírius, não de verdade, era uma alucinação causada por um parasita maligno, ele suga toda sua bondade e convicção, e tenta te moldar a pensamentos trevosos. - explicou Maylos quase num tom de desculpas.

- Não deixe que as artes das trevas te dominem. Você já deixou o mal te controlar uma vez, lembra do que sentiu quando percebeu o que havia feito? As consequências de suas escolhas antigas?  - disse Dumbledore, sua voz penetrante e cheia de autoridade, como um pai que adverte um filho.

Ella parou de tentar se soltar, ficando em um silêncio perturbador, após um tempo ela suspirou e olhou no fundo dos olhos de Dumbledore.
- Me perdoe Alvo. - sussurrou ela tristemente.

Dumbledore sorriu de leve e deu um abraço que ela retribuiu com pesar.
- Você vai ficar bem Ella, tudo isso vai passar. - prometeu Dumbledore a confortando acariciando seus cabelos.

Ella assentiu, e Dumbledore finalmente a soltou, a observando com preocupação.

E tudo aconteceu ao mesmo tempo, Maylos gritou "NÃO DEIXE ELA IR!!!", enquanto Dumbledore tentava pegá-la, e abraçava o ar no momento que ela desaparatava, Ella reapareceu do outro lado da manticora, e apontou a mão para o grande animal.

- Avada Kedavra - gritou ela, e o feitiço de contenção de Dumbledore se desfez fazendo o animal tombar no chão com um baque surdo. Ella ficou parada e inexpressiva, olhando para o corpo inerte do animal.

A Princesa Mestiça e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora