Capítulo 64 - Delírio?

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Ella sentia seu corpo caindo num vazio sem fim, então finalmente seu corpo começou a responder, ela abriu os olhos devagar tentando focar o que estava a sua volta, mas seus olhos pareciam nublados. Ela sentiu grama sob seus pés e seus olhos finalmente focaram a torre de astronomia de Hogwarts acima, um raio cortou o céu indicando um presságio terrível, ela olhou para seus pés e ali no chão estava uma pessoa caída, ela reconheceu imediatamente as vestes e a barba e cabelos brancos característicos, era Dumbledore, morto.

Ella se ajoelhou no chão desesperada mas por mais que tentasse não conseguia tocar o rosto do diretor, ela deu um grito cortante arrancando a grama com as mãos no desespero de que talvez assim pudesse fazer alguma coisa, mas a paisagem tremeu, como se fosse a imagem de uma televisão chiando, e tudo começou a flutuar, a torre, o corpo de Dumbledore, os cabelos dela, e então a imagem mudou.

Ella estava agora no topo da torre de astronomia, olhando Severo Snape diretamente nos olhos, o vento uivava de leve fazendo seus cabelos balançarem, ela percebeu que não tinha mais o controle do próprio corpo, e Severo a olhava com indiferença, os lábios da garota se moveram sem que ela os controlasse e sua voz saiu serena e apelativa.
- Severo... por favor...

Snape apontou a varinha para ela e disse sem emoção nos olhos.
- Avada Kedavra. - e um clarão esverdeado a atingiu com força, e ela se sentiu cair, seu corpo inerte não respondia aos comandos, e impressionantemente ela estava consciente de tudo ao redor.

Ela caiu no chão, mas não estava mais em Hogwarts, estava agora em uma sala de uma casa, a porta estava aberta e o vento frio entrava rodopiando pelo cômodo. Ella viu uma figura caída na escada, e correu para ajudar, mas o homem já estava morto, Ella olhou para ele horrorizada entendo naquele momento que aquilo não era real, não podia ser, o homem no chão era Tiago Potter que já havia morrido há anos.
Ella ouviu o som de gritos no andar de cima, e correu para lá, mas o corredor parecia não ter fim, e a voz dela não saía, parecia que ela estava num tipo de paralisia do sono, quando finalmente chegou a porta do quarto se deparou com uma mulher morta no chão, um bebê no berço e Voldemort apontando a varinha para o rosto da criança. Antes que ela pudesse reagir o bruxo gritou:

- Avada Kedavra!

E um clarão de luz verde empurrou Ella contra a parede, e explodiu o telhado da casa, como se fosse em câmera lenta ela viu o corpo de Voldemort borbulhar como se estivesse queimando de dentro para fora, e então o bruxo explodiu em cinzas, enquanto o bebê no berço chorava assustado. Ella se aproximou e pegou o bebê no colo para acalma-lo, mas o bebê já não era o mesmo de olhos verdes e cabelos escuros, ele tinha o rosto de Voldemort, e a pele escamosa e doentia, assustada Ella derrubou a criatura de seus braços e ela caiu em um caldeirão que borbulhou furiosamente e um Voldemort adulto saiu de lá de dentro.

O bruxo se aproximou dela mas passou reto em direção ao que estava atrás, como se a moça não fosse visível. Voldemort dizia:
- Eu posso toca-lo agora...

Ella se virou e viu que Voldemort tocava sua imagem num espelho, um espelho bem realista pois a figura dentro do espelho apontou a varinha para ele e as varinhas dos dois se interligaram.

Então uma mão pequena tocou seu ombro com certa violência a puxando de volta para o vazio, mas dessa vez Ella não estava sozinha, ela se virou e ao ver o rosto familiar começou a chorar e correu para o abraço que sentia tanta falta.
- MÃE! - gritou ela abraçando Edithe que a olhava com preocupação.

- O que está fazendo nesse lugar minha filha? Não sabe como é perigoso para um bruxo que não é vidente ficar vasculhando o futuro? - ralhou Edithe dando uma bronca.

- Mãe, eu não sei como vim parar aqui, eu acho que estou sonhando e tudo está acontecendo só na minha mente. - explicou ela maravilhada em ver a mãe, decorando cada feição daquele rosto que o tempo a havia feito se esquecer. Edithe estava mais jovem, seus cabelos mais cheios e mais sedosos, ela não estava mais tão magra, nem tinha olheiras ou rugas nos olhos.

- Querida, não pode ficar aqui, é muito perigoso, vasculhar o futuro não é um método seguro, e se não sair logo daqui, pode acabar ficando presa para sempre! Você quer isso? Hum? - ralhou Edithe chacoalhando a filha pelos ombros levemente para chamar a atenção.

- Mãe, eu acho que não vi o futuro, porque eu vi o passado também, acho...acho que vi os Potter, o dia da morte deles pra ser mais exata. - explicou ela pensativa, Edithe franziu a testa com preocupação.

- Este aqui é o limbo meu amor, no limbo presente, passado e futuro estão entrelaçados, não há tempo ou espaço aqui, é tudo um emaranhado só, você precisa ir, e eu também não posso ficar por muito tempo. - explicou Edithe apreensiva.

- Como faço para sair disso? Eu nem sei como fiz para entrar! - exclamou Ella desesperada.

- É fácil minha querida, encontre seu corpo, sinta a sua volta e encontre em meio ao vazio onde você realmente deseja estar. E você vai voltar. - explicou Edithe acariciando o rosto da filha.

- Simples assim? - sussurrou ela incrédula.

- Onde está seu tesouro, ali estará seu coração - citou Edithe misteriosa - lembre-se disso, é como aparatar, precisa pensar profundamente no seu destino que é seu corpo, limpe sua mente e não se distraía por nada! Está me entendendo? - perguntou Edithe com seriedade.

- Entendi, foco no destino. - disse ela concentrada - tem como estrunchar entre as dimensões? - perguntou ela se distraindo do nada.

- Espero que nunca saiba a resposta para a essa pergunta. Agora vá! - ralhou Edithe apressada.

Ella fechou os olhos dando passos aleatórios em várias direções, então sentiu seu coração arder, e ali ela soube que deveria desaparatar e surgiria onde ela realmente deveria estar, então ela se despediu da mãe, com lágrimas de saudade nos olhos, e depois girou sobre si retornando.

A Princesa Mestiça e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora