- Essa pessoa está se passando por alguém, ela coloca todos os alunos dessa escola em perigo, vocês não entendem? - vociferou Snape apontando a varinha para o rosto da garota que continuou impassível o olhando nos olhos.
Ela arqueou um sobrancelha e disse com desdém:
- Baseado no que sei, a única pessoa que oferece perigo para as crianças é você Severo.- Basta! - disse Dumbledore com firmeza e ambos se calaram. - Severo, você foi até Hogsmead como lhe pedi?
- Eu estava indo, mas quando Hagrid me deu o recado eu pedi por mais informações e ele acabou por fim me contando os detalhes, e o.. o nome.. desta... Coisa...
- Basta Severo, basta. - disse Dumbledore calmamente. - Minerva, poderia me fazer um favor se não lhe for incomodo?
- É óbvio que posso Alvo, o que seria? - respondeu Minerva olhando para Severo e Ella com severidade.
- Vá até o cabeça de javali, e ajude Aberforth.
- O que houve com ele? Se atrapalhou com transfiguração novamente? - perguntou McGonagall preocupada.
- Não, é sobre a presença da senhorita Prince aqui hoje, e sobre alguns... Imprevistos que tivemos de resolver... Aberforth lhe explicará quando chegar lá.
- Vou apenas me trocar e logo estarei lá. Precisa de mais alguma coisa Alvo? - indagou a professora.
- Por hora é só isso, amanhã conversaremos sobre o que começamos a falar hoje.
McGonagall assentiu com a cabeça e saiu da sala do diretor sem questionar.
Dumbledore calmamente se sentou a sua mesa e fez sinal para que Ella e Snape se sentassem a frente dele. Ambos se sentaram trocando olhares hostis, entretanto permaneceram em silêncio.- Ella, Severo, precisamos esclarecer certos assuntos - ele olhou nos olhos de Snape ao falar - eu não gosto quando é impulsivo Severo, porém o compreendo. E Ella, insinuações, e indiretas não vão resolver nada. Peço que guardem as varinhas, sei que as estão empunhando por baixo da mesa.
Severo olhou indignado para Dumbledore, mas obedeceu, e guardou a varinha na manga da capa. Ella estendeu a varinha a deixando em cima da mesa, as runas desenhadas na varinha refletiram a luz das velas, o que chamou a atenção de Snape.
- Onde conseguiu essa varinha garota? - indagou ele irritado.- Não me chame de "garota"- respondeu ela revirando os olhos.
- Você não poderia ter essa varinha, só... só...- disse Severo confuso, pensou por 2 segundos e depois seu semblante ficou sombrio.
- Onde conseguiu fios de cabelo dela?- Severo, ela não tomou poção polissuco, tampouco está usando de algum tipo de disfarce, feitiços, ou poções, eu mesmo a testei para verificar, e posso afirmar que ela é, quem ela diz ser.- disse o diretor sorrindo.
- Impossível. - sussurrou Severo.
- Porque seria impossível? - questionou a garota sem paciência.
- Porque você morreu! - exclamou Severo com explodindo de raiva.
- Eu não morri, mas você bem que tentou me matar, não é mesmo? - disse ela se levantando da cadeira com a mãos na cintura.
Severo deu um soco na mesa e passou as mãos pelos cabelos exasperado.
Ella arregalou os olhos, aquele Snape não tinha sentimentos por ninguém, nem mesmo a família. O turbilhão sentimental que ela estava sentindo a impediram de pensar, ou de usar sua magia, e as lembranças vieram como um filme na cabeça dela, desligando ela do presente, e a levando de volta ao passado , a forçando a reviver aquele dia, mais uma vez...
"Edithe sua mãe e Severo Snape seu padrinho, estavam discutindo no jardim da casa, o ano era 1979 e Snape era seguidor de Voldemort, assim como a mãe de Ella, e consequentemente, ela também.
Ao vê-los discutir, Ella correu até lá, Snape berrava que Edithe não era mãe dele, e ao ouvir aquilo a mãe de Ella disse:
- Se você sair, nunca mais deve voltar.Severo cuspiu no chão e começou a se dirigir ao portão, Ella correu atrás dele, então o alcançou e se agarrou a perna dele:
- Tio Snape, não vá.- Nunca fui seu tio Ella, sou seu primo, você que é idiota, e me chama de tio desde pequena. - disse Severo irritadiço.
- Me leve com você se tiver que ir a algum lugar, eu já tenho 11 anos, posso ajudar você com suas missões. - disse ela chorosa.
- Você me ajudar? VOCÊ SÓ ATRAPALHA! VOCÊ É UM ESTORVO! - gritou Severo.
- O que eu fiz de errado? - perguntou a menina com lágrimas nos olhos.
- Você nasceu. - respondeu Severo com frieza. - O lorde das trevas te ensinou coisas que não ensinou a mim,ele confia em você e na tia, ele até te considera melhor que eu, e VOCÊ ESTÁ FINGINDO! FINGINDO ELLA, VOCÊ E A TIA EDITHE NÃO SÃO FIÉIS A ELE COMO EU!
- Mas ele vai matar pessoas Tio Snape! - chorou Ella.
- Para o bem maior, alguns sacrifícios podem ser necessários. - disse o jovem Snape com rebeldia, ele empurrou a garota agarrada nas suas pernas usando o feitiço depulso, e começou a ir embora.
A garota se levantou meio dolorida e correu atrás dele no alto da colina onde ele se preparava para desaparatar.
- Por favor, não vá tio Snape, ele é mau e cruel, e ele mais cedo ou mais tarde vai te matar também!- Está me chamando de covarde Ella? - Snape disse em tom de ameaça.
- Não, eu só... - ela se agarrou a perna dele e não soltou.
- Você não entende que não quero que me siga? Eu não gosto de você, eu odeio você, eu só te tratava bem porque sua mãe me acolheu quando a minha mãe morreu! Agora não preciso mais fingir, me solta! - disse Snape com raiva.
- NÃO! - a garota se agarrou a ele e chorava muito.
- Vai soltar, mesmo que não queira.
Com um movimento de varinha, Severo lançou a garota há uns 3 metros de distância, e desaparatou.
Ella despertou alguns momentos depois agonizando pela dor, suas roupas empapadas de sangue, no pescoço um corte borbulhava sangue, a garota colocou a mão para tentar estancar um pouco o sangue, se levantou com dificuldade e voltou para casa, Edithe a esperava no portão, e ao vê-la, Ella desmaiou."Ella voltou de seus devaneios, e reparou em Severo, que agora andava de um lado ao outro pela sala.
- A sua varinha, deixe-me ver - disse Severo se aproximando da mesa, Ella percebeu que ele tremia levemente ao pegar o item. Ele avaliou a varinha, depois empurrou na mão dela com certa urgência - Conjure um patrono. Vamos! Conjure!Ela olhou para varinha e deu um suspiro.
- Não consigo, minhas lembranças... Eu... Não tenho mais esperança...- Não pode sabe por que? - disse Severo rindo com desprezo - Porque é uma mentirosa, uma criminosa, uma idiota e...
- Depulso! - Snape foi atingido e voou até o outro lado da sala do diretor, batendo as costas na prateleira de livros. Dumbledore massageava as próprias têmporas parecendo cansado.
Snape olhou surpreso para a garota, que ainda estava com a varinha apontada para ele e a mão trêmula, uma lágrima solitária descia lentamente pelo seu rosto. Ela puxou a gola alta da blusa, e mostrou a Snape a cicatriz em seu pescoço.
- Não preciso provar nada para você, mas faço questão de te mostrar essa cicatriz que não se curou mesmo depois de todos esses anos, sinto dores, tenho problemas de movimento, tudo por causa da SUA MAGIA NEGRA! Você não é nenhum santo para falar algo de mim, ou de qualquer outra pessoa, seu HIPÓCRITA IMUNDO! - Snape ficou paralisado, a garota se dirigiu até a porta pisando duro, então se virou e lançou outro feitiço, e desapareceu.- Ella espere!- disse Dumbledore preocupado, ela o ignorou, o diretor foi até a porta, mas a garota havia desaparatado, o diretor se voltou para Severo e deu uma gargalhada sem conseguir se segurar. - Severo, você está ridículo, mas cá entre nós, você bem que mereceu! Hahaha
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A Princesa Mestiça e a Ordem da Fênix
FanfictionElla Prince é uma bruxa elegante e respeitável, mas também uma mestra das travessuras quando provocada, especialmente com seu padrinho Severo Snape, alvo constante de suas brincadeiras. Snape, que a trata como uma criança, o que desperta sua rebeldi...