Olho-Tonto chegou a Hogwarts, sua presença imponente contrastando com o ambiente alegre do castelo, os alunos aproveitavam o sol do lado de fora e corriam felizes de uma lado a outro.
Ele atravessou os corredores com passos decididos, cada batida de sua bengala ecoando como um prelúdio de urgência. Sem perder tempo, foi direto para o escritório de Dumbledore, onde a atmosfera estava carregada de uma tensão palpável.- Após uma investigação minuciosa, consegui encontrar o covil de Carrow. Vamos deslocar uma dezena de aurores do Ministério, mais os aurores americanos e os irlandeses. Não podemos perder essa oportunidade, preciso da garota, Alvo! Precisamos dela! - disse Alastor com sua voz firme e carregada de uma determinação feroz, o olho mágico girando pela sala com uma intensidade quase predatória.
Dumbledore estava em silêncio, sentado à sua mesa. Seus olhos estavam fechados e as mãos cruzadas à frente do rosto, como se ponderasse cada palavra dita por Moody. A luz suave das velas lançava sombras dançantes nas paredes, adicionando um ar de mistério, Fawkes estava quieta e prestando atenção a cada movimento.
- É impossível, Alastor. Ela é muito importante e não posso colocá-la em perigo. - Dumbledore respondeu finalmente, sua voz calma, mas firme, soando como uma muralha intransponível.
- Ora, Alvo! Ela é adulta, pode escolher por si mesma. Além disso, ela é talentosa e sabe se defender muito bem. Eu estarei lá, junto com diversos aurores, todos treinados em combate. - Moody insistiu inquieto.
- Não. - disse Dumbledore com simplicidade, mas com um tom inegociável que fez o ar parecer mais denso.
- Alvo, eu preciso de alguém que conheça Carrow, que saiba das fraquezas dele, que me auxilie a capturá-lo, ou ele pode escapar novamente! - Moody estava frustrado, ciente de que Dumbledore estava escondendo algo, seu olho normal fixo nos olhos do diretor, e o olho azul elétrico focado na parte detrás da cabeça.
- A senhorita Prince não deixará Hogwarts hoje. - disse Dumbledore, sua voz ecoando na sala silenciosa.
A porta do escritório se abriu suavemente, revelando a figura alta e esguia de Severo Snape, sua presença sombria e determinada.
- Eu vou. Conheço Carrow desde criança, será um prazer ajudar. - disse Snape, sua voz suave e fria, cortando o ar como uma lâmina.
- Severo, não posso arriscar sua vida em uma batalha que não é sua. - Dumbledore argumentou, seu olhar preocupado pousando sobre o professor de Poções.
- Quem disse que não é minha batalha? - Snape replicou, com uma intensidade que fez a sala parecer menor. - É a minha família, Dumbledore! Ele vai pagar pelo que fez.
- Se o garoto quer ir, ele será bem aproveitado. Um ex-comensal da morte não tem estômago fraco, embora eu não confie plenamente em você. - disse Moody, sem esconder sua desconfiança, seus olhos movendo-se inquietos.
- Garoto? - Snape arqueou uma sobrancelha, sua expressão se tornando ainda mais gelada, uma sombra de desprezo em seus olhos.
Uma voz suave num tom soprano se fez ouvir da porta.
- Tio Snape? - chamou Ella Prince, entrando na sala com elegância.- Entre. - disse Dumbledore, gesticulando para que ela se aproximasse.
- Boa tarde - ela declarou com um olhar frio para Moody - Você não sabe no que estão se metendo.
- Do que está falando, senhorita Prince? - questionou Moody, seu olhar desconfiado fixo nela.
- Você sabe bem, seu desejo por conflito é tão forte que pude sentir de fora da sala de Dumbledore. - disse Ella, cruzando os braços com uma postura desafiadora. - Mas já aviso de antemão, não vai dar certo, e você, Snape, não vai nessa missão suicida. - ela enfatizou as últimas palavras, sua voz firme e autoritária.
- Por que acha que é uma missão suicida, Prince? - perguntou Olho-Tonto, sua voz carregada de desafio, seus olhos brilhando de curiosidade.
- Eu não acho, eu sei que é. Conheço Carrow melhor que todos vocês. Esse plano imbecil de vocês é apenas um dos fios de marionete que Carrow deve estar puxando. - disse Ella com a voz carregada de experiência.
- Acha que pode ser uma armadilha, Ella? - perguntou Dumbledore calmamente, mas com um olhar atento e perspicaz.
- É como ele fazia na América. Manipulava os aurores para pensarem que o tinham na palma da mão, depois fazia grandes estragos, matando diversas pessoas e jogando a culpa no governo, causando uma guerra civil. - Ella explicou, seu olhar se tornando distante enquanto relembrava.
- Dividir e conquistar - murmurou Alastor, seus olhos cheios de compreensão.
- Então acha que hoje a história vai se repetir? - questionou Dumbledore, seu tom calmo, mas com uma preocupação séria.
- Após ouvir o que Ella disse, fica bem óbvio que é uma armação. - comentou Snape, sua voz carregada de desdém.
- Tem alguma dica do que podemos fazer agora, Prince? - perguntou Moody, sua voz mais suave, uma sombra de respeito em seus olhos.Vá atrás de quem lhe informou sobre a reunião. Das duas, uma: ou ele estará morto, ou tentará te matar. De qualquer forma, isso confirmará que tudo foi uma armação de Carrow. - disse ela, dando de ombros com uma indiferença estudada.
- Farei isso. Obrigado, Ella. Com licença, Dumbledore, Snape. - disse Olho-Tonto, saindo rapidamente de Hogwarts, sua mente já formulando os próximos passos.
Nos portões da escola, Kingsley esperava Moody, seu rosto mostrando preocupação e ansiedade.
- E então, Olho-Tonto, conseguiu mais informações?
- Temos que falar com Willians agora. - respondeu Moody, sua voz carregada de urgência.
Longe dali, em uma vila de trouxas afastada do movimento das cidades grandes, uma mulher andava de um lado a outro preocupada com o atraso do marido.
- Willians disse que seu pai chegaria mais ou menos no horário do almoço. - disse ela para as crianças, um garoto de 5 e outro 9 anos.Os três ficaram olhando para a janela esperando ver o pai chegando.
- Ah! Lá está ele mamãe! - disse o garoto mais velho apontando.- Fiquem aqui meninos, mamãe vai abrir para o papai entrar. - disse a mulher indo abrir o portão da casa com uma expressão de alívio. - Querido! Que bom que veio, pensei que Carrow o tivesse pego, fiquei tão preocupada! - disse a mulher chorando aliviada e abraçando o marido.
- Desculpe o atraso querida. Agora tudo acabou, poderemos viver em paz. - disse o marido com uma voz suave.
Ambos entraram pelo portão e a casa desapareceu protegida pelo feitiço fidelius.
- Papai! - As crianças correram para abraçar o homem que olhou para eles com indiferença.- Sabe o que acontece com traidores crianças? - perguntou o marido com um olhar frio.
- Carrow! - sussurrou a mulher se virando para encara-lo, e um grito de terror travou em sua garganta quando a luz verde acertou a sua barriga, e a mulher caiu com um baque surdo no chão, as crianças correram assustadas em direção a mãe caída, e foi a última coisa que viram antes de caírem ao lado dela, ambos imóveis e inertes.
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A Princesa Mestiça e a Ordem da Fênix
FanficElla Prince é uma bruxa elegante e respeitável, mas também uma mestra das travessuras quando provocada, especialmente com seu padrinho Severo Snape, alvo constante de suas brincadeiras. Snape, que a trata como uma criança, o que desperta sua rebeldi...