O sol estava quase se pondo quando dois homens estranhos apareceram do nada atrás de uma árvore que ficava num terreno vazio numa rua sem saída. Aquela era uma vila de trouxas, bem remota e afastada dos grandes centros.
Aqueles homens eram Olho-Tonto um auror do reino unido e Willians um auror americano. Ambos usavam sobretudo e capas longas cobrindo suas roupas de bruxo, Olho-Tonto usava um chapéu para esconder seu olho azul elétrico, que girava loucamente para todos os lados.
Pararam em frente um casa simples, e Alastor Moody deu um suspiro de decepção.- Ele está no chão entre a sala e a cozinha. - disse Olho-Tonto para Willians.
- Droga, droga droga. - disse Willians entrando apressado na casa, a porta de entrada estava entreaberta - NÃO! - exclamou ele ao encontrar o corpo de seu amigo e informante, caído no chão e com os olhos vidrados.
- Sinto muito Willians, sei que se conheciam há bastante tempo. - disse Olho-Tonto apertando o ombro do auror que estava ajoelhado ao lado do corpo.
- A maldição da morte. - sussurrou Steve como se para si mesmo.
- Não há dúvidas - concordou Alastor examinando o corpo.
Willians fechou os olhos e apertou as mãos como se tentasse suprimir algum sentimento. Então se levantou de supetão e correu para fora.
- Hei! Aonde vai garoto? - perguntou Olho-Tonto indo atrás de Steve.
- Os filhos dele, a esposa, preciso verificar como estão! - exclamou o auror americano parecendo perturbado.
- Acalme-se rapaz! Vamos chamar os reforços, e assim que chegarem vamos verificar as crianças. Por enquanto é melhor encontrar as palavras certas para dar a notícia a eles. - comentou Moody enviando um patrono para Kingsley pedindo que ela levasse reforços.
- Você está certo Moody, vamos verificar a cena do crime, depois dar a notícia para a família. - Steve reprimiu uma lágrima, e entrou de volta na casa.
Cinco minutos depois Kingsley chegou com alguns aurores, e mais pessoas do ministério para recolherem o corpo, e preencherem as papeladas.
- Kingsley! - rosnou Moody.
- Sim Olho-Tonto? - disse o auror vindo de encontro a Moody.
- Sei que temos uma reunião da ordem da fênix para ir, mas preciso que resolva esse assunto para mim antes, verifique os relatórios, e depois compareça ao local da reunião que estarei esperando para receber as informações. - disse Alastor se afastando dos outros. - Irei com Willians até a casa da família da vítima, vamos verificar se estão bem e dar a notícia, avise Dumbledore para me esperar caso você chegar na reunião primeiro. E não se esqueça, mantenha a vigilância constante. - terminou ele em tom de segredo.
Kingsley assentiu com a cabeça com seriedade nos olhos, e andou em volta do perímetro verificando se tinha alguém observando eles. Quando constatou que não havia ninguém, ele fez sinal para Moody e Willians que desaparataram até próximo da casa protegida pelo feitiço fidelius, local onde Willians reservou para esconder seu informante.
Os dois aurores desciam a rua em silêncio, Steve com uma expressão pertubada no rosto olhava para os próprios pés, não seria nada fácil informar a uma jovem senhora que ela havia acabado de perder o marido.
Estavam se aproximando quando Moody perguntou:
- Willians? Tem certeza que a casa está protegida com o feitiço fidelius?- Claro, foi eu quem realizei o feitiço, deixei a Melina como fiel do segredo, porque? - comentou Steve distraído.
Moody apenas apontou para a casa com cerca branca no fim da rua, Steve conteve um grito de horror, e correu frenético até a casa, Moody foi atrás dele correndo descoordenadamente por causa da perna de pau, mas no fundo ele já sabia o que encontraria ali, era como nos tempos de Voldemort, todos os aurores sabiam, que ao visualizar uma casa que estava tecnicamente protegida pelo ministério ou protegida com o feitiço fidelius, era bem claro que haveriam mortes ali.
Na maioria das vezes a marca negra já antecipava a cena que encontrariam, mas eles matavam tanta gente, que chegou um tempo que nem se davam ao trabalho de marcar o local com a marca negra.
Moody correu o mais rápido que pode, mas ao chegar se deparou com Steve que estava ajoelhado no chão chorando abraçado ao corpo de um garotinho de 5 anos, o corpinho inerte, parecia até que estava dormindo, se não fosse a rigidez cadavérica.
Alastor respirou fundo, mas não pode conter a dor que sentiu ao ver a cena, uma lágrima brilhou em seu olho, mas ele afastou rapidamente o sentimento, e enviou mais um patrono para Kingsley com a mensagem "Encontramos mais corpos, traga reforços imediatamente, as coordenadas são...."Assim que Kingsley chegou, Moody saiu apressado e se encostou numa árvore no quintal, ele retirou uma foto do bolso e ficou ali olhando para as pessoas na imagem e imaginando, qual seria limite para a maldade?
Moody era auror há muitos anos, e já havia visto muita coisa, mas esse crime o lembrava do terror que Voldemort instaurou na no reino unido, das pessoas que ele torturou e matou, e dos amigos que Moody perdeu por causa dele, tantas pessoas da ordem, tantos amigos, parentes...
E agora havia começado tudo de novo com Carrow, até criancinhas ele matou, existia algum limite para as trevas?
Ele um velho, que trabalhou há muitos anos, faltavam-lhe pedaços do corpo, e tinha mais cicatrizes do que pele lisa, ele era obrigado a viver em um mundo onde aquela mãe e aquelas duas crianças não tiveram chance de vida. Ele viveria uma vida conturbada, mancando por aí, girando seu olho mágico, e lutando em uma missão sem perspectiva de vitória, enquanto aquelas pessoas inocentes, nunca teriam a chance de escolher entre lutar ou fugir.- Olho-Tonto, precisam de você lá dentro, Steve não está nada bem. - disse Kingsley que vinha correndo para chama-lo. - Ele não para de chorar, e está histérico, e ele.... Ah me desculpe... eu...- Kingsley parou de chofre, sentindo que infringiu alguma regra ao ver o rosto de Moody em desespero.
- Já vou. - disse Moody com a voz embargada, enquanto limpava as lágrimas que escorriam de seu olho bom.
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A Princesa Mestiça e a Ordem da Fênix
FanficElla Prince é uma bruxa elegante e respeitável, mas também uma mestra das travessuras quando provocada, especialmente com seu padrinho Severo Snape, alvo constante de suas brincadeiras. Snape, que a trata como uma criança, o que desperta sua rebeldi...