Capítulo 121 - Ruínas do Paraíso

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Ella havia acordado no chão da floresta amparada por Severo, mas parecia desvairada, seus olhos giravam nas órbitas como se ela estivesse numa fúria insana.
Não podia ser possível, Severo deveria ter se enganado, devia ser uma brincadeira de Sírius, e tudo estaria bem no dia seguinte.

- Vem Ella, vamos ao meu quarto, vou te ajudar. - dizia Severo com a voz suave, tentando levanta-la.

Ella se levantou, seu rosto contorcido em dor.
- Cuide do meu filho. - disse ela olhando para céu surpresa, constatando que o dia já estava amanhecendo, passou a noite desmaiada.

- Aonde vai? - perguntou Severo surpreso. Mas Ella já havia aparatado.

Em um segundo, e ela já estava na sala de Dumbledore, o garoto Potter estava sentado na cadeira, então ela se escondeu, se sentando no chão com as costas encostadas na mureta que dividia a sala do diretor do enorme telescópio, e ficou aguardando que finalizassem a conversa.
Potter quebrou tudo na sala, e com razão, a dor a invadiu com mais intensidade quando descobriu que Sírius morreu passando pelo véu no departamento de mistérios, Ella sabia que aquele véu, era na verdade uma fenda no tempo e espaço, que os bruxos usavam para estudar a vida após a morte.
O que significava, que o corpo de Sírius foi totalmente aniquilado durante a passagem pelo véu, e sua alma passou automaticamente para o paraíso, sem passar pelo limbo, sem chance de retorno.

Ella se encolheu e chorou silenciosamente, enquanto ouvia Dumbledore tentar consolar Harry, e explicar a verdade da profecia a ele.   

Patético...

Se ele tivesse contado a verdade desde o início, não estariam chorando essa perda agora...
Harry saiu voltando a seu dormitório, e 
Dumbledore colocou as mãos sobre o rosto, seus ombros agitados por soluços. Em outro tempo, Ella teria sentido pena daquela cena, mas hoje não, não mais. Ela desceu as escadas, indicando sua presença ali.

Dumbledore limpou o rosto rapidamente recolocando os óculos, quando a viu se colocar a frente dele, ela tinha olheiras profundas, seus olhos escurecidos e vermelhos, os cabelos estavam cheios de folhas e galhos do chão da floresta.
Dumbledore fechou os olhos apertando os lábios, a dor de vê-la naquela situação, o machucou mais do que a dor do garoto. Ele sabia o que a morte de Sírius implicava para ela, um bebê cresceria sem o pai, enquanto ela, nunca mais experimentaria o amor novamente.
- Ella... - começou ele com a voz embargada. Um clarão arrancou o chapéu de sua cabeça, o fazendo se calar.

Ela apontou o dedo para ele, parecendo insana.
- Não ouse... olhar para mim com pena...- disse ela revoltada, a fúria brilhando em seu olhar, uma energia estática estalava ao redor de seu corpo frágil.

Dumbledore se levantou, mostrando as palmas das mãos para ela, tentando tranquiliza-la.
- Eu sabia que estava ouvindo, por favor, me deixe explicar... - pediu Dumbledore com lágrimas escorrendo de seus olhos. O seu armário de poções explodiu quando ela estendeu a mão, e ele retirou os óculos para limpar os olhos parecendo cansado.

- Eu entendo Aberforth agora - disse ela com a voz impressionantemente calma enquanto se dirigia a janela, o sol tocou seu rosto e ela fechou os olhos - Você não merece perdão, Alvo Dumbledore.

O diretor abaixou a cabeça, sabendo que ela estava certa, a morte de Ariana era culpa dele, ele não quis dar ouvidos ao irmão naquele tempo, e agora a história se repetia, de forma mais amena, mas não menos dolorosa.
- Ella... Eu sei como está se sentindo...

- CALA A BOCA! - urrou ela perdida em dor e ressentimento. - NÃO DIRIJA A PALAVRA A MIM! CALA A BOCA! - berrou ela insanamente, se agarrando a borda da janela e tentando chacoalhar as pedras, quando não conseguiu ela se agarrou aos próprios cabelos arrancando tufos.

A Princesa Mestiça e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora