Capítulo 114 - Black Prince

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Sírius não dormiu por duas noites seguidas, seu filho era inteligente e maroto demais para um bebê de sete meses.
Ele aparatava e desaparatava, aparecendo um cima dos armários, dentro da pia brincando com a água, engatinhava pelo corrimão da escada e se jogava para o andar de baixo aparatando antes de cair no chão, além de o encarar com o mesmo olhar de censura da mãe dele, quando Sírius o alertava para não fazer isso, porque era perigoso.

Sírius tinha pequenos ataques cardíacos quando o via filho em perigo, mesmo Ella tendo o alertado que o bebê não se machucaria, (porque fazia algumas travessuras de propósito, se expondo a riscos para assustar as pessoas e depois ria quando aparatava de volta em segurança), Sírius ainda não estava acostumado a tantas travessuras, mesmo convivendo com o filho, ficar sozinho com ele era diferente.

Certo dia Sírius decidiu tirar algumas fotos dos dois, para fazer um álbum e dar de presente a Ella, mas monstro estava cada vez mais intragável, e resmungava rabugento num canto, enquanto Sírius dava banho no filho.

- Ah se minha senhora visse isso, um traidor do sangue trazendo sua cria para viver na nobre casa Black, é um sujeito pestilento, e dizem até que é assassino esse filho de minha senhora - resmungou o elfo.

O pequeno Sírius fuzilou Monstro com os olhos, fazendo uma expressão engraçada tão parecido com sua mãe, o que fez Sírius rir da situação. Mas do nada o bebê desaparatou, e apareceu em cima da cabeça de Monstro puxando os pêlos das orelhas dele.
- Monstro não disse nada pequeno senhor, monstro não disse - resmungou o elfo tentando se soltar.

- Filho! Não! - pediu Sírius se segurando para se manter sério, porque a vontade dele era de dar boas gargalhadas. - Deixe Monstro em paz!

O bebê parou olhando para o pai confuso, como se ponderasse se deveria obedecer. Mas por fim soltou os pêlos das orelhas do elfo e aparatou de volta para a banheira com um sorriso orgulhoso de si, ele já tinha todos os dentes, e ao sorrir se parecia ainda mais com o pai.
Sírius riu.
- Não pode judiar do Monstro meu pequeno, sei que estava defendendo o papai, mas o elfo é um velho rabugento, deixe ele paz tá bom? - pediu Sírius ainda divertido com a cena. E o filho assentiu mostrando que entendia. 

Era incrível como aquele bebê tão pequeno conseguia compreender tão facilmente as coisas, e Sírius o olhava encantado enquanto pegava a toalha para o secar.
  Mas o bebê se transformou em cachorro e chacoalhou espirrando água para todo lado. Sírius ficou paralisado com a roupa encharcada olhando para filho que saiu correndo pela casa em sua forma animal.

Sírius deixou a toalha no chão e correu atrás do filho, um pouco confuso, como ele conseguia correr em forma de cachorro, mas não conseguia andar em sua forma humana? Ele desceu as escadas procurando pelo filho, e ouviu uma gargalhada bonitinha vinda da sala.
Ele entrou no cômodo e seu filho estava lá, em cima da lareira olhando para ele com um sorriso maroto.

- Sírius filho, venha até seu pai. - pediu Sírius desesperado, sem saber se ria ou chorava com a situação. O bebê aparatou de volta ao colo dele com um sorriso tão fofo que o impedia de sentir irritado com a travessura.

Lupin entrou na sala meio hesitante, cumprimentando o amigo.
- Hei Sírius como está nosso pequeno maroto? - perguntou Lupin sorrindo e parando de chofre ao ver Sírius todo molhado. Seu olhar expressando s a confusão com a cena.

Sírius deu um suspiro.
- Eu estava dando banho nele, e ele se transformou em cachorro e me molhou inteiro. - contou Sírius rindo, e Lupin deu uma gargalhada.

- Parece que o feitiço virou contra o feiticeiro meu caro. - comentou Lupin pegando o bebê no colo. - vá se secar, eu cuido dele enquanto isso.

Sírius subiu as escadas para trocar de roupa, sem conseguir evitar de sorrir. Seu filho era feliz, era travesso e impossível, mas era um bebê feliz, e isso já bastava para ele.
Quando desceu encontrou Lupin lendo um livro enquanto seu filho sentado no colo do amigo, virava as páginas para que ele continuasse a leitura.
- Com você ele fica comportado - exclamou Sírius sem acreditar. - o que está lendo para ele?

- O bruxo e o caldeirão, de Beedle o Bardo. - disse Lupin.

- Mas ele não tem esse livro - comentou Sírius confuso.

- Deve ter, porque ele conjurou do nada e deu na minha mão. - explicou Lupin com um sorriso acanhado, enquanto o pequeno virava as páginas para ver as próximas gravuras.

Sírius se sentou ao lado deles no sofá, com um olhar tristonho.
- Ele é tão incrível para a idade dele, que fico perdido imaginando se quando ele crescer, ainda vou ser capaz de ensinar alguma coisa.

- Que bobagem Sírius! - exclamou Lupin com um sorriso solidário ao amigo. - Ele te adora, e você vai ensinar muitas coisas a ele.

- Comigo preso aqui? Ele deve pensar que sou um imbecil inútil. - comentou Sírius com um sorriso triste.

O pequeno Sírius fechou o livro de repente, olhando para o pai com aquele de censura que Sírius conhecia bem.
- Imbecil é uma palavra muito feia, papai. Mamãe jogou um sapato na cabeça do tio Snape quando ele disse essa palavra. - contou o pequeno fazendo Sírius e Lupin paralisarem, pasmos com a articulação da fala dele.

- Você sabe falar? - balbuciou Sírius tremendo.

- Claro que sei falar! - disse o bebê com uma expressão infantil - Eu estou com fome, papai.

Sírius coçou os olhos como se tentasse acordar de um sonho.
- Sua mãe disse que você não fala! - foi o que Sírius conseguiu expressar, enquanto Lupin tinha uma expressão chocada no rosto.

- Eu não preciso falar com ela, ela sempre sabe o que estou sentindo. Mas estou com fome, e você fica falando bobagem ao invés de me dar comida. - disse o pequeno Sírius fazendo uma carinha de coitado.

- Bo-bobagens? - gaguejou Sírius tentando assimilar o fato de que seu filho falava e muito bem.

- Papai é forte e corajoso, ele é um herói que luta em guerras, contra bruxos malvados e dementadores. Mas fica falando bobagem, como o tio Lupin falou, porque pessoas corajosas não se sentem inferiores. - explicou o pequeno Sírius com seu olhar de censura, mostrando que não só ouviu o que falavam, como entendeu e tinha suas próprias opiniões.

- Tio Lupin? - exclamou Lupin choroso.

- Quem te ensinou isso? - perguntou Sírius chocado.

- Mamãe me contou. - disse ele simplesmente - e estou com fome. - ralhou ele quando pai continuou em silêncio.

- Claro, desculpe o papai, eu vou te dar comida meu filho - disse Sírius saindo do transe e pegando o filho no colo com um olhar de admiração e ternura.

- Sabe? Quero ser igual a você quando eu crescer. - comentou o pequeno abraçando o pai com carinho.

Sírius paralisou novamente, com lágrimas involuntárias descendo por seu rosto.
Na sala Lupin chorava emocionado com a cena.

A Princesa Mestiça e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora