Capítulo 15 - Pontos nos Is

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Ella aparatou diretamente na sala de Dumbledore, ela andava de um lado para o outro revoltada.
- Patife, babaca, imbecil, sem escrúpulos, como ele pôde, ele não sabe com quem está lidando, palerma, palhaço...

- Senhorita Prince - disse Dumbledore calmamente.

- Estrume, trasgo, fedido, burro...

- Basta! - disse o diretor com firmeza.

- Ele mereceu! Aliás ele merece mais um pouco, eu nem sequer machuquei ele, só azarei ele um pouco. - disse Ella irritada.

- Ella, quando me disse que você era impulsiva quando se tratava dele, eu não pensei que fosse tanto... - disse Dumbledore se aproximando dela.

- Eu avisei você! Não sou uma pessoa controlada, usei muito do meu autocontrole para não feri-lo! Sorte dele que não consigo usar feitiços das trevas...

- Ella, deve se controlar, respirar fundo, e ser mais racional, está agindo como uma criança mimada e revoltada, e você não é assim, tente se lembrar de quem você é, e qual a verdadeira razão que veio procurar por Severo, ele é sua única família viva, você está zangada eu entendo, mas você o ama, e ele ama você, seja sensata e tente resolver isso o mais rápido possível.

- Claro como se isso fosse fácil. - disse ela cruzando os braços.

- "Tarantallegra" - Snape chegou a sala de Dumbledore lívido de raiva, e as pernas da garota começaram a dançar sem parar, a varinha dela caiu no chão, mas ela não conseguia pegar. Snape estava com os dois olhos roxos e besourinhos míninos saíam do nariz dele.

- Severo, o que houve? - perguntou Dumbledore surpreso, quase rindo.

- Isso não é nada, ela me lançou outros feitiços, mas eu não me importo, eu queria me vingar.

- Colovaria! - gritou a garota do chão, e o cabelo de Snape se tornou rosa chiclete, ela gargalhou com o resultado. Snape lançou outro feitiço e fez com que as roupas dela se tornassem rosa berrante, ela apontou a varinha para as próprias pernas e finalizou o feitiço das pernas dançantes, então lançou outro em Snape, que lançou outro nela e assim sucessivamente.

Dumbledore lançou um feitiço protego em si mesmo, e se sentou na sua mesa massageando as próprias têmporas enquanto Snape e Ella se atacavam como duas crianças raivosas.
Alguns minutos depois a sala do diretor estava toda colorida, gosma pingava de várias prateleiras, livros voavam e jogavam as páginas por cima dos dois, um baú corria pra todo lado latindo como um cachorro, Severo estava com um longo cabelo louro todo trançado com flores, os lábios estavam grandes e carnudos, e usava um vestido tubinho e saltos altos, enquanto Ella estava careca, dos ouvidos saía fumaça, o nariz pingava meleca, e tinha uma barriga tão grande que afetava o equilíbrio, as orelhas dela estavam iguais as de morcego, e os caninos estavam crescidos como de vampiro. Ambos ainda apontavam a varinha um para o outro, quando Dumbledore interveio.
- Agora basta! - ele movimentou a varinha com um floreio complicado, e os dois foram lançados em cadeiras e amarrados, as varinhas voaram em direção as mãos de Dumbledore, e com dois movimentos da varinha a sala do diretor voltou ao normal.

- Vocês dois parecem duas crianças teimosas. - ele tocou com a varinha na cabeça de Severo e o fez voltar ao normal.

- Obrigado - disse Snape a contragosto.

- Não vejo nenhuma diferença - disse Ella maldosamente.

- O que eu havia falado para a senhorita agora a pouco? Vamos ser civilizados aqui, sim? - perguntou Dumbledore arqueando uma sobrancelha para a garota que suspirou e abaixou a cabeça envergonhada.

- Sim, senhor. Desculpe. - disse ela fechando os olhos para se concentrar.

- Perfeito. Vamos conversar então. - disse Dumbledore animado fazendo a garota voltar ao normal, depois se sentou a sua mesa, após alguns segundos encarando os dois ele começou. - Severo, gostaria que explicasse para Ella, o porque a insultou mais cedo, seja direto com sua resposta, e verdadeiro.

Severo fuzilou Dumbledore com os olhos, mas por fim disse com sua voz monótona:
- O lorde das trevas me contou que você morreu, e que a tia Edithe se suicidou de tristeza. Eu providenciei o enterro da sua mãe e vi a carta de despedida que ela deixou, por isso pensei que fosse verdade. Quando a vi aqui hoje, no mesmo momento pensei que fosse alguma brincadeira de mau gosto, algum bruxo das trevas espião se passando por você para se aproximar de Dumbledore, ou de mim.

Ella revirou os olhos para Severo.
- Como pôde ser tão burro? - disse ela indignada. - A carta que mamãe deixou estava em código! Você nem sequer se deu ao trabalho de interpretar as runas.

- Mas que runas? O próprio lorde das trevas analisou o papel e não encontrou nada escondido. - respondeu Snape revirando os olhos também.

- Você insulta a mim e a si mesmo com tamanha burrice. Pensamos que você era astuto o suficiente para decodificar a mensagem.

- Não havia mensagem nenhuma, diversos bruxos analisaram o papel! - resmungou Snape irritado.

- Diversos bruxos, mas nenhum deles era você seu imbecil!

- O que quer dizer? - Snape pensou por um segundo, então seus olhos se iluminaram por um segundo - Magia de sangue! Tia Edithe era mestre neste tipo de magia!

- Daãã!? - disse Ella fazendo careta.

- O que dizia na carta? - perguntou Severo após um silêncio constrangedor.

- Ela explicava que "seu mestre" Tom Riddle, era o responsável pela morte dela, ela dizia também para você cuidar de mim, e onde me encontrar. E eu te esperei, esperei por meses no ponto de encontro, mas quando tive notícias que Tom Riddle iria matar aquela moça por causa de Severo, eu desisti de esperar, e me virei sozinha.

- Voldemort matou Edithe? - questionou Dumbledore.

- Bom, sim, mas não me refiro a mamãe, eu quis dizer a moça, a Lílian Potter.

- O que sabe sobre isso? - questionou Dumbledore interessado.

- Está nas minhas memórias dentro do frasco, vá na penseira ver. - disse Ella impaciente.

A sala do diretor entrou num silêncio profundo, Severo estava de cabeça baixa, Ella estava com os olhos fechados, então Dumbledore tomou a frente e quebrou o silêncio.
- Bom, pelo menos uma parte já conseguimos esclarecer, Ella, você precisará me contar melhor essa história, com mais detalhes, mas agora, diga ao Snape, porque você não o procurou antes, e porque resolveu o procurar agora, após tantos anos...

- Como eu já disse, eu esperei pelo tio Snape no esconderijo que mamãe fez pra mim, mas quando desisti de esperar por ele, eu saí, e logo fui capturada por Carrow, passei anos presa em cativeiro, e consegui me livrar há menos de 6 meses.

- Você passou todo esse tempo presa? - perguntou Severo indignado.

- Sim.

- E é por isso que veio procurar Severo? Veio buscar abrigo com a sua família? - perguntou o diretor com tristeza nos olhos.

- Não, eu não vim procurar "minha família" - disse ela com tédio na voz - eu vim buscar ajuda do mestre de poções, eu fui envenenada por algum tipo de maldição de sangue, e se não conseguir criar algum antídoto a tempo, eu vou morrer, e logo.

Snape e Dumbledore ficaram de queixo caído.

A Princesa Mestiça e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora