A Princesa Mestiça e a Ordem da Fênix

Capítulo 54 - Conspiração

Émilie entrou na salinha cedida a ela pelo ministério parecendo um hipogrifo raivoso, ela quebrou os enfeites sobre o arquivo, rasgou documentos, virou a escrivaninha, gritando raivosa.
- Aquela morcega horrorosa me paga! Ela me paga!

Um rapaz loirinho bem jovem bateu levemente na porta parecendo amedrontado.
- Émilie? Você está bem? - perguntou ele.

- Não! Não estou bem! Aquela metida nojenta me humilhou! - vociferou a ruiva claramente fora de si.

- Fique calma, teremos nossa vingança, mas lembre-se Émilie - o olhos do rapaz antes medrosos agora se tornaram ameaçadores e ele se aproximou com a varinha apontada para a garganta da mulher. - Não deve tocar em um fio de cabelo de Ella Prince, ela é minha!

A ruiva se desequilibrou caindo no chão com a surpresa, suas feições raivosas dando espaço para o entendimento e depois medo.
- Carrow! - sussurrou ela, suas mãos tremiam. O rapaz deu uma risadinha debochada, e estendeu a mão para a mulher no chão.

- Levante-se e recomponha-se. - ordenou ele. - Minha filhinha sabe ser detestável quando quer, herdou isso da mãe. - explicou ele indicando uma cadeira para a ruiva se sentar.

- Carrow, eu... eu... Estou seguindo o plano eu ju-juro. - disse a mulher gaguejando.

- Ah minha querida, eu sei que está. - disse ele com doçura arrumando os cabelos da mulher. - Você é encantadora sabia? - disse ele tirando um lenço do bolso e limpando o rímel borrado do rosto dela delicadamente.

- Carrow por favor...por favor...tenha piedade! - implorou ela chorando.

- Cale-se maldita! - ordenou ele autoritário - sabe que eu não tenho piedade de ninguém, nem mesmo de você. Se atrapalhar meus planos ao invés de ajudar eu acabo com sua vida! - advertiu ele.

- Va-vai me matar? - soluçou a ruiva.

- Matar? Oh não, eu revelarei um por um dos seus crimes e te farei perder todo o prestígio que adquiriu, lembre-se Émilie, tudo o que você tem hoje, deve a mim! A MIM! ESTÁ ENTENDENDO? - ele puxou o cabelo dela com tanta força que a levantou da cadeira, os dois tinham os rostos bem próximos, encostando as bochechas. - Hum?

- Si-sim - balbuciou ela chorosa.

- Melhor assim - disse ele soltando o cabelo dela. - Eu quero que minha filha deixe hogwarts, preciso dela longe das saias de Dumbledore e dos amigos, e você vai me ajudar.

- Como posso fazer isso? - perguntou ela massageando o couro cabeludo dolorido.

- Vamos cortar todos os laços que ela tem com eles, assim ela não terá escolha a não ser vir a mim. - disse ele rindo maldosamente.

- Por que quer tanto essa menina? Você já não tem a mim? - questionou ela fazendo muxoxo.

- Ella é especial de maneiras que você nunca será, nem se nascer de novo. - zombou ele.

- E o que quer que eu faça? - perguntou ela entredentes segurando sua raiva, e chorando novamente.

- Primeiramente pare de chorar! Você me irrita! - reclamou ele, a moça engoliu em seco parando de chorar, então ele se aproximou e começou a limpar a maquiagem borrada dela com carinho. - Você é linda, encantadora, quero que seduza Shacklebolt, ele vai cair fácil nos seus braços.

- Ele é bem bonito, mas é chato e certinho demais! E se eu me aproximar dele não poderei estar tão presente em nossas reuniões, ele é inteligente, pode desconfiar, e não vejo motivos para arriscar tanto... Não seria melhor... começar pelo prestígio dela no ministério? - comentou ela sorrindo de leve.

- NÃO! - vociferou ele dando um tapa no rosto da mulher. - Ela não se identifica com o pessoal daqui, deve estar bajulando pra conseguir alguma coisa em troca, mas o Shacklebolt se tornou uma pedra no meu sapato, todas as vezes que ela se afasta de Dumbledore, o maldito Shacklebolt está junto com ela.

- Mas Kingsley não chega aos pés de Dumbledore, você poderia atacar mesmo assim. - disse a mulher esfregando o rosto vermelho com o tapa.

- Kingsley é poderoso, a calma dele em combate o torna perigoso, e Ella, bem, ela já matou metade dos meus homens sem piedade, se eu atacar esses dois juntos, eles podem fugir ou pedir ajuda o que seria pior. - disse Carrow pensativo.

- Está mais cauteloso desde que Dumbledore prendeu seus colegas? - perguntou a mulher.

- Eu seria um tolo se não aprendesse com meus erros, e mais tolo ainda se subestimasse Dumbledore. - alegou Carrow irritadiço.

- Não entendo esse respeito tolo que vocês britânicos tem com Dumbledore. - declarou a mulher já recomposta e amarrando os cabelos em um rabo de cavalo. - Ele é apenas um velho que usa roupas de bruxo duvidosas e cuida de uma escola de crianças.

Carrow deu uma gargalhada maldosa.
- Você tão bonita quanto burra. Desafiar Dumbledore é o mesmo que aceitar a derrota, não seja imprudente Émilie, ou vai estragar tudo - disse ele se aproximando e pegando a mão da moça. - E se você me frustrar eu arranco cada uma dessas lindas unhas que você tem aqui, ou melhor, me permito ser capturado e conto o que você fez, contarei só o essencial para que passe 6 meses presa, e perca todo seu prestígio, perca seus amigos, seu emprego, então terá de viver a vida naquela miséria que sempre viveu.

- Você não seria capaz. - balbuciou ela com medo.

- Se atrapalhar meus planos, trate de voltar para aquele cortiço sujo onde nasceu, terá que voltar para a sua mamãe miserável e suportar a humilhação de perder tudo. - disse ele sabendo que ameaça-la com humilhação e pobreza eram mais efetivos do que tortura, Émilie e sua personalidade superficial, poupava esforços sendo necessário usar de pouco para força-la a obedecer.

- Farei o que quiser, só não me mande de volta para lá. - implorou ela se abraçando as pernas dele.

- Ótimo! Separe minha filha de Shacklebolt, te procurarei quando tiver outras ordens, não tente me contatar! - disse ele empurrando ela com a perna.

- Como queira. - respondeu ela com um olhar frio.