Capítulo 45 - Pudim de Natal

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Era véspera de natal, e Snape e Ella estavam na sala de poções cozinhando poções diversas em vários caldeirões, faziam meses que ambos vinham trabalhando sem parar preparando poções, inventando feitiços, tudo com a finalidade de curar Ella da maldição das trevas lançada por Voldemort, até Dumbledore ajudou algumas vezes, mas não tiveram sucesso em nenhuma tentativa.

- Me passe o pó de chifre de bicórnio. - disse Severo sem tirar os olhos de um caldeirão fumegante.

- Pega você, é só invocar com magia. - disse ela irritada, mas levitando o frasco até ele mesmo assim.

- O tempo que leva para reclamar pode ser usado para fazer o que eu mando. - disse Snape ainda de olho no caldeirão.

- Não me irrite Severo, hoje não é um bom dia para mim, e não será para você se continuar a me perturbar. - ameaçou ela.

- Está com raiva porque o panaca não te mandou notícias? - perguntou Severo.

- Estou com raiva porque ele mandou. - disse ela emburrada.

- O que ele disse na carta que te deixou tão intragável?

- Ele quer um relacionamento sério, e disse que se não for assim é melhor não nor vermos mais. - confidenciou ela.

- E você não quer se prender, mas também não quer deixar ele livre. - concluiu Severo.

- Exatamente. - concordou ela, provando a poção que preparava, e acrescentando mais garras de grifo.

- Hipócrita. - disse Severo desligando o fogo dos caldeirões e a forçando a encara-lo.

- Do que me chamou? - perguntou ela de forma ameaçadora.

- Você é uma hipócrita egoísta, o panaca está certo em te dar um ultimato. - disse ele com mais ousadia e autoridade.

- Como ousa falar assim comigo? - disse ela com rebeldia, mas vendo a firmeza do olhar de Severo ela baixou a guarda. - Eu estou confusa é só isso.

- Não está, você não o ama, e sabe disso, a decisão já estava tomada antes do primeiro encontro de vocês, você só não quer admitir isso porque no fundo tem medo de ficar sozinha! - jorrou Snape com sinceridade.

Ella o encarou com um semblante arrogante, empinando o nariz para se mostrar superior, mas seu lábio inferior tremeu de leve e uma lágrima teimosa escorreu pelo rosto dela. Envergonhada por ter fraquejado, ela se virou e saiu em direção as portas do castelo, Severo a seguiu, levemente arrependido por ter dito a verdade naquele tom.
- Ella espere! - disse ele preocupado.

Ela apontou a varinha para ele sem se virar para olhar e o prendeu no ar pelo tornozelo. Um aluno que passava na hora não ousou rir, mas saiu correndo assustado. Ella foi pra fora e desapareceu.

- Bom, isso é inesperado para uma véspera de natal. - disse uma voz suave por trás dele, era Dumbledore que se aproximava, ele ajudou Severo a ficar em pé novamente. - Vocês tem brigado com frequência.

- Ela é teimosa, e cabeça dura, e acha que possui a verdade absoluta sobre tudo, não escuta conselhos, não pede desculpas quando sabe que errou, gosta de ficar enfurnada no próprio aposento sem falar com ninguém por dias, depois reaparece como se nada tivesse acontecido, é egoísta e arrogante e vingativa! - desabafou Snape.

- Jura? Parece até que você está descrevendo a si mesmo Severo. - ironizou Dumbledore bondosamente, diante da carranca de Snape ele riu.

- Esse não é o momento para rir da minha cara Dumbledore, se você visse o que vejo, saberia como ela é difícil de lidar. - reclamou Severo.

- Vou te contar o que eu vejo, você vê uma pessoa teimosa e cabeça dura, eu vejo uma menina sendo rebelde, você diz que ela não ouve conselhos e não aceita outras verdades, eu só vejo uma pessoa orgulhosa fingindo que não se importa, mas se agarrando firmemente a cada conselho e gota de conhecimento dada. Você diz que ela não reconhece quando erra e que se tranca por dias em solidão, eu vejo uma criança desesperada para esconder as emoções conflituosas dentro de si e não acabar descontando nos outros, você diz que ela é arrogante e egoísta, mas eu vejo uma menina tentando resolver tudo sozinha para não incomodar ninguém, e por fim você disse que ela é vingativa, mas eu vejo uma criança sensível que ficou magoada e não sabe expressar isso em palavras, então age sem pensar. - explicou Dumbledore com carinho.

- Você vê até o que não existe. - disse Severo carrancudo si virando para voltar as masmorras.

- Quem é o dono da verdade absoluta, egoísta, cabeça dura, e blá blá blá? - perguntou Dumbledore sem olhar para trás, Severo ficou parado no mesmo lugar digerindo aquela informação.

- Dumbledore! - chamou ele indo de encontro ao diretor.

- Sim?

- Faça ela retornar para o jantar, eu vou preparar algo especial. - disse ele com a cara azeda. - concorde antes que eu me arrependa.

- Sabe que somos família Severo, eu farei para ajudar. - concordou Dumbledore calmamente.

O diretor cumpriu sua promessa, e Ella se sentou a mesa para o jantar, junto com os outros professores, e alguns alunos aleatórios. Ella o ignorou completamente, conversando e rindo com Dumbledore, e abrindo bombinhas de bruxo.
Ao fim do jantar Ella estava com um chapéu de bruxo ridículo e Dumbledore com uma estola de penas verde limão, os dois rindo como crianças.

- Sobremesa! - declarou Flitwick animado.

- Será que tem pudim de natal? - perguntou Ella animada.

- Aqui. - disse Severo convocando um prato de pudim de natal com ameixas dirigíveis e empurrando pra ela a contragosto - Fiz pra você. - disse ele com cara de poucos amigos.

Ela olhou para o pudim e seus olhos se encheram de lágrimas, e sem que ninguém esperasse ela deu um abraço em Severo o deixando desconfortável, ele deu batidinhas nas costas dela, se sentindo constrangido pelos olhares dos presentes, então a empurrou gentilmente para longe.
- Coma logo, e deixe de sentimentalismo. - disse ele meio bruto, mas quando ela pegou a colher e colocou um bocado na boca sorrindo ele não pode evitar de sorrir também.

- Amanhã teremos nosso jantar de natal, espero que ofereça essa sobremesa para todos nós experimentarmos Severo, parece deliciosa. - comentou Dumbledore animado.

- É uma tradição familiar, minha mãe preparava esse pudim para mim todo natal, e a tia Eileen preparava para o tio Snape. É uma sobremesa mágica, e só pode ser presenteada por alguém do mesmo sangue que tenha grande afeto. Se o preparar e não houver afeto o pudim explode, e se for presenteado a alguém que não seja da família.... - explicou ela oferecendo a Dumbledore para ele provar, o diretor pegou um bocado com a colher, mas o pudim desapareceu. - Ele some! - disse ela rindo.

- Eu não sabia disso Severo - disse Dumbledore sorrindo.

- Era apenas uma lembrança infantil, eu sequer me lembrava. - respondeu ele sério.

- Você diz que não se importa, mas vou observar que o pudim não explodiu. - disse Ella perturbando.

- Cala a boca e come. - disse ele carrancudo.

A Princesa Mestiça e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora