Capítulo 111 - O Peso das Decisões

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Os dias passavam rapidamente, e Ella se esforçava para equilibrar seu tempo entre cuidar do filho, seu relacionamento com Sirius, as tarefas da Ordem e sua missão junto aos Comensais da Morte. Ela entregava a Voldemort relatórios estratégicos, contendo apenas o que Dumbledore queria que fosse revelado, enquanto Severo se encarregava das informações mais cruciais, conquistando ainda mais a confiança e prestígio do Lorde das Trevas. Tudo estava indo conforme o plano de Dumbledore.

Com Harry na escola, Ella tinha mais tempo para Sirius, e até mesmo Maylos havia vindo ao Largo Grimmauld para ensiná-los a lidar com o pequeno Sirius. O filho deles estava crescendo rapidamente, com uma habilidade assustadora ou encantadora dependendo do ponto de vista. Já comia alimentos sólidos, recusava ajuda para se alimentar e não usava mais fraldas. Apesar de não falar ou andar em sua forma humana, sua personalidade forte já se manifestava. O pequeno Sirius não demonstrava outros poderes mágicos além da aparatação, mas, para um bebê de cinco meses, isso já era notável.

Era dia 18 de dezembro, quando Dumbledore apareceu para um reunião rápida com a ordem. Ella teve de deixar o filho sob os cuidados dos elfos, pois bastava um olhar para o rosto do garoto para saber que Sírius era o pai dele. 

Molly Weasley, inclusive, não deixava de perguntar sobre o bebê e até insistia para que Ella o apresentasse aos membros da ordem.

– É para a segurança dele, Molly. Ele é só um bebezinho, não quero que se envolva em tudo isso – explicou Ella, exausta.

– Concordo com a decisão de Ella, crianças devem ser protegidas - acrescentou Dumbledore, de maneira enigmática.

– Ouviu isso, Sirius? Crianças precisam ser protegidas – provocou Molly, ainda ressentida por uma discussão recente com ele.

– Tanto faz, Molly – Sirius respondeu com desdém, revirando os olhos. O confinamento o tornava cada vez mais impaciente e sarcástico. – De qualquer maneira, Harry é diferente.

– Diferente em quê? – retrucou Molly, com irritação crescente.

– Concordo com Sirius – interveio Ella, sorrindo levemente em direção a ele. – Potter pode não ter atingido a maioridade, mas já passou por coisas que o tornam mais maduro, ele tem o direito de saber o que está em jogo.

Molly franziu o cenho. Antes que pudesse responder, Alastor Moody soltou uma risada grave e interrompeu:
– Francamente, vocês dois! Ficam flertando nas entrelinhas ao invés de focar nos assuntos da ordem.

– Não sei do que está falando, Alastor – respondeu Ella, com sua habitual dissimulação descarada. – Dumbledore sabe muito bem o que penso sobre Potter, inclusive, tivemos uma discussão acalorada sobre o assunto no início do verão.

– Discutindo com Dumbledore? – Arthur perguntou, incrédulo.

Dumbledore suspirou pesadamente, parecendo perdido em pensamentos.
– Ella acredita que Harry deveria estar aprendendo oclumência desde que Voldemort retornou. Mas, dada a conexão que pode haver entre suas mentes, eu achei muito arriscado expor Harry a tal vulnerabilidade sem necessidade – explicou ele calmamente.

Ella não resistiu e lançou outro olhar cortante ao diretor.
– Você só diz isso porque se afeiçoou ao garoto, Alvo. Assim como Molly. Ambos deixam as emoções nublarem o julgamento – sua voz carregava impaciência.

- Você fala assim porque não tem laços com o nosso Harry, mas deveria entender a situação, já que também é mãe. - acusou Molly indignada.

Dumbledore levantou a mão, pedindo silêncio.
– Chega – disse ele, em tom baixo, mas autoritário. – Basta.

– E desde quando eu deixo de dizer o que penso, só para não ferir seu ego? – rebateu Ella impassível, com um olhar desafiador.

A sala ficou em silêncio. Os olhares de Arthur e Lupin mostravam desconforto, enquanto Molly apertava a toalha de mesa como se segurasse a vontade de interferir. Sirius, por outro lado, parecia alheio à tensão, focado em Ella com um misto de admiração e preocupação.
Dumbledore surpreendeu a todos ao sorrir, seu olhar suavizado.
– Você nunca deixou de ser sincera, e é por isso que confio tanto em você. Mas, em relação a Harry, minha decisão está tomada.

A Princesa Mestiça e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora