A Princesa Mestiça e a Ordem da Fênix

Capítulo 93 - Lago Congelado

Ella chegou ao fundo do lago, a água congelante era tão densa que nem a luz de sua varinha conseguia iluminar o caminho, ela tremia tanto que era difícil nadar, o frio lhe cortava como adagas profundas lhe atingindo os ossos, e a escuridão a oprimia de forma que ela não pensou que pudesse ser possível.

Ela vasculhou o fundo do lago, e estava quase sem fôlego quando finalmente sentiu uma energia diferente vinda daquele ponto, ela afundou a mão na areia esperando encontrar alguma pista, mas não havia nada.

Existiam duas possibilidades ali, ou havia algo no subterrâneo, e ela poderia chegar lá facilmente aparatando, ou não havia nada e se ela aparatasse ficaria presa nas rochas e morreria.
"Sempre há outra alternativa", pensou ela. Optando por algo mais explosivo, apontou a varinha e se concentrou no feitiço "bombarda máxima" e o fundo do lago se agitou com a explosão, um buraco mínimo no fundo do lago, fez com que a água descesse num rodamoinho que puxava tudo a sua volta, indicando que havia mesmo, algo no subterrâneo.

Ela relaxou o corpo e aparatou para baixo, conseguindo entrar em algum tipo de caverna subterrânea, ela apontou a varinha para o buraco que ela havia feito, e o fechou antes que a água gélida tomasse conta do lugar.

Ela estava em uma espécie de cripta antiga, a sua frente havia um portal com runas entalhadas descrevendo "morte" e "tempo".
Ela passou pelo portal de pedra entrando em tipo de túnel de pedra, havia ar respirável ali, que indicava que algum bruxo havia encantado o local para poder permanecer ali confortavelmente.

Ela andou por vários minutos, e o túnel parecia não ter fim, como se fosse infinito para onde quer que ela olhasse.
Uma sensação de medo e instabilidade mental a tomou, e sua mente parecia anestesiada, ao mesmo tempo que sentia um desejo desesperado de sair dali.

Ela se abaixou e tocou o chão, fechando os olhos para se concentrar, se houvesse magia ali, ela poderia sentir.
Seu rosto se iluminou com um sorriso satisfeito, quando conseguiu distinguir a magia.
- Bem pensado Riddle, criativo, mas simples. - murmurou ela.

Ela levantou a varinha acima da cabeça fazendo um semi círculo.
- "Tempus clavis" - murmurou ela e imediatamente um escudo transparente parecido como um véu, cedeu, a permitindo ver que havia uma bifurcação a frente.

- Um feitiço de desorientação temporal? Sério isso? - perguntou ela para as paredes em um tom debochado - Severo me ensinou esse feitiço quando ele estava no quinto ano - desdenhou ela.

Ella seguiu para a bifurcação, se sentindo satisfeita, mas ainda temerosa com o que poderia vir a seguir. Se Voldemort usou um feitiço simples daqueles no início, era sinal de que havia algo mais complexo no fim.

Ela olhou para os dois túneis a frente, apoiando o queixo com a mão em uma expressão pensativa.
- Não vou seguir nenhum desses caminhos cegamente... - disse ela conversando sozinha. - "avis" - murmurou ela conjurando pássaros da varinha, e os fazendo ir em frente, um grupo de aves para cada lado, alguns minutos depois, o primeiro grupo retornou, enquanto o grupo da esquerda desapareceu.
- É esse o caminho então - murmurou ela seguindo o caminho da direita. - tenho que parar de falar sozinha não acham? - perguntou ela para os pássaros que a seguiam.

Ella andou por cerca de dois minutos quando finalmente encontrou uma escadaria que levava mais ao fundo, e no fim do corredor ao pé da escada, havia uma porta azul, toda desenhada.
Ela avaliou as gravuras na porta sem tocar, pois uma magia maligna estava impregnada naquela porta.
- Não tenho tempo para enigmas... Humm é imprudente, e perigoso... - comentou ela pensativa - mas vou arriscar - disse ela fazendo os pássaros desaparecerem e aparatando diretamente para o lado de dentro, burlando cerca de 10 feitiços de proteção lançados naqueles batentes.

Ela chegou a uma sala escura, com diversos vidros contendo algo que parecia sangue e vísceras humanas, com uma expressão de nojo ela se dirigiu até uma grande prateleira, onde haviam livros diversos, ao lado da prateleira uma bancada grande com caldeirões, e logo atrás uma sala com ingredientes diversos para poções.
Ela não tocou em nada, tentando sentir a energia dos materiais para tentar identificar algum tipo de magia que fosse maligna o bastante para ser uma horcrux.
Cerca de meia hora se passou, quando ela concluiu que não havia nada ali além de magia negra habitual, provavelmente aquela cripta era um local onde Voldemort preparava suas poções, e testava feitiços, já que haviam alguns bonecos de treinamento, e gaiolas com ossos humanos indicando que ele praticava seus feitiços em cobaias trouxas.

Com uma expressão de desprezo, ela passou os olhos pelos nomes nos livros da estante, reconhecendo imediatamente um deles, "Magia Mui Maligna", e um flash de memória veio a sua mente.

"Ella tinha cerca de 9 a 10 anos, e
Bellatriz usou a maldição cruciatus para torturar sua mãe Edithe.
Ella sentiu tanta raiva que preparou uma poção e acrescentou na sopa de cebola da família Lestrange.

Voldemort chegou na mesma hora que a pequena Ella olhava para todos inexpressiva, enquanto eles se contorciam no chão e gritavam de dor.

O lorde das trevas aplaudiu deliciado com tamanha maldade.
- Você é extremamente talentosa criança. - disse Voldemort seus olhos brilhando com a cobiça - Vai ser uma maravilhosa comensal da morte quando crescer. Mas lembre-se de não matar nossos aliados, mesmo que eles mereçam.

A pequena Ella apenas assentiu com a cabeça, mostrando a Voldemort a poção que usara para causar os mesmos efeitos da maldição cruciatus. E saiu em silêncio para ajudar a mãe que estava presa no porão..."

- Preciso sair daqui - murmurou ela para si mesma, aquele lugar despertava nela lembranças ruins, memórias de acontecimentos que ela se arrependia de ter feito, todas as maldades que fez quando criança, mesmo que os comensais da morte merecessem, traziam nela o sentimento de que ela era tão ruim quanto eles, e isso a desagradava profundamente.

Mas ela precisava levar algo para Dumbledore, para comprovar que esteve lá, porém se o lorde das trevas retornasse, não seria prudente deixar provas de que alguém esteve ali, a suspeita poderia levar Voldemort a querer esconder melhor suas horcruxes, ou pior, fazer com que ele criasse mais delas.

Um estrondo na porta a alarmou de imediato, alguém estava ali, mas como ela poderia se esconder? Não era habilidosa com feitiços da desilusão, e nem tinha uma capa da invisibilidade para se esconder.
Ella olhou para os lados preocupada procurando um local perfeito, e enquanto a porta se abria ela teve uma ideia perfeita, apontou a varinha para si e mentalizou "reduccio", e ela se tornou uma coisinha mínima, e se escondeu atrás de um monte de pedras, enquanto seja quem fosse que estivesse do lado de fora, desfazia os feitiços para poder entrar.

A porta se abriu e um bruxo feioso, meio calvo, com feições de rato entrou rapidamente vasculhando os ingredientes e pegando vários para guardar numa bolsinha.

"Rabicho", pensou ela sem se mexer torcendo para que ele fosse tão descuidado quanto Sírius havia descrito.