Capítulo 72 - Enigmas

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Ella abrigou o velho aldeão em seu casarão, uma propriedade afastada que mantinha em uma fazenda próxima a Hogsmeade, cerca de 52 km de distância.

Ella se concentrou em escrever uma carta a Dumbledore. Embora pudesse ir ao escritório do diretor pessoalmente, ela sabia que o encontro poderia se prolongar se fosse abordada por outros, e tanto Dumbledore quanto o velho Maylos haviam deixado claro que urgência era essencial.

Com a carta escrita, Ella chamou seu elfo doméstico, Binsy, e entregou-lhe o envelope selado, dando lhe instruções para a entrega. O elfo desapareceu com um estalo suave e, em um instante, estava no escritório do diretor de Hogwarts.

Ao chegar, Binsy encontrou-se em meio a uma reunião de bruxos, seguindo as descrições de Ella, ele puxou de leve o manto de um senhor de longos cabelos brancos e uma capa azul-celeste.
- Posso ajudar? - perguntou o homem, sua voz carregada de curiosidade.

- Procuro por Alvo Dumbledore - respondeu Binsy, segurando o envelope com suas mãos.

O homem sorriu com gentileza.
- Eu sou Dumbledore. E você é?

- Binsy. - respondeu o elfo, examinando atentamente o rosto do homem.

Dumbledore, por sua vez, reconheceu imediatamente que aquele não era um elfo comum. Binsy, ao contrário da maioria de sua espécie, usava roupas e sapatos e mantinha uma postura altiva, tratando os bruxos como iguais.
- Poderiam nos deixar a sós, por favor? - pediu Dumbledore, dirigindo-se aos professores que estavam na sala. Minerva e Severo saíram sem protestar, acostumados à discrição do diretor.

Assim que ficaram sozinhos, Dumbledore voltou sua atenção ao elfo.
- Muito bem, Binsy, o que você tem para mim?

- A menina Prince pediu que o senhor lesse esta carta e, depois, voltasse comigo imediatamente. Binsy não pode retornar sem levar Alvo Dumbledore com ele - O elfo entregou o envelope e observou, curioso, os muitos objetos fascinantes espalhados pelo escritório.

Dumbledore abriu a carta e leu rapidamente, suas sobrancelhas se arqueando ligeiramente em surpresa.
- Certo, Binsy, estou pronto. Vamos até Ella. - Ele estendeu a mão para o elfo, que sorriu satisfeito.

Com um estalo alto, o elfo aparatou os dois diretamente na cozinha de Ella, que sorriu ao vê-los.
- Obrigada, Binsy. Pode voltar para sua família agora. - O elfo acenou com entusiasmo e saiu, feliz com o sucesso de sua tarefa. - Alvo! Que bom vê-lo! - disse Ella, dando um raro abraço em Dumbledore.

- Você está mais corada, parece mais feliz - observou ele com um olhar afetuoso.

- Estou me sentindo bem - respondeu ela mudando rapidamente de assunto. - Deixe-me apresentá-los, Alvo, este é Maylos. Maylos, este é Alvo Dumbledore, o amigo de quem falei.

O ancião olhou Dumbledore de cima a baixo antes de apertar sua mão, ainda que com uma expressão desconfiada.
- Você realmente confia nele, criança? - perguntou Maylos com a voz ponderada.

- Confio, sim. Por quê? - respondeu Ella, surpresa pela pergunta.

- Este homem guarda muitos segredos e oculta verdades - disse o velho, seu olhar penetrante fixo no diretor.

- Ele é honesto e justo. E ambos guardamos segredos juntos. - Havia um toque de respeito em sua voz que não deixava dúvidas sobre sua lealdade.

Maylos considerou suas palavras e assentiu lentamente.
- Não duvido da honestidade dele. E já que confia, direi o que deseja saber.

Ella fez um gesto encorajador
- Conte a ele sobre a sombra que habitava a floresta, e sobre o rapaz que a levou embora.

Dumbledore, sempre cuidadoso em suas interações, sugeriu com um tom descontraído:
- Podemos nos sentar?

A Princesa Mestiça e a Ordem da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora